Manuele Migoni

Nova Ordem Mundial


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de desbloqueio; em todo caso, Pete Norton e seus sócios lhe haviam proporcionado outra identidade, mediante a qual Virginia Blade em sua nova vida seria nada menos que Eleanor de Bethencourt, como indica em sua conta; verificamos se, por acaso, Eleanor de Bethencourt corresponderia a outra pessoa que não fosse Virginia Blade, mas em nossas investigações não aparece nenhuma Eleanor de Bethencourt desaparecida e, de fato, as que estavam vivas até pouco antes de sua morte eram nascidas em dias, meses e anos diferentes dos indicados na informação dada por Pete Norton sobre Virginia Blade, se faz sentido o celular de Larry Belfiori; haveria que entender o porquê, ou seja, o motivo pelo qual quis se expor desta maneira, sabendo muito bem que, apesar da devolução do dinheiro, poderíamos acusá-lo.

      - Se refere por acaso a Larry Belfiori, o agente britânico?

      - Isso, temos uma gravação telefônica dele, escute um pouco:

       - Não há motivos para suspeitar de nenhum dos nomes que você implicou nesta história; sobre Virginia Blade, você deveria ter imaginado, era toxicômana, algo não funcionou como devia e morreu, e nossos Merries e Webb, que cada vez vinham vê-los estavam sempre controlados, talvez assustados, saíram com o rabo entre as pernas e não é certeza que com as mãos vazias; mas, também entre eles algo deu errado e neste momento é melhor devolver a cifra subtraída a Virginia Blade depois da sua overdose para que Merries e Webb fiquem em liberdade; dito isso sobre a morte de Virginia Blade, para garantir que o caso seja arquivado, fomos ao lugar do delito para infligir as 13 punhaladas sobre um corpo já falecido até que coisas se ajeitassem; agora chegou o momento de esclarecer as coisas e estabelecer as causas reais que levaram à sua morte; sem dúvida não será fácil explicar o porquê das punhaladas, mas temos certeza da overdose, então encontrem um médico honesto que esteja disposto a fazer a autópsia; agora tenho que ir, recuperem o quanto antes o dinheiro que pertenceu a Virginia Blade.

      3.

      - Em confiança, será um agente de primeiríssima importância, agora não sei, mas pessoalmente nunca ouvi falar dele – concluiu.

       Não sem dificuldades, o promotor do distrito Brian Richardson se encarregou de reunir o máximo de informação de delegados e membros da CIA.

      Mas, como se podia prever facilmente, em torno da figura de Larry Belfiori só havia um muro de silêncio.

      Sobre o caso relacionado à morte de Virginia Blade, por parte dos agentes Mary e Nicosia, frequentemente começaram a ver como o secretismo, o mistério que rodeava a figura do ex-oficial da Infantaria Real da Marinha, justificava o feito de haver podido agir sem ser incomodado em suas atividades, quase de forma atrevida.

      Sabia o que fazia e com quem podia contar.

      O suspeito era o desaparecimento de uma vultosa quantidade de dinheiro. Era um homicídio? E o quê ele encontrou no modo, já que fosse real ou suposto, de dar a entender de que não se tratava de um furto e tampouco de um homicídio.

      Do que se podia acusar a Larry Belfiori em suas atividades?

      Havia agido totalmente como um agente secreto e sobre o corpo morto de Virginia Blade não havia nenhum rastro dele.

      Além dos depoimentos de Jeff Terry, Mary e Nicosia podiam investigar se por acaso a probabilidade de que a morte do agente da CIA, Pete Norton, estivesse muito relacionada com a figura de Larry Belfiori.

      4.

       Agentes do FBI conversam com o juiz londrino Neil Price – Londres, Fevereiro de 2017

       - Verão, é possível que conhecesse o seu homem em circunstâncias totalmente insólitas, ainda que seja apenas porque não soube dizer com certeza se foi ele ou outro o que me chantageou, mas o fato de minha eleição como prefeito foi literalmente comprometida por esse indivíduo, ou por quem agiu para ele e, portanto, certamente por indicação de alguma eminência política relevante, me deu muito o que pensar, sobretudo porque, antes das eleições, uma prioridade que havia imposto a mim mesmo era de fazer uma limpeza em alguns bairros de Londres, ou seja, prender personagens como Riley Webb e o fato é que, na ligação chantagista que recebi de Larry Belfiori ou em seu nome, me indicaram precisamente ao grupo de Riley Webb como um grupo ao qual não deveria se incomodar, e sim deixá-lo fazer. Mas não sei se são conscientes de como foi exatamente o assunto.

      - Houve rumores de que se fez uma chantagem por umas fotos bem acima do tom com uma certa Elene e que se viu quase obrigado a perder.

      - Vejo que estou em boas mãos, mas acredito que só souberam disso em círculos muito restritos, por isso não tenho nada a temer, nem por minha integridade como marido, nem por minha reputação em geral.

      - Leva um tempo, Dr. Price, mas pode ficar tranquilo. Por outro lado, pode depender sobretudo de sua implicação com o “clã” Belfiori, exatamente por ter cedido à chantagem.

      - Até o final continuei recebendo testemunhos de consenso, de estima, apesar de já ter pensado na derrota. Mas este fato não podia senão me fazer pensar a fundo sobre quem queria quis na verdade me afastar e porquê. O porquê era o ódio, me pareceu claro desde o início, mas sobre quem me fez refletir, investiguei sem chegar a uma conclusão.

      - Achamos que Belfiori, com o resto dos seus homens, entre eles portanto Riley Webb, estão por trás da morte de uma cantora, Virginia Blade, da qual se seguiram outras mortes, todas envoltas no mais total mistério. Riley Webb esteve implicado diretamente, ainda que, segundo o mesmo Belfiori disse, que não foi ele quem a matou, e sim que simplesmente morreu de uma overdose, só que, evidentemente, depois do desaparecimento de uma grande soma de dinheiro, o mesmo Belfiori quis ver isso claro e mutilou o cadáver de Blade como se fosse um homicídio; agora é de vital importância para nós saber com exatidão como e por que o mesmo Belfiori se encontrava ali, a àquela hora, junto ao local do delito e como e por que pôde agir sem incômodo em sua alteração de provas e também por que Riley Webb, como ele mesmo nos confirmou, passou de ser um simples delinquente dos submundos londrinos a se encontrar nos Estados Unidos colaborando com Pete Norton, agente da CIA, para investigar o desaparecimento de uma cantora; investigação que durou até a morte da mesma cantora, certamente com total sucesso.

      - Perguntas mais que lógicas as quais está claro que não posso mais lhes dar resposta, mas faz pouco tempo que sigo Larry Belfiori, pelo fato de que ele possui agora essas fotos que, até que eu consiga recuperá-las, fazem com que minha posição como juiz, além de como político, fique muito comprometida.

      - Bom, seria útil a nós, juiz, saber simplesmente onde está.

      - Se lhes contasse o que é que faz Larry Belfiori na realidade durante, vamos dizer assim, seu “serviço”, não acreditaram em mim, porque no fundo não tem o porquê de se surpreender.

      - O quê? Explique-se.

      - Neste momento, por encargo de algumas multinacionais, está trabalhando para trazer imigrantes clandestinos diretamente dos seus lugares de origem ou ao menos da Líbia e do Egito, fazendo-o de uma maneira que não entrem no Reino Unido. Segue completamente a logística desses lugares, mediante colaboração de diversos traficantes e reparte os clandestinos sobretudo em outras nações europeias.

      - Mas deve haver uma sede de onde dirige tudo isso.

      - Sim, tem sua base em Bruxelas, precisamente a poucos passos do Parlamento Europeu, mas, que fique claro, senhores: Posso confiar em vocês no que diz respeito à recuperação dessas fotos?

      - Fique tranquilo, juiz, é um dos motivos pelos quais se faz necessário encontrar Larry Belfiori o quanto antes.

      - Minha secretária lhes dará logo os endereços exatos onde reside Larry Belfiori, serão mais de um pois normalmente costuma mudar de lugar e de domicílio e sempre está controlado por nós.

      5.

       Bruxelas, Março de 2017

      Desde o primeiro momento, para descobrir realmente de que natureza eram as ações de Larry