Dawn Brower

Seduzindo Uma Princesa Americana


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todos os segredos dele, e então talvez, depois que ela cumprisse aquela tarefa, ela pudesse voltar para casa. Desvendar tudo o que Julian Kendall era seria distração o suficiente, e algo lhe dizia que era algo muito mais atraente do que poderia sequer imaginar.

      CAPÍTULO QUATRO

      Brianne tinha se vestido com esmero para o baile dos Dewitt. Ela usava um vestido de seda roxa com renda branca sobrepondo o corpete. O cabelo castanho-dourado tinha sido enfeitado com pérolas entrelaçadas no coque. Ela queria estar animada com o baile, mas tudo o desejava era ficar em casa. Todas essas reuniões sociais tinham ficado tediosas.

      A mãe estava ao lado dela enquanto desciam as escadas. Não tinham anunciado a chegada delas formalmente, como faziam na Inglaterra, mas a lista de convidados era igualmente glamorosa.

      — Parece que todo mundo aceitou o convite da Sra. Dewitt — disse a mãe. — Você deve ter vários parceiros de dança esta noite.

      Brianne deu de ombros.

      — Acho que sim. — Mas ela não se importava. Talvez pudesse escapar e explorar a biblioteca. Olhar a coleção de livros de alguém revelava muito sobre o gosto deles e quem realmente eram.

      Elas foram até os anfitriões e os cumprimentaram, então a mãe a dispensou.

      — Vá falar com seus amigos e se divertir um pouco. — Às vezes a mãe era a pior acompanhante. Ela não se preocupava que um libertino fosse seduzi-la? — Vou sentar com as matronas e fofocar.

      — Certo — ela disse e foi em direção a um garçom que segurava uma bandeja de champanhe. Ela pegou uma taça e bebericou o líquido hedonístico.

      — Suponho que a senhorita goste de champanhe — disse um homem. Ela olhou para cima e encontrou os olhos de Julian.

      — Vá embora — disse ela. Brianne não precisava dele para arruinar a sua noite. Ela já não queria estar ali. — Ache outra pessoa para amolar.

      — Mas princesa — disse ele. — A senhorita é a minha pessoa favorita aqui. Por que eu a abandonaria em sua hora de necessidade?

      Ela revirou os olhos e então bebeu o champanhe em um único gole. Um garçom passou e ela colocou a taça vazia na bandeja.

      — Confie em mim, milorde — disse ela a Julian. — Eu não preciso do senhor.

      — É claro que precisa — insistiu ele e passou o braço pelo dela. — Venha dançar comigo.

      Seria rude dispensá-lo, então permitiu que ele a conduzisse até a pista de dança. As notas de uma valsa preencheram o salão. Ele a puxou para os braços e a conduziu com facilidade.

      — O senhor é bom nisso.

      — Em dançar? — Ele ergueu uma sobrancelha. — É o que se espera. Meu pai contratou os melhores tutores. Os filhos dele não poderiam embaraçá-lo em sociedade.

      Aquilo soava quase… sinistro.

      — O senhor não tem um bom relacionamento com o seu pai? — Brianne tinha um relacionamento maravilhoso com ambos os pais.

      — Nós nos damos bem — ele respondeu, mas não disse mais nada. Ele afastou o olhar e a girou pela pista de dança.

      Ela, provavelmente, deveria dizer alguma coisa, mas não sabia o quê. Às vezes não tinha ideia sobre como conversar fiado. Preferia ler um livro a falar sobre coisas inúteis. Felizmente, não precisou fazer nada. Ele voltou a prestar atenção nela e lhe lançou um dos seus sorrisos encantadores. O tipo de sorriso que levava uma dama a fazer coisas que normalmente não faria. Brianne queria acreditar que isso não a afetava, mas ela também não mentia para si mesma.

      — A senhorita está linda esta noite. — A voz dele parecia quente como o mel, pingando doçura.

      — O senhor não precisa fingir comigo — ela o repreendeu. — Eu não sou uma das suas conquistas. — Ela se recusava a ser.

      — Eu não faria isso com a senhorita — ele insistiu. — Não há fingimento entre nós.

      Brianne queria acreditar nele, mas não podia. Se se permitisse, poderia acabar desenvolvendo sentimentos de verdade por Julian. Algo nele a atraía. Mesmo quando ele estava sendo sarcástico, ela gravitava em direção a ele. Ele a tentava de uma forma que nenhum outro homem tinha tentado. As notas da valsa chegaram ao fim, e ele se afastou dela. Ela não olhou para trás enquanto deixava a pista de dança. Era hora de escapar e encontrar a biblioteca ou ao menos um lugar onde a presença de Julian não tomasse todo o espaço…

      Julian não tinha reunido tanta informação quanto gostaria. Seus relatórios estavam ficando cada vez menores. As sufragistas não tinham feito qualquer progresso em seu movimento, e ele aguardava ordens do escritório central. Até lá, ele continuaria na América e tentaria aproveitar o seu tempo naquele país.

      Hoje era feriado para os Ianques. Eles estavam celebrando o dia de Ação de Graças. Ele tinha sido convidado para jantar com a família Collins. Durante sua estadia em Nova Iorque, ele começou a gostar de toda a família. Até mesmo de Brianne… Sob alguns aspectos, ela era uma menina tola. Ela não parecia acreditar que houvesse qualquer razão para se fazer qualquer mudança na vida dela.

      Por algum motivo, apesar da sua missão de observar as sufragistas que queriam um monte de mudanças, Julian estava aborrecido com a atitude blasé de Brianne. Por que ela não queria mais direitos, mais liberdade, mais escolhas? Se lhe fossem negadas liberdades básicas, ele nunca aceitaria aquela situação.

      Debruçar-se sobre o funcionamento da mente feminina não ia ajudar em nada. O problema era que ele não fazia ideia do ajudaria. Mas aquilo seria assunto para outro dia. Ele tinha que ir para a casa dos Collins em breve. O jantar começaria logo e ele não queria cometer a falta de educação de chegar atrasado.

      Julian saiu de seu quarto no Gramercy Hotel e foi em direção à saída. Assim que chegou lá fora, ele seguiu em direção à casa dos Collins. Não levou muito tempo para chegar. Ele saltou os degraus dois por vez e então bateu na porta. Um homem com cabelo escuro e um pouquinho de cinza e prateado nas têmporas o cumprimentou:

      — Lorde Julian — disse ele. — Entre. William disse que o convidou. — William e o pai tinham voltado para a cidade algumas semanas antes. Julian ficou feliz pelo amigo estar de volta a Nova Iorque. Eles se reuniam com frequência no Player’s Club e divertiam um ao outro. Sua estadia na América tinha ficado bastante insípida e monótona.

      — Obrigado, Sr. Collins — disse ele. — Por favor, chame-me de Julian. Prefiro não me prender às formalidades. — Especialmente quando a maioria dos presentes ali seriam a família Collins. Ele não precisava manter qualquer aparência com eles.

      — Bem, Julian — o Sr. Collins começou. — Então preciso insistir que me chame de Rand. — Ele fez um gesto com a mão. — Venha comigo. Todo mundo está na sala de estar tomando uns drinques antes do jantar.

      Eles percorreram um curto corredor. As paredes eram de um rico tom de mogno e um macio carpete azul tinha sido disposto sobre o piso de nogueira. Arandelas alinhadas nas paredes iluminavam o caminho. Eles entraram na sala de estar. A luz do sol atravessava as imensas janelas que iam do chão ao teto e iluminava a sala.

      Lilliana Collins estava sentada em uma cadeira perto da lareira. O fogo ardia lá dentro, aquecendo o cômodo. William estava no canto mais afastado, servindo uma dose de brandy. Brianne estava sentada em um sofá, olhando para as mãos. Ele nunca a tinha visto se comportar com tal recato.

      — Julian — William gritou para ele. — Venha aqui, vou lhe servir uma bebida.

      Uma bebida talvez o ajudasse a enfrentar toda a refeição. Ele não queria estar ali. Se fosse honesto consigo mesmo, ele não tinha certeza do que queria. Estava tão cansado da falta