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Coisas Perigosas
Saga Laços de Sangue Livro 3
Amy Blankenship, RK Melton
Tradução de Susana Franco
Título original: Dangerous things
Copyright © 2012 Amy Blankenship
Segunda edição publicada por TekTime
Todos os direitos reservados.
Capítulo 1
Envy percorreu o quarto, guardando algumas das suas coisas na mala de couro preta. Parou e olhou para o irmão quando percebeu que ele desempacotava as suas coisas de toda a vez que ela virava as costas para ir buscar mais. Ele respirava no seu pescoço desde que ela chegou a casa e ela começava a ficar realmente frustrada com ele.
"Para com isso," Envy estalou quando puxou um punhado de roupas para longe dele e as atirou de volta para a mala. Atirou os seus longos cabelos ruivos para cima do ombro e lançou-lhe um olhar de advertência.
“Mas ir embora? Conhecê-lo ao quê... uma semana? Tens a certeza de que é isso que queres fazer?” Chad repetiu como se fosse um mantra.
"A resposta ainda é a mesma, Chad," informou Envy com voz firme, imaginando quantas vezes teria que dizer-lhe isso antes que ele realmente a ouvisse. Ela olhou fixamente para ele e, tratando-o como uma criança tola, disse as palavras muito lentamente: "Quero morar com o Devon e é exatamente isso que vou fazer."
"Como podes ter certeza de que daqui a uma semana ou um mês, ele não encontrará outra miúda e deixa-te?" Chad exigiu desesperadamente.
"Ele não vai fazer isso." Ela continuou a fazer as malas, tentando bloquear a sensação incómoda de que estava a abandonar o irmão. Era um homem crescido, pelo amor de Deus, e polícia.
“Não podes ter a certeza disso. Quer dizer, ele dança seminu naquele clube todas as noites e tu ficas presa atrás do bar a servir bebidas a pervertidos," Chad exclamou, pronto para começar a entrar em desespero. O que ele realmente queria fazer era gritar com ela por se envolver em algo tão perigoso... com alguém tão perigoso.
Envy parou de fazer as malas e olhou para o seu único irmão, que amava muito, mas que se preparava para o esganar. “Primeiro, eu tenho certeza. Segundo, ele pode estar seminu, mas fica ótimo assim. Terceiro, vou dançar com ele na jaula. E quarto," ela inclinou-se para mais perto, como se estivesse prestes a contar um pequeno segredo, "precisas mesmo de dar uma queca."
Chad olhou para a irmã: "Eu não preciso de queca nenhuma." Ele rosnou quando ela levantou uma sobrancelha para si.
"Precisas sim." Ela abriu uma gaveta e tirou um punhado de lingerie sensual.
"Não, não preciso." Chad fechou a mala antes que ela pudesse colocá-las lá, rezando para que fosse apenas uma enorme mala para pernoitar.
"Precisas sim." Envy sacudiu a lingerie no rosto dele como se quisesse fazer uma observação.
"Não, não preciso." Ele arrancou-as da mão dela.
"Não, não precisas." Ela estreitou os olhos com raiva.
"Preciso sim." Chad fez uma pausa, em seguida, deu um soco de punho cheio na lingerie pelo ar. "MERDA!"
Devon estava na sala, encostado à parede com os tornozelos cruzados e as mãos nos bolsos das suas calças de ganga... tentando não cair na gargalhada. A discussão deles fê-lo lembrar-se do seu relacionamento com os seus irmãos adoráveis.
Poderia dizer que Chad realmente se importava com Envy, por isso não se meteu entre eles. Chad apenas fazia o que sabia melhor... ser o irmão mais velho de uma ruiva. Não, ele não os impediria, mas pagaria um bom preço só para assistir.
Devon riu alto e tentou encobri-lo com uma tosse falsa. Alguém bateu à porta e os seus olhos azuis gelados se estreitaram a imaginar quem diabos estaria a visitar os irmãos antes do amanhecer.
"Devon, podes abrir para mim?" Chad chamou.
"Claro," respondeu Devon e afastou-se da parede antes de se mover em direção à entrada. Abrindo a porta, não pôde deixar de sorrir para o olhar surpreso no rosto de Trevor. "Olá Trevor, há quanto tempo."
Como prometido, Trevor viera conversar com Chad sobre o que vira na igreja. A última coisa que esperava era que Devon Santos abrisse a porta. Incapaz de controlar a sua reação, Trevor instantaneamente levantou o punho e bateu no nariz do jaguar... com força.
Devon recuou alguns passos e limpou o sangue do nariz. Olhou para Trevor, arreganhando os dentes. Antes que Trevor se pudesse mover, Devon derrubou-o para fora da porta e em direção ao jardim da frente.
As suas roupas rasgaram e caíram quando os dois mudaram para as suas formas animais. Devon circulou em volta do Kodiak e lançou-se com um grito alto de jaguar. Trevor rugiu e levantou-se sobre as patas traseiras enquanto tentava agarrar o jaguar preso às suas costas.
Lá dentro, Chad e Envy ouviram o rugido de Devon e correram pela casa até à porta da frente. Congelaram quando viram Devon a lutar com um urso enorme no seu quintal. O polícia ficou instantaneamente grato por não viverem a pouca distância de vizinhos.
Chad ligou o seu interruptor mental, desligando todas as emoções. Era algo que fazia clique dentro de si que sempre o deixava completamente calmo e frio... mesmo no meio de um tiroteio. Chegando ao coldre no quadril direito, Chad puxou a pistola e atirou uma vez para o ar, tentando chamar a atenção deles. Franziu o cenho quando aquilo nem sequer os perturbou e levou um soco no braço esquerdo.
"Avisa quando fores disparar essa coisa!" Envy exclamou enquanto segurava a mão sobre a orelha direita e se encolhia com o barulho alto.
Zachary afastou-se do carro com um suspiro enorme e olhou para as duas crianças a brigar. Uma vez mais, as cabeças mais frias teriam que intervir. Sorriu para a sua piada interna porque ninguém jamais usaria a palavra calmo para descrevê-lo. Levantando a mão à sua frente, disparou uma onda de calor em direção aos dois transmorfos, fazendo-os pular para trás quando uma única corrente de fogo correu pelo quintal, separando-os.
"Se não quiserem o vosso pelo chamuscado, é melhor transformarem-se em homens e fingirem ter um pouco de bom senso," alertou Zackary quando outra chama começou a crescer na sua mão estendida. "Vão agir como adultos ou crianças? Porque isso não faz nenhuma diferença para mim." Ele sorriu friamente quando a chama aumentou e se inclinou em direção ao alvo.
Sabendo que Zackary o faria, Trevor voltou a mudar de forma e olhou através das chamas para o seu oponente. Só de olhar para o homem que lhe roubara Envy, a sua pressão arterial ficou tão alta que precisou concentrar-se só para manter a forma humana.
Devon voltou a transformar-se, mas manteve a sua postura de luta, não confiando em Trevor, já que ele poderia atacá-lo. Ficou momentaneamente distraído ao ouvir o alto “Santo Deus” de Chad e rapidamente olhou para os irmãos. Vendo Envy de olhos arregalados para Trevor... que agora estava nu, Devon rosnou profundamente querendo a sua atenção de volta aonde pertencia... em si.
Envy esfregou a têmpora agora que os dois homens estavam nus, felizmente apenas com ferimentos leves. Devon mostrara-lhe o quão rápido podem os lobisomens curar-se, então ela sabia que com eles nada era tão mau quanto parecia. O seu olhar viajou por Trevor, ainda chocado por ela estar a namorar um urso maldito há tanto tempo e não saber disso.
Trevor sorriu ao apreciar que o rosnado de Devon indicava ciúmes... serviu bem a carapuça ao jaguar.
Chad pestanejou, imaginando quem lhe havia dado o ácido. Normalmente o mais calmo em más situações, ele inspirou profundamente e então afastou-se da porta para ficar à mesma altura. “Esta casa é minha, por isso jogamos de acordo com as minhas regras. A Envy vai ficar aqui comigo, e todos os que não são humanos vão embora.” Ele tentou fechar a porta, mas Envy impediu-o.
“Não sem a minha companheira,” Devon rosnou a tentar livrar-se do efeito de eco que recebia. Droga, quem