Kim Lawrence

Chantagem com a noiva


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      Editado por Harlequin Ibérica.

      Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

      Núñez de Balboa, 56

      28001 Madrid

      © 2002 Kim Lawrence

      © 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

      Chantagem com a noiva, n.º 694 - setembro 2020

      Título original: The Blackmailed Bride

      Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.

      Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

      Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

      ® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

      ® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

      Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

      I.S.B.N.: 978-84-1348-549-2

      Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

      Sumário

       Créditos

       Capítulo 1

       Capítulo 2

       Capítulo 3

       Capítulo 4

       Capítulo 5

       Capítulo 6

       Capítulo 7

       Capítulo 8

       Capítulo 9

       Capítulo 10

       Capítulo 11

       Se gostou deste livro…

      Capítulo 1

      Depois de ter passado pelos imponentes portões de ferro, Javier entrou no serpenteado caminho de entrada, ladeado por oliveiras, em direcção ao edifício alto de estilo mourisco que se erguia contra a paisagem montanhosa. Estacionou o Mercedes junto a um carocha antigo que mais parecia ferro velho entre os outros carros luxuosos.

      Pelos vistos, o Serge ainda não tinha convencido a Sarah a desfazer-se do seu velho carro. Apesar de ser uma mulher tolerante, bondosa, capaz de fazer qualquer coisa pelo marido, tinha determinados caprichos que defendia com unhas e dentes.

      Javier continuava solteiro apesar de não lhe faltar companhia feminina. Aliás, não precisava de se esforçar nem um pouco para que isso acontecesse; estava sempre rodeado de mulheres atraentes, atentas ao que ele dizia. Porém, nenhuma das suas numerosas admiradoras despertava o seu interesse de uma forma especial. Nem nunca lhe ocorreu que quando a encontrasse, se isso viesse a acontecer, ela não fosse demonstrar o menor interesse por ele.

      Foi então que conheceu a Sarah.

      Tinha trinta e dois anos, não acreditava em verdades absolutas e, tal como gostava de pensar, tornara-se muito mais perspicaz em relação às mulheres. Talvez demasiado, segundo a opinião do avô, que desejava ver o seu herdeiro casado e feliz.

      Javier poderia ter optado pelo caminho mais fácil e ter escolhido uma companheira adequada, uma mulher da sua classe social, capaz de enfrentar o desafio de fazer parte de uma das famílias mais endinheiradas da Europa, como o seu pai fizera. Contudo, o problema era exactamente esse, porque sempre que se sentia tentado a seguir o caminho mais fácil, surgia o fantasma do casamento desastroso dos seus pais.

      Antes de sair de Andaluzia com destino a Maiorca, o avô fizera-lhe um ultimato: «Casa-te antes da minha morte ou deixarei tudo em nome do Raul ou de qualquer um dos outros 105 membros da família!». Filipe Montero advertira seriamente o seu neto favorito.

      Aquelas palavras enfureceram-no; era uma chantagem descabida. Será que o avô não o conhecia o suficiente para saber que jamais o poderia comprar?

      Encarou-o com veemente orgulho. No entanto, a expressão do ancião fê-lo retroceder.

      Javier sabia que o avô era um homem de palavra e que não hesitaria em cumprir o prometido. Astuto como era, as suas atitudes nunca antes tinham sido tão severas. Contudo, o que mais o impressionou, foi que nunca, até então, tinha visto medo estampado no seu rosto.

      – Felizmente, ainda tens muito para viver – disse em tom de brincadeira.

      Filipe sorriu.

      – Não, não viverei muito mais tempo. Os médicos deram-me seis meses, no máximo.

      Javier quis dizer-lhe que isso era impossível, mas como conhecia bem a natureza humana, calou-se e limitou-se a assentir com a cabeça. Não queria insultar o avô, duvidando de um prognóstico tão grave.

      – Qual é o problema?

      – Cancro. Essa maldita doença atacou-me os pulmões de tal maneira, que já não vale a pena deixar isto – respondeu, ao mesmo tempo que inspirava com prazer o fumo do cigarro que tinha na mão. – E não digas a ninguém. Se a notícia se espalhasse, a empresa poderia perder milhões e não tenho a menor dúvida de que todos começariam a tratar-me como um velho caduco – acrescentou com voz trémula.

      – Ninguém o saberá por mim.

      Entreolharam-se. Subjacente àquele olhar havia uma promessa silenciosa.

      – Se te preocupas realmente comigo, tens de mo demonstrar – provocou-o Filipe com astúcia. – Casa com a Ária… ela está apaixonada por ti.

      Javier respondeu com um riso irónico.

      – Nunca te dás por vencido, pois não?

      Se algum dia casasse, jamais o faria com alguém que o amasse, com alguém que pudesse destruir, como o pai fizera com a sua mãe.

      A mãe, uma criatura frágil, nunca compreendera que a única coisa que se esperava dela era que estivesse sempre elegante, que educasse bem o filho, que se comportasse como uma perfeita anfitriã e que fingisse desconhecer as infidelidades conjugais do marido.

      – Não te rias, Javier. A continuidade, os laços consanguíneos são importantes: tu precisas de ter filhos.

      – Sinto muito, mas não posso.

      A