Морган Райс

Uma Marcha De Reis


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não a deixei lá.” Firth disse com orgulho. “Eu não sou burro. Eu me desfiz dela.”

      “E que punhal você usou?” Gareth perguntou, sua cabeça dava voltas com as implicações. Ele passou do remorso à preocupação; sua mente voava com cada detalhe do rastro que esse idiota e desastrado poderia ter deixado; cada detalhe que poderia conduzir até ele.

      “Eu usei uma que não pode ser rastreada.” Firth disse orgulhoso de si. “Era um punhal comum, totalmente impossível de identificar. Eu o encontrei nos estábulos. Havia quatro idênticos a ele. Ele não poderia ser rastreado.” Ele repetiu.

      Gareth sentiu seu coração na boca do estômago.

      “Era um punhal pequeno, com um cabo vermelho e uma lâmina curva? Pendurado na parede ao lado do meu cavalo?”

      Firth assentiu com a cabeça, agora seu olhar era duvidoso.

      Gareth o olhou furiosamente.

      “Seu idiota. Claro que esse punhal é rastreável!”

      “Mas não havia nenhuma marca nele!” Firth protestou soando assustado com sua voz trêmula.

      “Não há marcas na lâmina – mas há uma marca no cabo!” Gareth gritou. “Na parte de baixo! Você deveria ter examinado com mais cautela. Seu idiota!” Gareth deu um passo à frente, enrubescendo. “O emblema do meu cavalo está talhado na parte de baixo. Qualquer um que conhecer bem a família real poderá rastrear a lâmina e dar comigo.”

      Ele fitava Firth, que parecia perplexo. Gareth queria matá-lo.

      “O que você fez com ele?” Gareth insistiu. “Diga-me que o punhal está com você. Diga que o trouxe de volta. Por favor!”

      Firth engoliu em seco.

      “Eu me desfiz dele com muito cuidado. Ninguém jamais o encontrará.”

      Gareth fez uma careta.

      “Onde exatamente?”

      “Atirei-o na rampa de pedra que leva os dejetos do castelo até o pote sanitário. Eles esvaziam os potes no rio de hora em hora. Não se preocupe Alteza. Ele agora já está no fundo do rio.”

      Os sinos do Castelo de repente soaram e Gareth se virou e correu para a janela aberta, seu foi coração invadido pelo pânico. Ele olhou pela janela e viu todo o caos e confusão lá embaixo, as multidões ao redor do castelo. Os sinos a badalar só podiam significar uma coisa: Firth não estava mentindo. Ele tinha mesmo matado o rei.

      Gareth sentiu o sangue congelar em suas veias. Ele não podia conceber que tinha posto em marcha um mal tão grande. E que Firth, de todas as pessoas, o havia executado.

      De repente alguém bateu a sua porta e ela quando ela foi aberta, vários guardas irromperam por ela. Por um momento Gareth estava seguro de que eles iriam arrestá-lo.

      Mas para sua surpresa, eles pararam diante dele em posição reverente.

      “Vossa alteza, vosso pai foi apunhalado. O assassino pode estar à solta. Assegure-se de permanecer a salvo em seu quarto. O Rei está gravemente ferido.”

      Gareth sentiu um arrepio na nuca ao ouvir essas últimas palavras.

      “Ferido?” Gareth repetiu; a palavra quase atragantada em sua garganta. “Então ele está vivo?”

      “Sim, Alteza, e que Deus esteja com ele. Ele vai sobreviver e nos dirá quem realizou esse ato hediondo.”

      Os guardas fizeram uma curta reverência e deixaram a sala rapidamente, fechando a porta com força detrás de si.

      A raiva se apoderou de Gareth, ele agarrou Firth pelos ombros, empurrou-o pelo quarto e o jogou contra a parede de pedra.

      Firth olhava para ele, os olhos arregalados, fitando-o horrorizados, sem palavras.

      “O que você fez?” Gareth gritou. “Agora, ambos estamos arruinados!”

      “Mas… mas…” Firth gaguejou. “… Eu tinha certeza de que ele estava morto!”

      “Você tinha certeza de muitas coisas.” Gareth disse. “E todas elas estavam erradas!”

      Gareth teve uma ideia.

      “Aquele punhal…” Ele disse. “Nós temos de recuperá-lo, antes que seja tarde demais.”

      “Mas eu o joguei fora, Alteza!” Firth disse. “Ele foi levado pela correnteza do rio!”

      “Você o jogou na fossa. Isso não significa que ele já esteja no rio.”

      “Mas é onde é mais provável que ele esteja!” Firth disse.

      Gareth não podia mais suportar esse idiota, esse desastrado. Ele passou rápido por ele, saindo pela porta, Firth em seus calcanhares.

      “Eu vou com você. Eu vou mostrar-lhe exatamente onde eu o joguei.” Firth disse.

      Gareth parou no corredor, virou-se e olhou para Firth. Ele estava coberto de sangue e Gareth estava surpreso por ver que os guardas não haviam notado sua presença. Era pura sorte. Firth agora era mais inconveniente que nunca.

      “Eu vou dizer isto apenas uma vez.” Gareth grunhiu. “Volte para meu quarto de uma vez por todas, troque essas roupas e queime-as. Elimine qualquer vestígio de sangue. Depois, desapareça do castelo. Fique longe de mim esta noite! Você me entendeu?”

      Gareth o enxotou, então se virou e correu. Ele corria pelo corredor, desceu correndo a escada de pedra espiralada, andar por andar, em direção à ala dos servos.

      Finalmente, ele chegou até o porão, ao vê-lo os servos voltaram suas cabeças. Eles estavam em meio à rotina de esfregar panelas enormes e ferver baldes de água. Um fogo gigantesco se elevava no forno de tijolos e os servos com seus aventais sujos estavam banhados de suor.

      No fundo da sala, Gareth avistou um enorme pote no qual eram despejados os dejetos que eram conduzidos pela rampa de pedra a cada minuto.

      Gareth correu para o servo mais próximo e agarrou o braço dele desesperadamente.

      “Quando o último pote foi esvaziado?” Gareth perguntou.

      “Ele foi levado para o rio há poucos minutos, Alteza.”

      Gareth se virou e correu para fora da sala, desceu rápido pelos corredores do castelo, subiu de volta a escada em espiral e precipitou-se no ar fresco da noite.

      Ele corria ofegante através da relva do campo, em direção ao rio.

      Quando se aproximou do rio, ele encontrou um lugar para ocultar-se detrás de uma árvore enorme, perto da margem do rio. Ele viu os dois servos levantar o pote enorme de ferro incliná-lo e despejar o seu conteúdo na correnteza do rio.

      Ele observou o pote até vê-lo de cabeça para baixo e totalmente vazio, até ver os guardas regressarem com ele seguindo seu caminho de volta, em direção ao castelo.

      Finalmente, Gareth estava satisfeito. Ninguém havia encontrado o punhal. Onde quer que ele estivesse, estava agora na correnteza do rio, sendo lavado pelo anonimato. Se o seu pai morresse naquela noite, não haveria nenhuma evidência que conduzisse ao assassino.

      Ou sim?

      CAPÍTULO CINCO

      Thor seguia atrás de Reece, Krohn ia atrás dele enquanto traçavam seu caminho através da passagem  para os aposentos do rei. Reece os havia conduzido por uma porta secreta, oculta em uma das paredes de pedra e agora levava uma tocha, guiando-os enquanto caminhavam em fila no espaço apertado. Tentavam achar a saída através das entranhas do palácio em uma confusa e emaranhada série de voltas. Eles subiram por uma estreita escada de pedra que levava a outra passagem. Eles deram uma volta e diante deles havia outra escadaria, Thor estava surpreso de ver o quanto a passagem era intricada.

      “Essa passagem foi construída dentro do Castelo há centenas de anos.” Reece explicou sussurrando enquanto eles prosseguiam, respirando com dificuldade  à medida que subiam. “Foi construída pelo bisavô do meu pai, o terceiro Rei MacGil.