Блейк Пирс

Arrebatadas


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o salvamento de April das garras de um louco que a aprisionara para se vingar de Riley.

      April desapareceu de vista e depois surgiu novamente a guinchar de prazer. Pulava no trampolim da vizinha de quem ficara amiga, uma adolescente da idade dela que até frequentava a mesma escola.

      “Tem cuidado!” Disse Riley a April.

      “Está tudo bem, mãe!” Gritou April sem fôlego.

      Riley riu novamente. Era um som pouco familiar que jorrava de sentimentos de que já quase se esquecera. Queria habituar-se novamente a rir.

      Também se queria voltar a habituar à expressão de alegria estampada no rosto da filha. Ainda há pouco tempo April se mostrara demasiado rebelde e caprichosa, mesmo para uma adolescente. Mas Riley não a podia culpar. Ela sabia que deixara muito a desejar enquanto mãe e só queria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para mudar essa situação.

      Isso era uma das coisas de que mais gostava em estar de licença do trabalho de campo, um trabalho que lhe roubava muitas e imprevisíveis horas em locais distantes. Agora o seu horário coincidia com o de April e Riley temia a probabilidade de que um dia as coisas tivessem que mudar.

      O melhor é aproveitar enquanto posso, Pensou.

      Riley voltou para dentro de casa mesmo a tempo de ouvir a campainha tocar.

      Disse alto, “Eu vejo quem é, Gabriela.”

      Abriu a porta e ficou surpreendida por ver diante de si um homem sorridente que nunca tinha visto antes.

      “Olá,” Cumprimentou o homem timidamente. “Chamo-me Blaine Hildreth e vivo aqui ao lado. A sua filha está lá com a minha filha Crystal.” Estendeu uma caixa a Riley e acrescentou, “Bem-vinda à vizinhança. Trouxe-lhe um pequeno presente de boas-vindas.”

      “Oh,” Disse Riley, espantada com aquela insólita cordialidade. Levou algum tempo a dizer, “Entre, por favor.”

      Aceitou a caixa desajeitadamente e convidou o vizinho a sentar-se numa cadeira da sala de estar. Riley sentou-se no sofá, segurando a caixa que Blaine lhe oferecera no colo. Blaine Hildreth olhava para Riley ansiosamente.

      “Foi muito amável da sua parte,” Agradeceu Riley ao mesmo tempo que abria o pacote que continha um conjunto de coloridas canecas de café, duas decoradas com borboletas e as outras duas com flores.

      “São adoráveis,” Disse Riley. “Toma café?”

      “Aceito,” Respondeu Blaine.

      Riley chamou Gabriela que logo surgiu vinda da cozinha.

      “Gabriela, pode trazer-nos café nestas canecas?” Pediu Riley, entregando-lhe duas das canecas. “Blaine, como prefere o seu?”

      “Simples, obrigado.”

      Gabriela levou as canecas para a cozinha.

      “Chamo-me Riley Paige,” Apresentou-se a Blaine. “Obrigado pela visita e obrigado pelo presente.”

      “De nada,” Disse Blaine.

      Gabriela regressou com duas canecas de delicioso café quente e depois voltou para a cozinha. Para seu constrangimento, Riley deu por si a tirar as medidas ao seu vizinho. Agora que era solteira, não conseguia resistir. Esperava que ele não tivesse reparado.

      Que se dane, Pensou. Talvez ele esteja a fazer o mesmo comigo.

      A primeira coisa em que reparou foi que não tinha aliança de casamento. Imaginou que seria viúvo ou divorciado.

      Depois, calculou que teria mais ou menos a sua idade, talvez um pouco mais novo, quase nos quarenta anos.

      Por último, era atraente ou, pelo menos, razoavelmente atraente. Começava a apresentar os primeiros sinais de calvície, o que não era necessariamente negativo. Também parecia ser magro e estar em forma.

      “Então, o que faz na vida?” Perguntou Riley.

      Blaine encolheu os ombros. “Sou dono de um restaurante. Já ouviu falar do Blaine’s Grill na baixa?”

      Riley ficou agradavelmente impressionada. O Blaine’s Grill era um dos locais mais simpáticos para se comer em Fredericksburg. Ouvira dizer que os jantares eram magníficos, mas ainda não tivera a oportunidade de experimentar.

      “Já lá estive,” Disse.

      “Bem, é meu,” Afirmou Blaine. “E você?”

      Riley respirou profundamente. Nunca era fácil partilhar com um desconhecido a sua profissão. Sobretudo com os homens que não raro se sentiam intimidados.

      “Trabalho no FBI,” Disse. “Sou agente de campo.”

      Os olhos de Blaine dilataram-se.

      “A sério?” Perguntou.

      “Bem, de momento estou de licença. Estou a dar aulas na academia.”

      Blaine inclinou-se mais na sua direção, demonstrando um crescente interesse.

      “Uau. Imagino que tenha histórias incríveis. Gostava de ouvir alguma.”

      Riley riu-se nervosamente. Ocorreu-lhe se alguma vez conseguiria falar sobre algumas das coisas que vira fora do FBI. Talvez fosse ainda mais difícil falar sobre as coisas que tinha feito.

      “Não me parece,” Disse rispidamente. Riley percebeu que Blaine se retraiu e que o seu tom tinha sido bastante indelicado.

      Blaine baixou a cabeça e declarou, “Peço desculpa. Não queria fazê-la sentir-se desconfortável.”

      Conversaram durante mais alguns minutos, mas Riley tinha consciência de que o seu novo vizinho se mostrava agora mais reservado. Depois de Blaine educadamente se despedir, Riley fechou a porta e suspirou. Teve a noção de que não se mostrara acessível. A mulher que agora iniciava uma nova página na sua vida era a mesma Riley de sempre.

      Mas aquilo não interessava. Uma relação amorosa era a última coisa de que precisava naquele momento. Precisava de clarificar algumas coisas na sua vida e ainda agora começava a avançar nessa direção.

      Ainda assim, tinha sido agradável conversar durante algum tempo com um homem atraente e um alívio ter finalmente vizinhos – e ainda para mais vizinhos simpáticos.

      *

      Quando Riley e April se sentaram à mesa para jantar, April não tirava as mãos do smartphone.

      “Pára de enviar mensagens,” Disse Riley. “É hora de jantar.”

      “Só um minuto,” Disse April, continuando a teclar.

      Riley estava ligeiramente irritada com o comportamento tipicamente adolescente de April. Mas a verdade era que havia uma vantagem. April estava a portar-se lindamente na escola naquele ano e a fazer novos amigos. E por aquilo que Riley já pudera observar, não havia dúvidas de que eram bem melhores do que aqueles com quem April se dera antes. Riley imaginou que April estava a trocar mensagens com um rapaz de quem gostava apesar de, até àquele momento, April não o ter mencionado uma única vez.

      April parou de teclar quando Gabriela veio da cozinha com um tabuleiro de chiles rellenos. Ao colocar os fumegantes pimentões recheados na mesa, April deu uma risadinha maliciosa.

      “Suficientemente picante, Gabriela?” Perguntou.

      “Sí,” Respondeu Gabriela, também a rir.

      Era uma piada recorrente entre as três. Ryan não gostava de comida demasiado condimentada. Na verdade, não podia ingerir comida condimentada. Mas para April e Riley, quando mais picante melhor. Gabriela já não tinha que se conter, pelo menos não tanto como anteriormente. Riley duvidava que ela e April aguentassem as receitas guatemaltecas originais de Gabriela.

      Quando Gabriela acabou de colocar a comida na mesa, dirigiu-se a Riley, “O senhor é guapo, não?”

      Riley sentiu-se