trato disso.” Envy assentiu, “e Chad… tem cuidado.”
O tom de voz de Chad mudou quando isso lhe fez lembrar de algo. “Ei, Devon?”
“Sim?” Devon franziu a testa.
“Se voltares a deixar a minha irmã ser alvejada, eu juro que te…” Os olhos de Envy se arregalaram e ela desligou a chamada, cortando a voz do irmão.
“O…kay,” Devon deu um sorriso indiferente ao ouvir algumas das risadinhas do grupo.
“Não querendo mudar o tema do Devon levar um pontapé no rabo, mas…,” Warren abanou a cabeça. “Estou a contratar mais transmorfos para o Moon Dance e o Quinn concordou em fazer o mesmo no Night Light. Agora que cortámos a cabeça ao lobisomem alfa… e a máfia…”
“Temos de estar preparados para quando os dois voltarem a crescer no seu lugar.” Nick terminou por ele.
O telemóvel de Quinn tocou e ele sorriu para Devon. “Bom, pelo menos todos os parentes da Kat estão a uma boa distância.” Olhando para o identificador de chamadas, reparou que era o puma que tinha deixado no comando. Harley podia tomar conta de qualquer coisa na sua ausência, por isso ele sabia que era importante.
Levantando a mão para calar a multidão, respondeu:” Sim, Harley, o que se passa?”
“Quinn, a não ser que tenhas encomendado um puma morto em vez das bebidas normais que servimos, então temos um problema.”
Boris tinha passado a manhã com o advogado de Anthony a acabar a papelada que fez dele o novo gerente de um dos maiores bares da cidade… o Love Bites. Quanto a quem seria o novo dono… ambos decidiram que o parente mais próximo de Anthony era a forma mais inteligente, legalmente e logicamente. Titus Valachi era um dos lobos mais fortes e justos que Boris já tinha conhecido. Odiava o tio e recusava-se a fazer qualquer coisa que estivesse relacionada com a máfia.
Boris sorriu, sabendo que tinha acabado de ajudar o advogado a colocar mais de metade das matilhas de lobos no nome de Titus sem que Titus soubesse disso. Agora tudo o que tinham de fazer era convencer Titus a tornar-se o novo alfa antes de Lucca ter a oportunidade de o reclamar.
Quanto ao Love Bites, o antigo proprietário tinha perdido o clube para Anthony há apenas algumas semanas, e uma vez que o advogado de Anthony era um dos seus lobos, ele estava a tratar da papelada o mais rápido possível caso os federais congelassem todas as propriedades de Anthony.
A maioria do clã tinha trabalhado para Anthony de alguma forma, mas como o alfa já não existia, isso deixou muitos dos lobos desempregados. Lobos com demasiado tempo em mãos nunca foram uma boa ideia e Boris já começava a ouvir falar em retaliação contra os pumas pela morte de Anthony.
A maioria desses lobos andava com Lucca Romano que era o protegido de Anthony em muitos aspetos. Eram esses lobos que ele não queria por perto.
Lucca era forte. Anthony sentiu isso e usou Lucca para a maior parte do trabalho da máfia. Isso, e Anthony não confiava completamente em Lucca, por isso pensou que manter Lucca por perto e sob o controlo de uma das secções de laços da máfia o manteriam ocupado o suficiente para não tentar derrubá-lo. O problema era… que se Titus não se chegasse primeiro ao ‘prato’, então Lucca o faria.
Com isso em mente, Boris tinha sido exigente ao contratar membros da alcateia para ajudar a gerir o Love Bites. Era um passo à frente de passar a maior parte do seu tempo a dar castigos a quem quer que tivesse irritado Anthony o resto do dia. Mas era quem ele era… o justiceiro. E tinhas de ser o braço direito do alfa para te tornares o justiceiro, para que a maioria dos lobos lhe obedecesse sem pensar muito. Agora ele era o braço direito de Titus e era aí que ele queria ficar.
Olhando em volta do bar, ouviu alguns dos lobos gozarem das decorações góticas, mas Boris salientou que a comunidade gótica da cidade estava cheia de universitários ricos com um fetiche pelo estilo cinematográfico de vampiros que estavam cheios de dinheiro. Isso parecia atrair a atenção deles. Pois, era sempre a mesma coisa com os lobos… o dinheiro era tudo.
Sentindo o poder de um verdadeiro alfa entrar no bar, Boris olhou na direção das portas através da janela do escritório. Sorriu ao ver Titus parar depois das portas para olhar em volta. Tinha que admitir que este lugar era um pouco surpreendente para qualquer pessoa que nunca tinha estado ali. Ficou surpreendido por Titus ter chegado aqui tão depressa. Ele ainda estava em Malta quando lhe ligou durante a madrugada.
Avançando, Boris carregou no botão do sistema de intercomunicador. “Titus, há um lance de escadas do teu lado esquerdo. Vem para o escritório.” Fechou os olhos sabendo que tinha o equivalente a dois minutos para decidir como dizer a Titus que ele tinha acabado de herdar a maioria das propriedades de Anthony.
Alicia estava farta de estar amuada sobre isso. Se tinha que ficar aqui, então mais valia aproveitá-lo ao máximo. Além disso, tinha fome e todos já tinham saído. A casa era tão grande que demorou alguns minutos para achar a cozinhar… isso e o facto da porta da cozinha estar fechada. A maioria das pessoas nem sequer tinha uma porta na cozinha, mas lá está… não eram pessoas que viviam nesta casa.
Os transmorfos não comiam tanto como os humanos porque não envelhecem ao mesmo ritmo. Podiam até passar meses sem que isso os afetasse, embora a maioria dos transmorfos gostasse o suficiente de comida para participar dela todos os dias. Viver no meio dos humanos era uma forma de escapar ao paranormal. No entanto, havia algumas coisas que fariam um transmorfo ficar com fome… ferimentos, lutas, sexo… ou a necessidade de sexo… AKA calor. E de momento, ela estava a morrer de fome.
Ao abrir o frigorífico, franziu a testa… havia muito para beber, mas não tinha comida. Ao verificar os armários foi igualmente deprimente. Tudo vazio, a menos que se contasse as teias de aranha nos cantos e as cinco latas de café. Agora ela percebia porque é que a porta estava fechada.
Ouvindo algo atrás de si, Alicia virou-se e viu Damon entrar na cozinha com os braços cheios de sacos de compras.
Damon conteve o sorriso e manteve uma expressão relaxada. “Calculei que tivesses fome.” Pousando os sacos em cima do balcão, voltou atrás para ir buscar o resto.
Alicia ficou estupefacta. Damon tinha ido às compras… por causa dela? Ao olhar para dentro dos sacos, os seus olhos se arregalaram com toda a comida… e comida boa. Retirou um saco de uvas brancas sem sementes e começou a mastigar enquanto retirava a comida.
Revirou os olhos apercebendo-se de que Damon tinha voltado a fazer o mesmo… deixá-la sem palavras ao ponto de se esquecer de lhe agradecer. Ele devia pensar que ela era a miúda mais ingrata do mundo. Alicia soprou a franja da frente dos olhos pensando como lhe poderia retribuir por tudo o que tinha feito. Precisava arranjar uma maneira de retribuir aos três.
Damon voltou a entrar na cozinha, colocando o resto das compras em cima do balcão. Agarrou em alguns enlatados e caminhou lentamente na direção dela.
Alicia voltou-se e viu-o aproximar-se, mas por mais que se esforçasse, não conseguia mexer-se. Ó, ele foi um menino muito mau quando se inclinou contra ela e colocou as latas no armário por cima dela. Foi uma boa sensação… ter o corpo dele pressionado contra o seu, fazendo as suas coxas ficarem em chamas. Talvez não fosse de comida que ela estivesse com fome.
“Não podes fazer isso,” a voz de Alicia era baixa. Tentou afastá-lo, mas ou ele era como uma parede ou ela não estava a tentar o suficiente. Olhou para as suas mãos traidoras quando estas permanecem pressionadas contra o peito dele.
“Admite,” Damon estava de repente com vontade de a tirar do sério.
“Admitir o quê?” Alicia sentiu o medo deslizar através dela como se fosse uma carícia íntima e perversa.
“O que sentes quando estás a sós comigo… o que ambos sentimos,” pressionou Damon.
“Não interessa o que eu… o que nós…” Alicia ergueu o olhar vendo que ele tinha percebido de forma indireta o que ela tinha acabado de admitir.
“Queremos,” terminou Damon por ela, a