queria agradecer por tudo o que fez por mim. A propósito, quando estava atravessando a rua não te vi. De onde você surgiu? (O filho de Deus)
—Eu estava atrás do poste ao seu lado, telefonando. Quando percebi que o caminhão vinha para cima de você, não pensei duas vezes. (Emanuel)
—Meu muito obrigado mais uma vez. Você é daqui mesmo?
—Não. Estou a passeio. Moro num povoado de Ibimirim chamado Jeritacó.Já ouviu falar?
—Nunca. Não conheço Ibimirim mas tenho muita vontade.
—Que bom. E você? De onde é?
—Não tenho residência fixa. O meu mister de escritor me faz viajar constantemente em busca de aventuras.
—Ah, que legal. Olha, está muito ocupado? Queria conhecê-lo melhor.
O filho de Deus verifica o horário e constata que são 13:30Hs. Na verdade, seu horário era muito corrido, mas a conversa prometia e dar atenção era o mínimo que podia fazer por alguém que havia salvado a sua vida. Resolve aceitar a proposta.
—Tudo bem. Que tal se irmos a um restaurante aqui perto? Eu o convido para um almoço.
—Obrigado.Eu aceito. Eu estou mesmo com fome.
—Então me siga.
A dupla atravessa a avenida com mais cuidado e desce a rua sentido via correios. Após ultrapassarem uma dezena de estabelecimentos comerciais, encontram um local tranquilo cujo almoço era do tipo autosserviço.
Adentram no estabelecimento que se chamava massa delícia, escolhem uma mesa disponível, o filho de Deus guarda sua mochila na mesma e junto com seu novo amigo vão preparar seus pratos. Cada qual os preenche com os alimentos de sua preferência porque tinham bastante variedade. Ao final, pegam os talheres, pesam o prato, pegam a notinha e dirigem-se a mesa respectiva. Pedem algo também para beber o qual são prontamente atendidos.
Com alguns passos, chegam à mesa, acomodam-se em duas cadeiras ao redor dela e enquanto comem vão trocando informações.
—Como é seu nome mesmo? (Emanuel)
—Meu nome é Aldivan Teixeira Tôrres, mas também sou conhecido como filho de Deus, vidente e Divinha.Como disse, sou escritor, autor da série “O vidente”.
—Massa! E qual seu Gênero?
—Escrevo ficção romance. Meu objetivo na literatura é contribuir com a minha experiência de vida a fim de que muitos se transformem.
—Eu amo ler. Tem algum livro seu para me mostrar?
—Eu tenho. Espere um instante.
O filho de Deus pega sua mochila, a abre e tira um exemplar de seu primeiro livro publicado (Forças opostas) e entrega a Emanuel.Com um olhar rápido, o mesmo visualiza a sinopse, a capa, o sumário e a introdução e depois retoma o contato.
—Muito interessante. Gostei muito. Posso ficar com ele?
—Claro. É seu.
—Obrigado.
Emanuel guarda o livro ao seu lado e ambos ficam em silêncio por um instante concentrando-se no almoço. Por um momento, os olhos de Emanuel brilham como se tivesse tido uma ideia. Retoma o contato com o amigo ao seu lado.
—Olha, você acha que foi uma mera coincidência nosso encontro?
—Eu não sei. Eu não acredito em coincidências.
—Eu também não acredito e tenho uma proposta a lhe fazer.
—Qual?
—Quero ser seu parceiro em uma nova série.
—E o que o credencia para que eu o aceite?
—Eu tenho um dom especial. Consigo captar exatamente os pontos vitais dos problemas, os focos importantes de todas as histórias. Um exemplo foi ter te encontrado e salvo sua vida no momento preciso. Além disso, tenho contatos importantes por todo o mundo que lhe serão muito úteis.
—Ahan.Especificamente quais são estes focos?
—Relativos a área religiosa. Isto te interessa?
—Muito. E o que sugere como nossa primeira aventura?
Emanuel olha para o relógio em seu braço e parece se decepcionar. Após, retoma o contato.
—Quando você pode me visitar para que conversemos melhor?
—Ir a Jeritacó? Nem sei onde fica.
—Há lotação de Ibimirim para lá durante toda a manhã. Chegando lá, você se informa onde fica a minha casa. O povoado é pequeno e todo mundo me conhece.
—Ok. Vou pensar no seu caso e provavelmente se puder ir vai ser no sábado. Tem algum contato?
—Eu tenho celular, mas ele só pega área na cidade. Mas como disse chegando lá você me encontra. Bem, agora tenho que ir se não perco a lotação.
—Ok. Até.
—Tchau.
Emanuel aperta as mãos do filho de Deus e dirige-se a saída apressadamente deixando-o cheio de dúvidas. Entre as principais questões que se passavam em sua mente estavam: Quem era realmente ele? O que pretendia? Por que sentia que o conhecia há um longo tempo? Era realmente um grande mistério que o instigava cada vez mais. No entanto, no momento, estava muito atrasado e como não tinha avisado nada sua família deveria estar preocupada. A aventura ficaria para outro dia.
O filho de Deus então recolhe seu prato. Ajeita sua mochila e levanta-se caminhando em direção ao caixa. Entrega o prato, o recibo e o dinheiro. Espera o troco e quando o recebe sai do estabelecimento iniciando o percurso até o ponto de lotação o qual ficava bem próximo.
A largas passadas, segue em frente por uns trezentos metros, atravessa no mesmo cruzamento e ufa! Nada aconteceu, pois, o horário era de pouco movimento. Pega então a direita, caminha mais cem metros, dobra à esquerda e já chega ao destino.
Eram 14:30 Hs e por sorte ou razão do destino só faltava uma pessoa para o carro lotar. Imediatamente, dirige-se ao automóvel com a companhia dos fiscais e escolhe um bom lugar ao lado duma jovem loira esbelta e uma senhora de meia idade mais cheia na segunda carreira de poltronas da vã. Cumprimenta as duas rapidamente, o motorista e então é dada a partida. Despedia-se brevemente da sua querida Arcoverde prometendo voltar no outro dia.
O carro segue sentido centro-Boa vista-Rodovia BR 232 e enquanto corre em seu ritmo frenético o filho de Deus aproveita para puxar conversa com suas vizinhas de canto.
—Oi, tudo bem? Tu vens sempre a Arcoverde?
—Sim. Pesqueira tem poucas opções na realização de exames mais apurados o que me obriga vir sempre aqui. (Senhora de meia idade)
—Eu estava na casa de meu irmão. Havia séculos que não o visitava. (Jovem loira)
—Qual é o nome de vocês? (O filho de Deus)
—Georgia. (Senhora de meia idade)
—Karla. E o seu? (Jovem loira)
—Aldivan Teixeira Tôrres mas podem também me chamar de Vidente ou filho de Deus.
—Vidente? É sério? (Geórgia)
—Sim. Tenho um dom maravilhoso ainda não desenvolvido, mas que me é bastante útil. (O filho de Deus)
—Interessante. (Geórgia)
—E filho de Deus? Não é muita pretensão sua? (Karla)
—Não me tenham como prepotente. Não fui eu que escolhi este título e sim as entidades que me acompanham. (O filho de Deus)
—Caramba! Estou passada! (Karla)
—Cada