o mesmo perdera toda sua família no trágico acidente.A reação oscilou do espanto inicial á revolta.E agora?O que faria?
A primeira coisa que fez foi colaborar de todas as formas para uma recuperação mais rápida.O objetivo era se afastar o mais rápido daquele lugar triste e macabro que era o hospital.
Com uma semana de esforços,finalmente foi liberado e a primeira coisa que fez foi telefonar para um táxi.Esperou mais quinze minutos até a condução chegar,um palio azul e ao embarcar no mesmo cumprimentou o motorista e indicou o lugar de destino: A rodoviária.Ao seu sinal,o carro imediatamente partiu e enfrentando um tráfego intenso chegaram em quinze minutos até o local desejado.Philliphe pagou a passagem,despediu-se e desceu.Dirigiu-se até o guichê do estabelecimento onde foi informado que o próximo ônibus para Arcoverde chegava em uma hora.A fim de passar o tempo,atravessou a avenida,tomou suco com pão de queijo na lanchonete e ainda teve tempo de passar numa pequena livraria onde comprou suas revistas preferidas.Após,atravessou a avenida em sentido contrário e voltou á rodoviária.Comprou a passagem e esperou mais um pouco.
Chegando o ônibus com destino á sua querida Arcoverde,ele não perdeu tempo,entrando de imediato escolhendo uma das poltronas da frente.Espera mais um pouco e então finalmente é dada a partida.
Iniciava-se assim a viagem de volta.Durante o trajeto longo,teve tempo de refletir sobre o estado atual,puxou conversa com o vizinho de poltrona e aproveitou para ler as revistas que comprara.Quando se sentiu cansado,tomou um cochilo.
Três horas depois,acordou com os solavancos do carro e percebeu que estava próximo de sua terra,a querida Arcoverde de tantas histórias.Instantes depois,ele segura a mala,bate na cabine do motorista e pede parada.O motorista obedece,o ônibus para e finalmente ele desce,rumo ao seu sítio (quinze metros) ,próximo ao povoado de Caraíbas.Segurando o que restara das malas,demora mais quinze minutos até á sua casa e ao chegar,cai exausto na cama.Tentaria dormir para aliviar sua mente conturbada e só se levantaria no outro dia para dar um destino á sua pobre vida.
A noite densa na vida de Philliphe
Amanhece.Philliphe acorda,toma banho,troca de roupa,prepara e come o desjejum (pão com ovos),escova os dentes e parte para a cidade onde ia exercer sua função pública.Seu cargo era auditor fiscal da fazenda do estado,de alta hierarquia e remuneração,fruto dos seus esforços de concurseiro.
Em Vinte minutos de viagem,usando o seu carro próprio,já chega ao local do trabalho,o pólo da secretaria de fazenda do estado em Arcoverde,um prédio amplo de dois andares.Após ultrapassar o portão de entrada,passa por um corredor e mais uma porta e então tem acesso ao vão principal onde se localizam os grupos de trabalho.Gentilmente,cumprimenta seus colegas e é consolado pelo fato da tragédia.Agradece e inicia a labuta.Passa cerca de oito horas no local e em trabalhos externos com companheiros e nesta volta nenhuma anormalidade ocorreu.Ao concluir suas tarefas,despede-se,Faz o mesmo percurso em sentindo contrário,ultrapassa o portão de entrada-saída, e dirige-se para o carro que está estacionado na rua vizinha.Ao chegar,acomodasse no seu assento,liga a ignição e parte passando para resolver algumas pendências no comércio para só então ir embora.Pega a avenida principal do centro,dirige-se ao bairro boa vista e alguns instantes depois tem acesso á rodovia BR 232.
Com velocidade moderada,demora apenas quinze minutos para chegar em casa.Guarda o carro na garagem,aproxima-se da porta,usa a chave para abri-la e já dentro da casa dirige-se á cozinha e chegando no local retira da geladeira o almoço já pronto.Esquente no fogão o alimento e alimenta-se com certa pressa tamanha é a sua fome.Ao término do almoço vai cuidar de atividades domésticas e do sítio no restante do dia.Logo cedo,resolve dormir.
Nos outros dias seguintes,repete-se a rotina.Apesar de ser completamente normal,sua vida mudara de ponta á cabeça após a tragédia.Vivia apenas do trabalho para casa,se afastara dos amigos,da religiosidade e de si mesmo.Enfim,não acreditava mais em nada.
Psicologicamente,Philliphe estava arrasado,afundado num deserto sem fim.A todo o momento,perguntava-se :Que pecado cometera para cair em tal desgraça?Por que Deus não poupara sua família?O que faria da sua vida agora que estava só?Havia possibilidades de recuperação?
Por mais que o tempo passasse,não encontrava solução para seus problemas e a solidão que batia em seu peito cada vez mais forte.Estava vivendo uma noite bastante densa onde só havia desespero.
Avante,guerreiro,não desista!
O livro
O tempo avança mais um pouco e a situação mental de Philliphe é a mesma:Não conseguia conformar-se com as mudanças drásticas na sua vida.Mesmo consciente de que nada poderia mudar ,o seu inconsciente era incontrolável e falava mais alto.Fazia parte de sua personalidade e estava intrinsecamente ligado ás influências do seu Maktub.
Foi aí que algo interessante e inusitado ocorreu:Na data que completara seis meses da tragédia,fuçando na internet após o jantar encontrou um site de uma editora e um livro que realmente chamou muita sua atenção por tratar especificamente dum tema em que se enquadrava um pouco a vida desértica de sentimentos e esperanças que vivia no atual momento.O título era “A noite escura da alma” e o autor se chamava Aldivan Teixeira Tôrres.Instigado,resolveu comprar o livro,fazendo o cadastro no site e após todos os procedimentos imprimiu o boleto pois seria uma boa oportunidade de aprender e viajar um pouco enriquecendo o seu conhecimento e quem sabe ajudá-lo a despertar um pouco.Era esta a aposta.
Continuou mais um pouco navegando na internet,entre redes sociais,site de notícias,futebol,bate papo em chats,jogos,ouvindo música e pesquisando um pouco para ajudar em seu dia a dia,em sua profissão.No entanto,mesmo quando terminou a sessão de navegação,a questão do livro não saia de sua cabeça.
Cansado do dia que fora realmente corrido,dirigiu-se ao quarto para dormir.Aproximou-se da cama e antes de deitar,lembrou-se do boleto que tinha imprimido.Guardou-o em sua bolsa com intuito de não esquecer de pagá-lo no outro dia.Após o ato,finalmente relaxou.
A noite se seguiu,a madrugada chegou e próximo das seis horas da manhã, Philliphe finalmente acordou.Como sempre,levantou rápido,espreguiçou-se,foi ao banheiro,tomou banho,voltou ao quarto,vestiu roupas limpas e um sapato de camurça marrom que tinha comprado,dirigiu-se á cozinha e ao chegar lá,Junto ao fogão,estralou ovos com bacon,recheou o pão acrescentando requeijão.Depois,comeu algumas frutas e deu-se por satisfeito.
Escovou os dentes,lavou o rosto,foi ao banheiro defecar e ao término do ato,aproximou-se da pia da cozinha e lavou as mãos.Como era vaidoso,foi ao quarto e junto ao espelho do seu guarda roupa enorme,cuidou dos últimos detalhes,que incluía o tratamento do rosto com cremes,uso de perfume fino com fragrância de rosas, e por último pentear o cabelo que estava um pouco assanhado.
Pronto!Agora podia ir a garagem,pegar o seu carro possante e dirigir-se ao trabalho na sua querida Arcoverde.E é o que faz .Apesar do seu descontentamento com a vida,sempre fora responsável com seus compromissos e afinal trabalhar não era uma escolha e sim uma questão de necessidade.
Enfrentando o trânsito normal na pista da BR 232 e na área urbana da cidade chega finalmente ao trabalho após quinze minutos de esforço.Com muita educação,adentra na instituição e deseja um bom dia a todos os colegas de trabalho.Nem todos são recíprocos mas isto não importa.Já tinha feito sua parte.
Começa com seu trabalho burocrático e quando solicitado,sai com a equipe.Com muito profissionalismo e competência,se destaca na multidão.Estava de parabéns pela sua integridade e honra sempre postos á prova.
Ao final da oito horas,bate o ponto e vai embora.Como de costume vai tratar de outras pendências pessoais em bancos,financeiras,casas lotéricas,lojas,etc.Paga o boleto referente ao livro e então finalmente vai para casa.
Desta feita,encontra um trânsito congestionado mas mesmo assim chega a tempo em casa para cuidar das pendências domésticas e do sítio.Agora estava só e absolutamente tudo estava nas costas dele.
À