Dawn Brower

A Baía Kismet


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      Será que Tristan e sua prima teriam armado um encontro para ela? Como sabiam que ela estava interessada em Nicholas? Isso não importava, mas ela perguntaria para os dois da próxima vez que se encontrassem. Ela estava desejando passar a noite com Nicholas e agora ela poderia. A questão era o quanto ela queria que ele soubesse desse desejo? “Está tudo bem. Eu estava esperando encontrar minha prima aqui e foi um pequeno choque que você não é a Esmeralda.”

      “Me perdoe.” Ele falou. “Mas eu precisava vê-la novamente e na hora isso pareceu uma boa ideia.”

      Holly olhou com cuidado o que ele havia feito. Suas flores preferidas – lírios rosa e branco em um vaso no centro de uma das mesas. Um vinho Riesling branco perto delas, com duas taças vazias. Havia duas tampas cobrindo dois pratos, provavelmente para manter a comida aquecida. Se ele havia escolhido todas suas coisas preferidas, quais eram as chances de ele ter escolhido sua comida preferida também? Holly virou sua atenção para ele. Nicholas tinha trocado sua camisa manchada e colocado uma camisa azul, um tom mais claro que os olhos dele. Sua gravata combinava com eles perfeitamente. Seu terno escuro o deixava tão elegante que ela tinha vontade de se jogar em seus braços.

      “Então?”, ele levantou uma sobrancelha. “Você aprova tudo?”

      Ela inclinou seus lábios para cima, em um sorriso sensual. “Por enquanto, sim.” Holly removeu seu casaco de inverno e o colocou em um gancho próximo, então voltou sua atenção novamente para ele. “Me conte o que você preparou para a janta e eu decido se está perfeito.”

      “Frango marsala com macarrão integral.” Sua boca encheu de água imediatamente. Ele havia descoberto sua refeição preferida. Nicholas estava se revelando o homem perfeito e isso a assustava um pouquinho.

      “Como você…?”

      “Organizei isso?”, ele terminou a frase dela. “Sua família foi bem útil. Talvez você devesse conversar com eles sobre o perigo de compartilhar coisas com pessoas que eles não conhecem muito bem.”

      Havia somente um motivo para todos o terem ajudado. A Baía Kismet estava fazendo sua mágica. Nicholas tinha sido grosseiro e irritável da primeira vez que se esbarraram. O nome da cidade não significava “Destino” à toa. Seus fundadores, os ancestrais dela, acreditavam em destino. Eles foram salvos quando seu navio chegou ileso à baía. Desde então, aquela região parecia mágica, e uma das coisas que trazia às pessoas era o amor. O destino podia trazer outras coisas além de uma alma gêmea, mas você não deve ignorar quando seu amor verdadeiro cruza seu caminho. Esse era um dos motivos para Ivy se sentir tão melancólica o tempo todo. Gabriel tinha sido isso para ela. Sem ele, ela não tinha um pedaço dela. O Nicholas seria a outra metade de Holly? Sua família parecia acreditar nisso e Holly também começava a crer. Ela sentiu um magnetismo por ele e não poderia ignorá-lo. Ele também deveria sentir um pouquinho, já que estava tentando conquistá-la tão avidamente.

      “Os Stranges sempre confiam em sua intuição. Eles não o teriam ajudado se não acreditassem que era certo.” Ela não queria assustá-lo falando em destino e magia. Mas Holly queria fazer algo antes de tomar qualquer decisão. Ela diminuiu a distância entre os dois e envolveu o pescoço dele em seus braços. “Me beija”, ela comandou.

      Nicholas não precisou que ela repetisse. Ele se inclinou e tocou seus lábios nos dela. A magia sobre a qual estava pensando os envolveu e acendeu uma faísca que fez os dois intensificarem o beijo. A língua dele se enroscou na dela e ela sentiu uma infusão do gosto dele — canela e chocolate. Os dois ingredientes principais de seu chocolate quente…Holly gemeu com o aumento de seu desejo e ela queria deixar os dois nus para ver se eram compatíveis de todas as formas. No entanto, ela se segurou. Era cedo demais para ficar tão íntima dele. Holly deu um passo para trás antes de seguir um caminho que ela poderia se arrepender.

      “Isso…”

      “Eu sei”, ela falou para ele.

      Ele chacoalhou a cabeça. “Eu quero mais com você.”

      Holly sorriu para ele e amoleceu um pouco. Nicholas poderia vir a ser mais importante para ela do que sua própria felicidade. Ele poderia ser sua felicidade. Ela manteve sua irmã Ivy em mente e seguiu cuidadosamente. “Eu gostaria de ter tempo para descobrir o que é isso. Como poderemos fazer isso se você mora na cidade grande?”

      “Eu não sei”, ele respondeu francamente. “Mas eu quero tentar se você estiver disposta.”

      Holly assentiu. “Eu quero.”

      Nicholas a puxou de volta para seus braços e a segurou firmemente. “Eu nunca esperei encontrá-la quando vim para essa cidade com Gabriel, mas estou feliz que aconteceu. Mais tarde vou contar para ele que não quero ir com ele. Eu vou ficar na Baía Kismet no feriado. O resto…nós resolvemos no caminho.”

      Holly também o abraçou e fechou os olhos. Ela conseguiu seu maior desejo e não queria desperdiçá-lo. Histórias precisavam começar em algum ponto e esse era seu Era uma vez no Natal com Nicholas…

Revelação de Ano Novo

      CAPÍTULO UM

      O vento frio soprou, deslizando para dentro da jaqueta de couro de Nash King como se ela nem existisse. Ele esfregou as mãos tentando espalhar algum calor pelos membros quase congelados. Seu destino não estava tão longe. Mais alguns passos e estaria na Adega de Sabores da Uva e poderia passar uns momentos preciosos com o amor de sua vida — Leilia Strange.

      Eles eram melhores amigos desde a escola primária. Nash sempre a amou, mas infelizmente ela sempre o viu como amigo e nada mais. Alguns dias isso o incomodava mais do que ele queria admitir. Em outros, ele só era grato de poder pertencer à vida dela. Hoje ele esperava ser corajoso o suficiente para finalmente admitir para ela que a amava.

      Ele empurrou a porta da adega e entrou. Nash amava o que Leilia e sua irmã, Caprecia, tinham feito com a adega. Cada vinho estava separado por tipo e colocado em estantes espalhadas pela loja. Elas tinham até uma seção cheia de diferentes tipos de queijo, biscoitos e pães. Era confortável e convidativo. Em conjunto com a outra irmã, Ophelia, eram donas de um vinhedo nos arredores da cidade. Cada uma desempenhava um papel no vinhedo, mas Ophelia não se envolvia com a adega. Ela preferia trabalhar com a prima Amadea na Flores do Destino. A família Strange era responsável por muitos dos negócios e atividades da cidade. Seus ancestrais fundaram a cidade há mais de 200 anos.

      Nash adentrou mais fundo na adega em direção ao balcão de trás onde esperava encontrar Leilia. Ele não tinha uma boa desculpa para visitá-la, porém como vinha à adega com frequência, nem Caprecia nem Leilia estranhariam sua presença. Quando ele chegou ao canto ele a viu. Seus cabelos preto-azulados se espalhavam sobre seus ombros em magníficas ondas. De onde ele estava, não conseguia ver seus olhos, apesar de não precisar. O azul cobalto estava gravado em sua memória. Tudo sobre Leilia estava lá, na sua mente. Ele não poderia esquecê-la nem se tentasse, e certamente não queria esquecer. Ele deveria diminuir a distância entre os dois e falar com ela. Nash estava prestes a fazer isso quando Caprecia surgiu da sala dos fundos e deu uma leve batida de ombros em Leilia.

      “O que você ainda está fazendo aqui?” Caprecia perguntou. “Vá pra casa se arrumar para seu encontro.”

      Nash congelou no lugar. Que encontro? Leilia não havia mencionado para ele que teria planos de Ano Novo. Ele achava que contavam tudo um para o outro… Havia um jeito bem simples de descobrir. Tudo o que ele precisava fazer era caminhar até ela e puxar uma conversa. O resto sairia facilmente. Mas ele não conseguia fazer seus pés se mexerem e a dor que se espalhava pelo seu coração estava quase insuportável.

      “Ainda tenho bastante tempo”, Leilia respondeu casualmente. Ela manteve sua atenção no que ela estava encarando quando Nash veio em sua direção. “Eu preciso terminar o inventário antes de ir embora. Vendemos todo o moscatel e o espumante rosé.” Ela deu uma olhada no relógio de punho e suspirou. “Esse é um dos dias mais movimentados