Dawn Brower

Conde Em Apuros


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se dado ao trabalho de aparecer. Eles seriam chamados para o jantar em instantes, e Lucas não tinha fome. Por que ele se submeteria à atividade? Esperava que Lia fosse estar lá e o esforço teria feito sentido. O que ele precisava mesmo era de um drinque. Se tivesse que socializar com as pessoas, era melhor fazer isso embriagado.

      – Olá, milorde – cumprimentou-o a loura. Estava tão perdido em pensamentos que não notou que ela se aproximara. Algo nela lhe parecia familiar, mas não conseguia situar o que era.

      – Olá… – Lucas ergueu uma sobrancelha. Maldição, queria poder lembrar o nome dela. Deve tê-la conhecido em algum momento. – Lady…

      – Anne – ela disse. – Conhecemo-nos no baile Loxton há alguns anos. Bem, mais que isso, na verdade…

      Desejou que aquilo tivesse reavivado sua memória, mas nada. O acontecido não tinha importância, no entanto. Seria benéfico para ele se ela percebesse que ele não fazia ideia de quem ela era. Mas havia algo que a dama podia fazer por ele. Lady Anne chegou com Lia, então ela devia ter informações sobre ela.

      – O baile Loxton normalmente fica lotado.

      – O senhor está certo. É um dos bailes mais concorridos da temporada. O senhor não foi esse ano. – Lady Anny sorriu descaradamente. Lucas conseguiu não se encolher. – Tenho certeza de que o lugar para onde preferiu ir era bem mais interessante.

      Ele provavelmente estava no clube se embebedando.

      – Eu não saberia dizer. – Lucas tinha que conduzir a conversa na direção que queria. – Você chegou mais cedo. Espero que tenha feito boa viagem.

      – É claro – respondeu ela. Lady Anne estava quase dando voltinhas. – Eu gosto de aproveitar o tempo e viajar mais devagar. Faz com que o trajeto seja mais suportável.

      Lucas se lembrou de manter a paciência. Esperara que ela desse informações sobre a companheira de viagem sem que ele precisasse perguntar. Dada a última declaração dela, não era provável que tal fato fosse acontecer. Ela disse eu e não nós, o que indicava que ela viajara sozinha. Lucas sabia que não tinha sido o caso, pois ele teve um vislumbre de Lia saindo da carruagem com ela. Precisava descobrir uma forma de fazer lady Anne falar sobre a companheira de viagem sem ter que perguntar diretamente.

      – Eu nunca tive paciência para viajar devagar. Prefiro chegar logo ao meu destino. A resiliência da senhorita é admirável.

      – Descobri que as melhores coisas valem a espera – disse lady Anne com um pouco de ousadia na voz. Ele devia achar a franqueza dela surpreendente, mas a essa altura da vida, nada mais o surpreendia. – Embora eu possa enxergar o apelo da gratificação imediata.

      Lady Anne estava flertando com ele. Uma parte dele estava lisonjeado, mas ele não estava nenhum pouco interessado nela. Deveria deixar suas intenções bem claras, mas ele ainda não tinha conseguido a informação que queria dela. Talvez um pouco de flerte ajudasse. Além disso, lady Anne parecia um pouco hábil demais naquela brincadeira. Ela provavelmente falava dessa forma com todos os cavalheiros com quem se encontrava, ou talvez ele estivesse esperando que fosse o caso, então teria uma desculpa para usá-la para conseguir informações sobre Lia.

      – O que a traz a Weston Manor?

      – Para a festa, é claro – respondeu ela. Ela mordeu o lábio inferior, então olhou ao redor da sala antes de voltar a olhar para ele. – Parece que eu perdi vários dos convidados por causa do meu atraso. Essa é a desvantagem de viajar no meu próprio tempo.

      – É sim – concordou ele. – Embora tenha sido melhor a senhorita não ter chegado antes. A casa estaria bem lotada.

      – Concordo. Às vezes é difícil ficar por perto quando tem gente demais. Admito que estou bem feliz por ter chegado mais tarde.

      Ou ela era a pessoa mais egocêntrica da Inglaterra ou ela esqueceu que não tinha viajado sozinha. Era possível que ele estivesse sendo um pouco dramático demais com aquela declaração. Ela podia não ser tão egoísta quanto ele estava pensando. A conversa tinha ficado tediosa, e ele queria pôr um fim a ela. Já estava tentando arrumar um jeito de escapar do jantar. Enquanto todos comiam, poderia procurar por Lia.

      – Nisso tem razão. A senhorita viajou sozinha?

      Lucas queria ser mais direito e perguntar se Lia tinha vindo com ela, mas não queria que lady Anne soubesse que ele a conhecia. Ele também estava cansado daquela conversa e queria pôr um ponto final nela. Quanto antes conseguisse uma resposta, mais rápido poderia sair da sala de estar.

      – Não – respondeu lady Anne. – Não seria prudente para uma dama viajar sozinha. Minha acompanhante vai comigo a todos os lugares. Ela estava cansada e preferiu se retirar. Por que pergunta?

      E era por isso que ele não queria perguntar de forma direta. Ele odiava pessoas intrometidas, especialmente quando não estava confortável para dar respostas.

      – Por nenhuma razão. Pareceu um assunto mais interessante que falar sobre o tempo.

      Ela franziu o cenho.

      – Confie em mim, ela não é muito interessante. Não há pessoa mais tediosa que a minha acompanhante.

      Ele duvidava. Se a dama que viajava com ela fosse mesmo Lia, ela tinha muitos segredos. Lady Anne provavelmente ficaria surpresa se descobrisse aquela informação em particular. Lucas poderia saber mais sobre Lia do que lady Anne, ao menos ele conhecia um pouco da história dela. Lia tinha fugido de um pai abusivo e era muito corajosa.

      – Acreditarei no que diz. Acredito que eles estão prestes a nos chamar para o jantar. – Ele faria um desvio para o lado oposto, mas ela não precisava saber disso. Ele, por outro lado, teria uma conversa com um dos criados. Onde eles tinham alocado a companheira de viagem? Lia não era uma criada, mas na sua posição atual, ela não podia ser considerada como sendo da alta sociedade.

      – O senhor pode estar certo – respondeu lady Anne. – Talvez estejamos sentados juntos e então poderemos continuar com a conversa.

      – Talvez estejamos. – Ele olhou para além dela. – Se me der licença, tenho que falar algo com lorde Seabrook antes de entrarmos. – Ele fez uma leve mesura. – Até mais tarde… – Com aquilo, ele a deixou sozinha. Havia outra pessoa que ele queria muito encontrar, e ele não poderia continuar sendo educado por muito mais tempo.

      Todo mundo já deveria estar na sala de jantar. Ao menos era o que Natalia esperava. Ela não queria ser pega entregando a carta para o amante de lady Anne. Ele podia não ser amante dela, mas com certeza era o que a mulher queria que ele fosse. Devia haver um motivo para ela pensar que ele gostaria da ideia. Sim, lady Anne queria se casar com ele, mas ela também o queria para algo mais.

      De alguma forma, Natalia se identificava com lady Anne. Havia um único homem que ela amaria para sempre e ficaria muito feliz se passasse o resto da vida ao lado dele. No entanto, não submeteria Lucas à tragédia que a sua vida continuava a ser. Ela nem estaria na Inglaterra se não tivesse a necessidade de encontrar a prima. Lucas estar em Weston Manor dificultava ainda mais as coisas. Mas nada disso importava agora. Ela tinha uma tarefa a cumprir, e iria terminá-la. Então poderia ficar no quarto até o amanhecer. Depois de verificar se lady Anne precisava de alguma coisa, procuraria pelo marquês e pela marquesa. Um deles deveria ter a resposta que precisava.

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