Amy Blankenship

Coisas Perigosas


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Tabatha e rastejar para a cama com ela. Kane poderia dizer que o caído estava chateado, mas sentiu a raiva crescer dentro de si quando Kriss colocou o braço em volta dela, abraçando-a como um amante.

      Sentiu a sua paz estilhaçar-se e mais raiva tomar conta de si enquanto os observava. Concentrando-se bastante, a sua audição aprimorada começou a captar a conversa sussurrada. Franziu a testa por um momento ao perceber que o seu poder estava mais forte do que antes. Ficou surpreso e a sua carranca se aprofundou quando ouviu os batimentos cardíacos dela, mesmo a esta distância.

      “O Dean não quer que eu o encontre,” Kriss suspirou, questionando-se se era o demónio que Dean perseguia ou se era o caído que estava lá em baixo com ele. Desejou que Dean tivesse esperado. Havia algo na aura do outro caído que Kriss não confiava completamente. Ele esperava secretamente que Dean falhasse na sua busca por qualquer um deles.

      "Pergunto-me o que aconteceu," Tabby sussurrou. "Pelo que a Envy e o Devon disseram, o Dean ficou lá preso a maior parte do dia." Ela não podia deixar de imaginar Kane, sabendo que ele também lá esteve com o demónio e quase não sobreviveu.

      “Perguntar-lhe-ei assim que o encontrar,” respondeu Kriss, incapaz de esconder a preocupação na sua voz.

      "O Dean ama-te... ele não vai ficar longe por muito tempo." Tabatha fechou os olhos, esperando pelo bem de Kriss que estivesse certa.

      "Agora dorme," Kriss sussurrou de volta, esperando que ela estivesse certa sobre Dean voltar em breve. Ele não viu a aparência do outro caído porque ele movera-se muito depressa, mas sentiu-o por um momento antes que a aura do demónio o dominasse. Se só aquela sensação passageira o assombrava, então ele poderia imaginar o que Dean estava a passar.

      Os caídos eram tão raros que perdiam o fôlego quando estavam perto um do outro. A maioria pensava ser os anjos caídos da lenda que foram lançados à terra para ajudar a protegê-la..., mas as lendas são geralmente apenas meias verdades moldadas pelas palavras de homens que desejam um herói ou às vezes um inimigo.

      Os caídos vieram para a terra de outra dimensão... a mesma que os demónios. As lendas chamavam essa dimensão de Céu, mas estavam erradas.

      Os mitos diziam que eles destroem os demónios... mais uma vez, era apenas uma meia verdade. A Bíblia dizia que os caídos haviam acasalado com as belas mulheres da terra e que foram punidos por isso... e isso foi o mais próximo da verdade que os profetas já chegaram.

      A razão pela qual os caídos restantes evitavam o acasalamento com as fêmeas da terra... era porque o produto desses acasalamentos era o nascimento de demónios. Foram os caídos que criaram os demónios.

      Quando os primeiros caídos apareceram, havia muitos, mas quando os demónios nasceram e começaram a destruir o que os caídos amavam, eles voltaram-se contra os seus próprios filhos e lutaram. Os números em ambos os lados haviam diminuído e o selo entre as dimensões estava a fechar lentamente.

      Alguns dos caídos originais haviam desaparecido, pensava-se que haviam perdido as suas vidas para os demónios que geraram. A maioria dos sobreviventes escolheu voltar para casa para que não fossem tentados pela sedução das fêmeas humanas. Foram esses poucos que enviaram os jovens guerreiros de volta a este mundo para vigiá-lo… para proteger os humanos dos monstros.

      Havia apenas uma regra... não podiam acasalar com as fêmeas deste mundo para que não os matassem. Foi colocado um filho da raça verdadeira em cada ponto de energia da terra e apenas alguns deles sobreviveram por tanto tempo. As lendas diziam que eles eram imortais... as lendas estavam erradas.

      Os caídos não eram imortais, apenas viviam por longos períodos... milénios se aproximariam da sua expetativa de vida. Também podiam ser mortos pelos humanos e demónios... embora para um humano ter sucesso seria extremamente difícil.

      Syn conhecia as verdadeiras lendas e passou-as aos seus 'filhos'. Lembrando-se dessas lições, Kane agora entendia o quanto Kriss amava Tabatha... o suficiente para não a tomar como companheira... e o suficiente para não permitir que alguém que ele pensava que não passava de um demónio a possuísse. Parecia que ele não era o único com segredos obscuros. O canto dos lábios de Kane sugeriu um sorriso conhecedor quando se virou e foi embora.

      *****

      Envy e Devon esperavam no bar quando as primeiras pessoas começaram a chegar para a reunião. Ela e Kat estavam ocupadas a conversar e a tentar terminar de pôr em dia tudo o que aconteceu, enquanto Devon e Quinn apenas se afastaram e olharam para elas com uma sobrancelha arqueada.

      “Que língua estão elas outra vez a falar?” Devon perguntou.

      "Não há um nome para isso," afirmou Quinn. “É um ritual em que as mulheres participam regularmente. Começa de forma inocente, então, antes que percebamos, elas estão a fazer compras e nós estamos presos do lado de fora dos vestiários a segurar nas suas bolsas.”

      “Também ficas a segurar-lhe na bolsa enquanto ela entra em lojas femininas e compra lingerie que não tens permissão para ver até ao vosso aniversário,” Nick interrompeu com um sorriso.

      Warren pôs a mão no ombro de Nick. "Confia em mim, irmão, ficarás feliz em segurar nessas malas quando chegar a hora."

      Um par de braços envolveu o pescoço de Warren por trás e o rosto de Michael apareceu entre eles. "Isso significa que me levas às compras?"

      "Claro," disse Warren com um sorriso. "Vou-te levar àquela loja de bondage que tanto gostas."

      A expressão de Michael tornou-se sonhadora. "Oh sim, chicotes, correntes, estribos, chibatas... couro."

      "Mas que..." Nick de repente se levantou e afastou-se deles fazendo Devon bufar.

      "Homofóbico," Devon murmurou.

      "Cala-te!" Nick rosnou: "Ou eles mentem muito bem, ou é perturbadoramente verdade."

      A porta abriu-se e Steven entrou com Alicia e Jewel. Alicia vasculhou o armário e encontrou um lindo vestido de verão roxo para Jewel vestir até que conseguisse arranjar mais algumas roupas. Felizmente, ambas tinham quase o mesmo tamanho e altura, por isso Jewel seria capaz de se conformar por agora. Alicia também disse a Steven que até que ele conseguisse arranjar mais roupas a Jewel, que Jewel seria bem-vinda a vasculhar o seu armário o quanto quisesse.

      Steven imediatamente avançou até onde Quinn e Devon estavam sentados com Nick numa mesa em frente à área do bar de Kat.

      "Não estamos atrasados, pelo que vejo." Steven disse a sorrir por dentro quando viu Jewel sorrir para Alicia. Ele percebeu que não vira o seu sorriso até agora e imediatamente sentiu uma perda quando este deslizou dos seus lábios.

      Warren olhou em volta: "Na verdade, acho que estão cá todos."

      "Nem por isso," disse Envy. “Ainda falta o Chad.”

      Naquele exato momento, as portas se abriram e Chad entrou com Trevor e Zachary atrás dele.

      "O que raio está ele aqui a fazer?" Devon exigiu saber enquanto se levantava.

      “O Chad é polícia,” Envy lembrou-lhe. “Ele já sabe um pouco do que se passa e viu o que aconteceu no cemitério. Ele está nisto quer queira, quer não. Além disso," ela continuou, "ele será capaz de manter a polícia longe de vocês por um tempo.”

      “Não me referia ao teu irmão,” a voz de Devon assumira um tom perigoso.

      Kat acenou com a cabeça, vendo que Envy se preparava para assumir por engano Trevor também. Não querendo que houvesse uma batalha real, ela afastou-se do bar para se meter no caminho deles.

      "O Trevor também pode ficar," disse ela com firmeza e cruzou os braços sobre o peito. "Afinal... ele trabalha bem com os outros." Kat terminou com uma piscadela para o homem loiro que lhe deu uma saudação simulada.

      Quinn levantou-se da cadeira e foi até Kat, pondo o braço em volta da sua cintura para puxá-la para mais perto de si. "Vou ter que ficar de olho em ti... não vou?" Ele murmurou em