iniciar o contato, mas era claramente o menor dos males nessa situação em particular. Ela pegou seu celular e disparou uma mensagem.
Alguma novidade sobre o depósito? K
Contra seu próprio julgamento, ela acrescentou um beijo no final. Agradar Zachary não era algo que ela gostava de fazer, mas se significasse receber seu depósito de volta mais rápido valeria a pena.
Ela espiou a sala pela porta do quarto. As cortinas ainda estavam abaixadas e o cômodo estava escuro. Os únicos sons eram do chuveiro do outro lado do corredor e o ronco alto de Bryn. Por sorte, Cristiano também não tinha a despertado no caminho.
Contudo, ela começou a ficar impaciente. Cristiano com certeza não estava com pressa! Ela checou seu relógio e viu que as roupas da lavanderia em breve chegariam ao final do ciclo. Ela decidiu buscá-las para não correr o risco de alguém as roubar no momento em que a trava da porta da maquina se abrisse. Mesmo às sete e meia da manhã de um domingo, ser cuidadosa nunca era demais!
Ela saiu do apartamento de novo e se apressou até a lavanderia. Agora havia duas pessoas lá, ambas eram mulheres de meia-idade que pareciam organizadas, claramente tentando evitar filas. Keira recolheu suas roupas mornas e úmidas. Ela não tinha trocados o bastante para a secadora, então teria que pendurá-las pelo apartamento de Bryn.
Ela foi embora, voltando pela rua em direção à casa de Bryn. Era bom estar realizando tarefas normais de novo, ser uma pessoa normal de novo, e não uma escritora de viagens em um país estrangeiro empolgante. Aparentemente, era sim possível enjoar de uma coisa boa.
O telefone dela vibrou em seu bolso quando ela começou a subir as escadas até o apartamento de Bryn. Era uma mensagem de Zach. Ela mordeu o lábio em antecipação, lendo em seguida o que ele tinha escrito.
Bonjour, Keira! Estou na França a trabalho. Uma conferência de uma semana começando amanhã! Podemos falar sobre $ quando eu voltar?
Ela suspirou em frustração. Seria mais uma semana até que eles pudessem falar sobre isso, não que ela ao menos pudesse entender o que havia para falar! Deveria ser um simples caso de transferir a parte dela do dinheiro para o banco, mas é claro que ele não tornaria as coisas fáceis para ela.
Com os olhos ainda no celular, Keira entrou no apartamento de Bryn. Imediatamente, foi surpreendida com o som de risadas, e olhou para cima.
Tudo havia mudado. As cortinas estavam abertas, as luzes acesas, a máquina de café borbulhando, e lá estava Bryn na cozinha, mais desperta do que uma pessoa que passou o dia anterior bebendo deveria parecer. Empoleirado com as costas no balcão estava Cristiano, seu torso nu refletindo gotas de água, nada além de uma toalha amarrada em volta de sua cintura para proteger sua intimidade.
– O que está acontecendo? – Keira exclamou, assustada.
Bryn olhou para ela e franziu a testa, divertindo-se com o tom paranoico de Keira. – Estou fazendo café – ela disse, afirmando o óbvio. – Onde você estava?
– Fui até a lavanderia – Keira falou, erguendo sua sacola pesada de roupas úmidas. – Eu só saí por dois minutos.
Dois minutos, claramente, era o que bastava para Bryn se aproveitar da chance de deleitar seus olhos com o corpo afiado de Cristiano.
– Querido – Keira disse forçadamente, olhando para ele. – Melhor nós nos vestirmos. Temos que ir.
– Dá tempo de um café, não? – ele perguntou. – Enquanto você pendura suas roupas para secar?
Keira soltou a sacola no chão, casualmente, tentando soar despreocupada ao se aproximar dele e o dirigir pelos ombros em direção ao quarto.
– Mas eu quero te levar para o melhor café de toda Nova Iorque – ela disse. – Lote pequeno. Moído na hora. Muito mais gostoso que o café de máquina da Bryn.
– Oh. Está bem... – Cristiano disse, sem resistir. – Mas... Suas roupas?
Conforme ela o guiou para a segurança do quarto, Keira olhou por cima dos ombros para Bryn. Ela estava assistindo, sorrindo com malícia, visivelmente se divertindo com a pressa afobada de sua irmã. Keira mostrou a ela uma expressão séria, um aviso com o olhar para deixar Cristiano em paz.
– Eu posso pendurar suas roupas – Bryn disse com um sorriso doce e esperto.
– Obrigada – Keira respondeu, seca.
Ela ia fechar a porta, mas Bryn não tinha acabado.
– Se você pensa que eu sou má... – ela riu – Espere só até você sair com ele por aí – ela apontou para a janela. – Existem muitas piores do que eu. Pode acreditar.
Com seu corpo todo tenso, Keira fechou a porta.
CAPÍTULO QUATRO
A primeira parada foi o Upper West Side, onde eles apanharam bagels e café para comer enquanto se moviam. Estava muito longe das refeições longas e preguiçosas que eles tinham dividido na Itália, mas Keira queria que Cristiano realmente sentisse como era a vida em Nova Iorque.
– Então esse é o melhor café em Nova Iorque, é? – Cristiano perguntou, dando golinhos em seu copo de papel com cuidadosa consideração. Ele não parecia convencido.
– Ah, sim, o melhor – Keira lhe contou, recordando-se da mentira que tinha soltado essa manhã. Era bom, mas não o café moído na hora e de pequeno lote que ela havia prometido. – É minha opinião, de qualquer maneira.
Cristiano apenas deu de ombros.
Eles passearam pela calçada de mãos dadas em direção ao Rio Hudson. Keira estava agudamente consciente da quantidade de encaradas que Cristiano acumulava. Ela sabia que havia uma discrepância entre suas respectivas belezas, mas ela se sentia ainda mais como uma simples mulher comum em Nova Iorque, porque aqui Cristiano era mais do que um bom partido, ele era uma criatura rara. Bryn estava certa. Tinha muito pior do que ela nessa cidade. Estar com ele aqui seria exaustivo.
– O que você achou da minha irmã? – ela perguntou.
Cristiano riu. – Ela é interessante.
– Interessante como?
Fez-se uma pausa, durante a qual Cristiano estava claramente tentando escolher suas palavras com muito cuidado. Finalmente ele escolheu – Pazza.
– O que isso significa? – Keira perguntou, sua mente conjurando várias opções: linda, maravilhosa, atraente, hipnotizante.
– Louca – Cristiano disse.
Keira riu. Foi um alívio ouvi-lo dizer aquilo. A não ser que ele tivesse uma atração secreta por loucas, ela provavelmente estava a salvo. De Bryn, pelo menos. Ainda havia o resto da população feminina de Nova Iorque para rivalizar com ela.
Eles atravessaram o Riverside Park, observando o lindo rio, e depois se direcionaram para o Central Park. No momento em que Cristiano tinha o notado do alto enquanto a aeronave deles tinha o sobrevoado, Keira tinha deduzido que ele também gostaria de vê-lo do chão.
– Isso é tão incrível – ele disse, observando os distantes arranha-céus que os cercavam. – Nem parece real.
Keira sorriu, lembrando-se de como ela havia dito a ele algo parecido sobre a Itália. Era legal vê-lo tão fascinado por sua cidade, vê-lo maravilhado por coisas que ela há muito tempo já tinha se esquecido de se inspirar.
Eles foram em direção ao leste, até o Museu Metropolitano de Arte. A cultura na Itália tinha sido impressionante, mas Keira era competitiva por natureza e não queria que Cristiano pensasse que seu antigo país europeu tinha mais coisas ao seu favor do que Nova Iorque! Mas eles tinham tantas coisas para encaixar no dia que só ficaram cerca de uma hora lá dentro antes que Cristiano pedisse para ver mais da cidade.
Eles pegaram um metrô até a quinta avenida para que Keira pudesse lhe mostrar a