devem rezar assim:“Eterno pai,Senhor dos exércitos espirituais e carnais,eu vos peço a paz,a tranqüilidade,a alegria,a felicidade e vossa proteção na terra.Eu peço que onde quer que eu vá,meus pés caminhem para o sucesso,a bem aventurança e a santidade.Livra-me dos malfeitores,dos caluniadores,dos seqüestros,dos matadores de aluguel,das balas perdidas,dos estelionatários e de qualquer tipo de criminoso.Livra-me das forças espirituais opostas á minha a exemplo dos demônios,das feras espirituais,das potestades espirituais e de todas as suas artimanhas como magia negra,trabalhos,encantamentos e feitiçaria.Que as portas infernais não se aproximem,não me derrotem nem prevaleçam na minha vida.Enfim,que nada de mal me aconteça,nem a minha família nem a todos que me acompanham.Eu te peço pelos merecimentos da cruz,das sete mil virgens,dos espíritos puros,dos anjos,dos escolhidos e de todas as forças benignas.Deus meu,nunca me abandones.Amém.”
—Com que freqüência devemos rezar?(Rafaela Ferreira)
—Todos os dias,pois os inimigos esperam á espreita por um único deslize nosso.Quando for rezar,entre em seu quarto,e carinhosamente fale com o pai.Eu prometo que quem rezar esta oração com fé convicta,nada lhe faltará e no aspecto espiritual alcançará a proteção e uma predileção especial junto á Deus.Não desanimem,irmãos.A nossa força está na oração.(O filho de Deus)
—Muito obrigada.(Bernadete Sousa)
—Não foi nada.Continuemos,Rafael ?(O vidente)
—Sim,vamos-Respondeu ele.
O grupo volta a caminhar em sentido norte,rumo novamente á pista que dava acesso á rodovia BR 232.Próximo destino:Pesqueira,a terra da graça e da renda.
No caminho,encontram com conhecidos e desconhecidos e por educação,eles cumprimentam a todos.Naquele momento,tudo conspirava a favor e era necessário que eles continuassem seguindo seus próprios valores.
Como tudo em mimoso era próximo,em dez minutos ,o grupo alcança a pista e por coincidência,uma lotação vaga passa exatamente naquele horário.Eles então entram no automóvel,uma besta cor cinza com quinze lugares.
Com tudo pronto,a viagem é retomada.Viajando na pista,eles tem a oportunidade de contemplar a natureza agreste,passando pelas localidades de novo cajueiro,riacho fundo e Ipanema.Ultrapassando este ponto,restavam ainda catorze quilômetros a serem percorridos.
Enquanto o carro vai avançando,eles aproveitam e tentam distrair-se da melhor forma possível.Entre as principais,conversam,lêem livros,admiram a paisagem e observam os demais,alternadamente.
E assim o tempo passa sem ao menos eles perceberem.Chegando em Pesqueira, o carros os deixa no centro,em frente á catedral de Santa Àgueda.Daí eles partem em direção á lotação de Cimbres,que ficava algumas quadras dali,próximo á rodoviária local.
Ziguezagueando nas ruas,fazendo paradas estratégicas, a equipe do vidente chamava atenção por onde passava.Juntos,eles davam a entender que era um só corpo em busca da realização mútua.Além de estarem protegidos contra eventuais ataques.Que bandido se arriscaria a enfrentá-los?Mesmo desarmados,eles sabiam bem defender-se.
O tempo fica mais quente.Eles apressam o passo,encurtando a distância que ainda os separava do destino.Cada segundo era importante na vida daqueles que tinham pressa de vencer e serem felizes.
Foi assim que sem maiores contratempos, eles chegam na lotação.Eram exatamente 10:00 Hs e eles tem que esperar um pouco até completar os passageiros,os quais eram sete.Quando se completa,eles entram na lotação,uma van cor verde,com vidros laterais quebrados e iniciam a viagem.
Passam pelo centro,sobem pelo bairro caixa d’água e pegam uma estrada asfaltada mas precária.Enfrentando uma ladeira íngreme,pista estreita e curvas sinuosas,a van chega no topo da serra e pega a parte de planície.Isto gera um alívio em todos.
Agora faltava pouco.Os treze quilômetros restantes começam a ser percorridos diante duma pista quase sem movimento,por estarmos no início do ano de 2015,mês de janeiro.Num instante,nubla,nuvens escuras preenchem o céu,mas é só um alarme falso.A seca que durava já quase três anos prometia perpetuar-se por mais tempo,o que era uma lástima para todos.
Um pouco mais á frente,mais curvas e que são cumpridas com facilidade pelo motorista experiente chamado Toledo.Nada parecia agora amedrontá-los a não ser seus próprios medos internos.
Quinze minutos depois,eles concluem o trajeto e o carro os deixa no centro da vila,ás margens da praça e respectivamente em frente da Igreja de Nossa senhora das montanhas.Ao descer,eles pagam a passagem,despedem-se e começam a andar.Conseqüentemente,novas perspectivas surgiam.
A vila de Cimbres era um local histórico,um dos primeiros a serem descobertos pelos portugueses em suas andanças pelo interior do estado de Pernambuco.Não tinha se desenvolvido pelas dificuldades de locomoção imposta pela Serra mas já fora sede dum senado de Câmara cuja influencia estendia-se por todo o interior,por parte da Bahia,Paraíba e Alagoas.
Qual seria o motivo do vidente trazê-los ali?Um local que atualmente era área indígena,pertencente á nação xucuru, após longos anos de luta e sangue com os latifundiários locais.A resposta:Ninguém sabia.
O vidente segue pela rua principal da vila e seus amigos o acompanham sem perguntas.Fazem isso por respeito á ele e pela segurança que transmitia com suas palavras,carinho,tratamento e pelo seu aspecto.Parecia que aquele homem sabia o momento certo para cada coisa,ajustando-as perfeitamente.Nisto residia sua sabedoria,inteligência,dignidade,delicadeza e seu valor como filho de Deus.Algo realmente indiscutível.
Eles atravessam toda a vila e se aproximam do cemitério local.A cada passo dado,o filho de Deus mostra-se nervoso e irrequieto.O que ele pretendia?Seja o que fosse,era algo realmente importante para que tivesse dado o trabalho de chegar até ali,um local inóspito e assustador.
Eles chegam em frente ao local e como era dia,estava aberto a visitações.Adentram no recinto dos mortos,caminham entre as tumbas e param diante de uma delas.Neste instante,lágrimas teimosas escorrem pelo rosto do filho de Deus e todos se emocionam.Ele então entra em contato:
—Eu trouxe vocês aqui por um motivo:Para mostrar minha glória e minha humanidade.Antes de ser filho de Deus,eu sou um humano e como qualquer um carrego minhas dores e sofrimentos.Estamos diante da cova de meu pai,falecido quando eu tinha apenas quinze anos.Mesmo que ele tenha sido um pai distante,rígido,e ás vezes insensível, tenho que reconhecer que o mesmo era trabalhador,honesto e cumpridor de suas obrigações.Eu fui o único filho que ele permitiu estudar e através do meu esforço eu me considero um grande homem.Tenho absoluta certeza que ele viu meu sucesso e por isso não permitiu o meu trabalho como agricultor.Ainda bem!Que ele esteja em um bom lugar.(O filho de Deus)
—Ele está e por causa de sua ajuda.Suas súplicas insistentes e seu dia de voto amenizaram suas dores e sofrimento.Hoje ele está em paz.(Rafael)
—Javé Deus te ama muito e é capaz de tudo por você.(Completou Uriel)
—Sim,eu sei disso.O seu favor me acompanha sempre.(O filho de Deus)
—Eu também sofri,mestre.A separação daquele que considerava meu amor foi igual a uma morte.(Rafaela Ferreira)
—A minha maior dor foi a perda do meu filho.Fui obrigada pelas circunstâncias a retirá-lo.Mas não foi nada fácil.(Bernadete Sousa)
—E minha dor foi viver a perda da minha mãe e o fato de descobrir que meu pai era um crápula.Hoje minha família resume-se a Deus pai,a guardiã e a vocês.(Renato)
—Eu sei disso,meus irmãos!O que ofereço através do poder de Javé,meu pai,é a proteção,o alívio e a perspectiva de uma nova vida.Eu não ofereço uma utopia,eu sei que tem sofrimentos os quais nunca se esquece mesmo com o passar do tempo.(Aldivan)
—Então me toque,filho de Deus!Viaje na minha história-Pediu Bernadete Sousa.
O filho de Deus sorri e enxuga as lágrimas.Era o convite que esperava a fim de agir.Com