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CODIGO DA ESTRADA (Portugal)


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      DL n.º 82/2011, de 20/06

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      CÓDIGO DA ESTRADA

      O Código da Estrada de 1954 e o seu regulamento geral eram, ao tempo da sua entrada em vigor, diplomas tecnicamente correctos, coerentes, bem redigidos e bem sistematizados.

      A evolução do próprio trânsito trouxe, porém, consigo, e sempre em medida crescente, a necessidade de proceder a inúmeras alterações naqueles textos, ou de os completar, conduzindo a uma situação em que o Código convivia com uma considerável legislação avulsa e com vasta regulamentação, nem sempre com ele facilmente compagináveis, tornando insegura e difícil a interpretação do normativo vigente.

      Tornava-se, portanto, necessário proceder à sua reforma e para tanto se lançou um processo de estudo amplamente participado por todas as entidades, públicas ou privadas, que, por estarem ligadas de um modo particular ao trânsito nas vias públicas, podiam, como vieram a fazer, dar aos trabalhos preparatórios contributos decisivos.

      Com a aprovação do presente Código pretende-se, fundamentalmente, uma actualização das regras jurídicas aplicáveis ao trânsito nas vias públicas, sem proceder a uma alteração radical, que não se mostra nem necessária, nem conveniente, nem, porventura, possível.

      É bem certo que, na perspectiva da segurança rodoviária, a referida evolução do trânsito impõe, de um modo geral, maior precisão e rigor nas regras de comportamento nas vias públicas, a fim de, por esse modo, contrabalançar os maiores perigos que a evolução das condições do trânsito trazem consigo.

      Todavia, é importante salientar que, nos seus esteios fundamentais, a regulamentação do trânsito permanece estável e, por outro lado, no atinente aos aspectos que mais directa e sensivelmente sofreram o embate da acentuada mutação das condições físicas e técnicas do trânsito, foi-se procedendo à alteração da regulamentação vigente.

      Além de introduzir as inovações necessárias, havia, por isso, sobretudo, que proceder à estratificação dessa paulatina evolução da regulamentação do trânsito, procurando conseguir a sua integração num quadro sistemático tanto quanto possível estável, harmónico e coerente e lançando, dessa forma, bases sólidas para a sua evolução futura.

      Foi com essa perspectiva que se equacionou e procurou resolver a complexa questão das fontes formais das regras de trânsito.

      O trânsito começou por ser objecto de normas de nível regulamentar e só em 1928 veio a ser objecto de legislação, a que, por uso a que não será fácil reagir, se chamou, entre nós, Código da Estrada. Como, desde que essa opção foi assumida, sempre repugnou a inclusão no mesmo diploma de toda a regulamentação geral do trânsito, conviveram com o Código, num equilíbrio sempre discutível e bastante instável, um extenso e complexo regulamento geral do trânsito e uma pluralidade de regulamentos avulsos.

      Aceitando a separação – até para evitar o mal, ainda maior, que consiste num regulamento com forma legislativa —, procurou-se a única solução plausível: a de verter no Código apenas as regras jurídicas fundamentais que, interessando à generalidade das pessoas, poucas perspectivas de evolução futura apresentem e relegar para regulamento as questões que interessem sobretudo à actividade administrativa, relativas à elaboração de registos e à emissão de certos documentos, ou à construção dos veículos, bem como aquelas cuja índole pormenorizada ou iminentemente técnica façam esperar a sua instabilidade futura.

      Assim:

      No uso da autorização legislativa conferida pelo artigo 1.º da Lei n.º 63/93, de 21 de Agosto, e nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

      Artigo 1.º

      É aprovado o Código da Estrada, cujo texto se publica em anexo ao presente decreto-lei e dele é parte integrante.

      Art. 2.º

      (Revogado pelo DL n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro)

      Art. 3.º

      (Revogado pelo DL n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro)

      Artigo 4.º

      (Revogado pelo DL n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro)

      Art. 5.º

      (Revogado pelo DL n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro)

      Artigo 6.º

      (Revogado pelo DL n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro)

      Art. 7.º

      (Revogado pelo DL n.º 44/2005, de 23 de Fevereiro)

      Art. 8.º

      Os artigos 1.º a 3.º do presente diploma entrarão em vigor no dia 1 de Outubro de 1994.

      Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10 de Fevereiro de 1994. – Aníbal António Cavaco Silva – Manuel Dias Loureiro – Eduardo de Almeida Catroga – Luís Francisco Valente de Oliveira – Álvaro José Brilhante Laborinho Lúcio – Luís Fernando Mira Amaral – Joaquim Martins Ferreira do Amaral – Adalberto Paulo da Fonseca Mendo – Luís Manuel Gonçalves Marques Mendes.

      Promulgado em 16 de Março de 1994.

      Publique-se.

      O Presidente da República, MÁRIO SOARES.

      Referendado em 18 de Março de 1994.

      O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.

      TÍTULO I

      Disposições gerais

      CAPÍTULO I

      Princípios gerais

      Artigo 1.º

      Definições legais

      Para os efeitos do disposto no presente Código e legislação complementar, os termos seguintes têm o significado que lhes é atribuído neste artigo:

      a) «Auto-estrada» – via pública destinada a trânsito rápido, com separação física de faixas de rodagem, sem cruzamentos de nível nem acesso a propriedades marginais, com acessos condicionados e sinalizada como tal;

      b) «Berma» – superfície da via pública não especialmente destinada ao trânsito de veículos e que ladeia a faixa de rodagem;

      c) «Caminho» – via pública especialmente destinada ao trânsito local em zonas rurais;

      d) «Corredor de circulação» – via de trânsito reservada a veículos de certa espécie ou afectos a determinados transportes;

      e) «Cruzamento» – zona de intersecção de vias públicas ao mesmo nível;

      f) «Eixo da faixa de rodagem» – linha longitudinal, materializada ou não, que divide uma faixa de rodagem em duas partes, cada uma afecta a um sentido de trânsito;

      g) «Entroncamento» – zona de junção ou bifurcação de vias públicas;

      h) «Faixa de rodagem» – parte da via pública especialmente destinada ao trânsito de veículos;

      i) «Ilhéu direccional» – zona restrita da via pública, interdita à circulação de veículos e delimitada por lancil ou marcação apropriada, destinada a orientar o trânsito;

      j) «Localidade» – zona com edificações e cujos limites são assinalados com os sinais regulamentares;

      l) «Parque de estacionamento» – local exclusivamente destinado ao estacionamento de veículos;

      m) «Passagem de nível» – local de intersecção ao mesmo nível de uma via pública ou equiparada com linhas ou ramais ferroviários;

      n) «Passeio» – superfície da via pública, em geral sobrelevada, especialmente destinada ao trânsito de peões e que ladeia a faixa de rodagem;

      o) «Pista especial» – via pública ou via de trânsito especialmente destinada, de acordo com sinalização, ao trânsito de peões, de animais ou de certa espécie de veículos;

      p) «Rotunda» – praça formada por cruzamento ou entroncamento onde o trânsito se