Фиона Грейс

Assassinato na Mansão


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confiança. "Eu sou Lacey Doyle. Sua nova vizinha".

      A mulher olhou para a mão dela com nojo, como se estivesse coberta de germes. "O quê?"

      "Eu sou sua nova vizinha", repetiu Lacey, com o mesmo tom confiante. "Acabei de assinar um contrato de locação deste local."

      A mulher parecia ter acabado de levar um tapa na cara. "Mas..." ela murmurou.

      "Você é dona da boutique ou só trabalha lá?" perguntou Lacey, tentando fazer a mulher atordoada voltar a si.

      Ela assentiu, como se estivesse hipnotizada. "Sou a dona. Meu nome é Taryn. Taryn Maguire". Então, de repente, balançou a cabeça, como se estivesse superando a surpresa, e forçou um sorriso amigável. "Que bom ter uma nova vizinha. É um ótimo espaço, não é? Tenho certeza de que o fato de ser escura também funcionará a seu favor, esconde a falta de cuidado".

      Lacey se conteve para não levantar a sobrancelha. Anos lidando com o comportamento passivo-agressivo da mãe a haviam treinado para não se importar.

      Taryn riu alto, como se tentasse abafar a crítica velada. "Então, me diga, como conseguiu alugar este lugar? Ouvi dizer que Stephen ia vender".

      Lacey apenas deu de ombros. "Ele ia. Mas houve uma mudança de planos".

      Taryn parecia ter chupado um limão. Seus olhos dispararam por toda a loja, com o nariz arrebitado que já havia sido apontado para Lacey hoje, parecendo chegar ainda mais longe em direção ao céu enquanto a aversão de Taryn se tornava cada vez mais aparente.

      "E você venderá antiguidades?" acrescentou.

      "Isso. Meu pai trabalhava no ramo quando eu era criança, por isso estou seguindo os passos dele em sua homenagem".

      "Antiguidades", repetiu Taryn. Evidentemente, a ideia de uma loja de antiguidades ao lado de sua boutique estilosa a desagradou. Seus olhos se fixaram nos de Lacey como os de um falcão. "E você tem permissão para fazer isso, não é? Cruzar o oceano e montar uma loja?"

      "Com o visto certo", explicou Lacey, friamente.

      "Isso é... interessante", respondeu Taryn, claramente escolhendo suas palavras com cuidado. "Quero dizer, quando um estrangeiro quer um emprego neste país, a empresa precisa fornecer evidências de que não há nenhum britânico apto a preencher a vaga. Estou surpresa que as mesmas regras não se apliquem à administração de uma empresa...". O desdém em seu tom estava se tornando cada vez mais evidente. "E Stephen acabou de alugar para você, uma estranha, assim do nada? Depois que a loja ficou vazia há o quê... dois dias?" A polidez que ela se forçara a expressar antes parecia estar desaparecendo rapidamente.

      Lacey decidiu não morder a isca.

      "Realmente, foi um golpe de sorte. Stephen estava na loja quando eu vim aqui dar uma olhada. Ele estava arrasado porque o antigo locatário abandonou tudo e deixou um monte de dívidas para ele pagar, e acho que as estrelas simplesmente se alinharam. Eu o estou ajudando, ele está me ajudando. Deve ser o destino".

      Lacey percebeu que o rosto de Taryn ficou vermelho.

      "DESTINO?" ela gritou, a agressividade-passiva se transformando simplesmente em agressividade-direta. "DESTINO? Eu tenho um contrato com Stephen há meses, dizendo que, se a loja estivesse disponível, ele a venderia para mim! Eu pretendia expandir minha boutique adquirindo a dele!"

      Lacey deu de ombros. "Bem, eu não comprei. Estou alugando. Tenho certeza de que ele ainda tem esse plano em mente, para vender para você quando chegar a hora. Só que a hora não é agora".

      "Eu não posso acreditar!" Taryn lamentou. "Você aparece do nada aqui e o convence a alugar novamente? E ele assina dentro de alguns dias? Você o ameaçou? Fez algum tipo de vodu contra ele?"

      Lacey se manteve firme. "Você terá que perguntar-lhe por que ele decidiu alugar para mim em vez de vender para você", disse ela, mas, em sua mente, pensou: Talvez porque eu seja uma pessoa legal?

      "Você roubou minha loja", Taryn concluiu.

      Então ela se afastou, batendo a porta, enquanto seus longos cabelos escuros balançavam atrás dela enquanto caminhava.

      Lacey percebeu que sua nova vida não seria tão idílica quanto esperava. E que a brincadeira sobre Taryn ser sua gêmea do mal se tornou realidade. Mas havia uma coisa que ela poderia fazer sobre isso.

      Lacey trancou a frente da loja e caminhou com propósito pela rua em direção ao salão de beleza, onde entrou pisando forte. A cabeleireira ruiva estava sentada, folheando uma revista, numa evidente pausa entre clientes.

      "Posso ajudar?" ela perguntou, levantando os olhos para Lacey.

      "Está na hora", disse Lacey com determinação. "Hora de ter cabelos curtos".

      Era outro sonho que ela nunca teve coragem de realizar. David adorava seus cabelos longos. Mas não havia como ela se parecer com sua irmã gêmea do mal por mais um segundo. Chegara a hora. Hora de passar a tesoura. Hora de largar a velha Lacey que ela fora. Esta era sua nova vida, e ela seguiria suas próprias regras.

      "Você tem certeza de que quer cortar?" a mulher perguntou. "Quero dizer, você parece determinada, mas eu tenho que perguntar. Não quero que se arrependa depois".

      "Ah, tenho certeza", disse Lacey. "Depois de fazer isso, terei realizado três dos meus sonhos em poucos dias".

      A mulher sorriu e pegou a tesoura. "Tudo bem então. Vamos marcar esses três pontos seguidos!"

      CAPÍTULO SETE

      "Pronto", disse Ivan, saindo do armário debaixo da pia da cozinha. "Este cano danificado não deve lhe dar mais problemas".

      Ele se levantou, puxando um pouco envergonhado sua camiseta cinza amassada, que havia subido sobre sua barriga protuberante, branca como um lírio. Lacey fingiu educadamente não ter notado.

      "Obrigada por consertar tão rápido", disse Lacey, agradecida por ele ser um proprietário atencioso que resolvia todos os problemas que surgiam na casa — e já haviam surgido muitos — e tão rapidamente. Mas ela também estava começando a se sentir culpada pelo número de vezes que o arrastava para o chalé do penhasco; aquele caminho pela falésia não era fácil e ele não era exatamente um rapaz.

      "Gostaria de uma bebida?" Lacey perguntou. "Chá? Cerveja?"

      Ela já sabia que a resposta seria não. Ivan era tímido e deu a impressão de achar que estava incomodando. Ela sempre perguntava, de toda forma.

      Ele riu. "Não, não, tudo bem, Lacey. Eu tenho trabalho administrativo para fazer hoje à noite. Não há descanso para os ímpios, como se diz".

      "Nem me fale", ela respondeu. "Eu estava na loja às cinco horas da manhã e só cheguei em casa às oito".

      Ivan franziu o cenho. "Na loja?"

      "Ah", disse Lacey, surpresa. "Pensei ter mencionado na ocasião em que você veio desentupir as calhas. Vou abrir uma loja de antiguidades na cidade. Aluguei a loja vazia de Stephen e Martha, que antes era uma loja de jardinagem".

      Ivan parecia perplexo. "Eu pensei que você estava aqui apenas de férias!"

      "Eu estava. Mas então decidi ficar. Não neste chalé especificamente, é claro. Encontrarei outro lugar assim que você precisar do imóvel novamente".

      "Não, estou muito contente", disse Ivan, parecendo totalmente encantado. "Se você estiver feliz aqui, fico feliz também. Não é muito chato eu vir aqui consertar o lugar tantas vezes, é?"

      "Eu gosto", respondeu Lacey com um sorriso. "De outro modo, me sentiria meio sozinha".

      Essa foi a parte mais difícil de deixar Nova York; não o lugar, o apartamento ou as ruas familiares, mas as pessoas que ela deixara para trás.

      "Acho que eu deveria ter um cachorro", acrescentou, com uma risada.

      "Você ainda não conheceu