a faculdade, afinal de contas, então já compartilhavam bons sete anos de história. O casamento era o passo lógico para eles. E, mesmo assim, foi difícil para Keira.
Ela chamou novamente o comissário de bordo. "Quero outro," ela disse.
Ela precisava de algo para acalmar seus nervos. O homem ao lado dela olhou com desconfiança. Keira apenas olhou para ele com desprezo, e ele voltou sua atenção para o filme, fingindo que não estava bisbilhotando.
Ela rapidamente enviou uma mensagem de felicitações para Shelby e David, embora estivesse se sentindo mais amarga do que comemorativa. Não era algo que queria sentir. Ela preferiria mil vezes estar feliz por sua velha amiga de faculdade. Mas estava muito triste no momento, com seu coração muito machucado.
Ela verificou seu celular, perguntando-se se Shane entraria em contato com ela. Já havia se passado alguns dias desde a última vez que se falaram e ela não tinha tido nenhum contato com ele. Ele prometeu que eles poderiam permanecer amigos, mas claramente aquilo era apenas algo que ele disse no momento. Ela duvidava que ele tivesse alguma intenção de cumprir essa promessa. Nem mesmo uma mensagem para dizer como estava Calum, ou uma das irmãs. Tanto para amigos…
Ela bebeu a segunda bebida e não demorou para que os efeitos do álcool começassem a fazer efeito. Sentindo-se sonolenta, Keira se ajeitou em seu assento e deixou o sono dominá-la.
É melhor dormir durante a infelicidade, ela pensou.
Keira caiu no sono e começou a sonhar. Sua mente evocou as imagens da Itália que olhou no iPad. No sonho, ela estava vestida com trajes de maratona e coberta de lama. Ela tinha que correr até a Costa Amalfitana para assistir ao casamento de Shelby e David. Mas, quando finalmente chegou, ofegante e coberta de lama, percebeu que todos estavam usando uma máscara. E, quando David tirou a dele, ela viu que era Shane. A mulher com quem ele estava casando? Era Bryn.
Keira andou pela praia na direção deles.
"Como você pôde me trair desse jeito?" Ela gritou, olhando horrorizada para Shane. "Achei que seu pai estivesse doente, que era por isso que não podíamos ficar juntos."
Ele encolheu os ombros com indiferença. "Eu inventei aquilo," foi sua resposta fria. "Eu terminei com você porque sua irmã é muito mais gostosa."
Keira, então, olhou para Bryn. "Você mentiu para mim todo esse tempo! Minha própria irmã!"
Mas Bryn parecia completamente inabalável. "O que eu deveria fazer?" Ela deu de ombros. "Ele tem um corpo incrível."
Dominada pela emoção, Keira olhou ao redor dela, desesperada, ofegante. Um a um, os convidados sentados removeram suas máscaras. O primeiro a se revelar, Keira percebeu com horror, era outro Shane. O par desse Shane era Julia, a garota com quem Zach a traiu. Ao lado daquela versão de Shane, outro Shane foi revelado, desta vez com Maxine. E de novo, de novo e de novo, Shane com Shelby, Shane com Tessa, a garota da Irlanda que ela achou que Shane havia transado, Shane com sua mãe. Repetidamente. Para onde quer que Keira olhasse, os convidados do sexo masculino se transformavam em Shane
Ela caiu de joelhos e começou a chorar. Mas, de repente, alguém segurou seu cotovelo. Ela olhou para cima, o sol encobrindo sua visão, e viu os mais belos olhos castanhos alinhados com cílios longos.
“Keira, não chore," disse o homem com um leve sotaque cantado italiano.
"Quem é você?" Ela perguntou, permitindo que ele a levantasse.
"Você não me reconhece?" Ele perguntou, sorrindo.
Seu rosto era perfeito, Keira percebeu enquanto o olhava. Ele era tão lindo que ela sentiu seus joelhos enfraquecendo.
De repente, ele a segurou em seus braços. Ele a embalou contra o peito, segurando-a facilmente, como se ela fosse leve como uma pena. O mar estava avançando em seus tornozelos. Eles estavam de pé no oceano.
"Você ainda não me disse seu nome," perguntou Keira novamente.
O homem riu, um som que era pura música aos seus ouvidos.
"Não preciso lhe dizer, você já sabe," ele disse.
Keira ficou confusa. Então, o nome veio à tona, repentinamente e com muita clareza.
"Você é Romeu?" Ela perguntou sem acreditar.
O homem sorriu, seu rosto vivo com a beleza. "Sim. Eu sou Romeu. Seu Romeu."
Ele se inclinou em sua direção, lentamente, seus lábios apenas a milímetros de distância.
Um súbito solavanco fez com que Keira acordasse. Ela olhou ao redor, desorientada, assustada por estar em um avião. Eles estavam descendo através das nuvens e o sinal de cinto de segurança estava ligado. A aterrisagem deve ter começado. Ela dormiu a viagem inteira.
O sonho a deixou ofegante. Ela tocou seu peito, sentindo o coração tremular sob sua camisa. Sua cabeça ainda estava girando sob o efeito do licor que ainda não havia passado com a dormida.
“Acho que você estava tendo um pesadelo," disse Garret.
Keira esfregou suas têmporas, lembrando-se do sonho estranho que teve. "Sim, acho que você está certo. A princípio. Estava sendo assombrada pelo meu ex-namorado que estava casando com minha irmã. E todas as minhas melhores amigas. E com minha mãe."
O homem parecia confuso. Keira perguntou-se o que ele realmente pensou dela. Pela expressão dele, ela teve a impressão que ele a achou uma doida. Uma lunática.
O avião aterrissou com um estremecimento, e começou a andar pela pista. Quando finalmente estacionou, o homem ao lado de Keira levantou no mesmo segundo em que a luz do cinto de segurança desligou.
"Evitando as filas," ele disse, encabulado.
"Claro," respondeu Keira com um sorriso peculiar.
As portas da cabine foram abertas e Garrett saiu por elas. Keira riu para si mesma. Ela divertiu-se com sua falsa identidade. Talvez Bryn não fosse tão tola como sempre pensou!
Ela juntou suas coisas, tirou o cinto de segurança e, então, pegou a bolsa do compartimento de bagagem. Andando ao longo do corredor, Keira pensou em como a brincadeira que havia feito com Garrett precisaria ser colocada em ação. Durante as próximas três semanas, ela teria que fingir ser alguém que não era, alguém que ainda acreditava no amor. De alguma forma, ela tinha a sensação de que isso seria muito mais difícil do que ser a sommelier.
Ela saiu do avião e deixou o sol quente acariciar sua pele. Era muito mais agradável do que o tempo frio que tinha deixado para trás em Nova York. Havia algo sobre o sol que sempre a fazia sentir-se otimista. O sol fazia tudo parecer mais bonito e, embora não pudesse ver muito da Itália além do aeroporto, as colinas ao redor pareciam deslumbrantes na luz brilhante.
Ela seguiu em direção ao saguão, sabendo que logo iria encontrar seu guia turístico. Pela primeira vez desde que saiu de Nova York, ela se deixou imaginar que seu Romeo a estava esperando…
CAPÍTULO SEIS
Após pegar a mala e ir para área de desembarque, a mente sonhadora de Keira ficou a mil. Ela havia ligado o Romeu de seu sonho com o guia turístico que estava prestes a conhecer, transformando-o em uma pessoa de carne e osso que iria levá-la às nuvens com esta personalidade fogosa e apaixonante. Ela mal podia esperar para conhecê-lo!
Ela ficou de pé com a mala, olhando ao redor no movimentado aeroporto de Nápoles. Havia várias pessoas segurando placas e quando Keira viu a dela, seu coração disparou. O homem segurando a placa era um gato.
Keira sentiu uma carga de eletricidade atravessar seu corpo enquanto se apressava.
"Oi, sou Keira," ela disse, apontando para a placa com o nome dela.
O homem olhou para ela, confuso e, então, olhou para a placa. "Isso?" Ele começou a rir. "Eu estava apenas segurando para um cara enquanto ele foi ao banheiro."
Naquele momento, Keira viu um homem saindo do banheiro e indo em sua direção. Ele era baixo, gorducho, desleixado, mal vestido com uma camisa cinza manchada e calças jeans largas, e o pouco cabelo que restava