Фиона Грейс

Morte e um Cão


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disse Tom, aparentemente sem notar. "Podemos deixar em aberto por enquanto e fazer algo especial da próxima vez, quando estivermos menos ocupados". Ele fez uma pausa aguardando a resposta dela e, como não veio, acrescentou: "Lacey?"

      Ela voltou ao momento. "Sim, certo. Parece bom".

      Tom se aproximou e apoiou os cotovelos no balcão, para que seus rostos ficassem nivelados. "Agora. Pergunta séria. Você tem algo para comer hoje à noite? Porque obviamente você estava esperando uma refeição saborosa e nutritiva. Tenho algumas tortas de carne que não vendi hoje, quer levar uma para casa?"

      Lacey riu e bateu no braço dele. "Não preciso de suas doações, muito obrigada! Vou te mostrar que eu sei cozinhar de verdade!"

      "Sério?" Tom provocou.

      "Sou conhecida por fazer um ou dois pratos muito bem", disse Lacey. "Risoto de cogumelos. Paella de frutos do mar". Ela vasculhou a memória para achar mais uma coisa a acrescentar, porque todo mundo sabe que é preciso pelo menos três itens para fazer uma lista! "Hum… hum…"

      Tom levantou as sobrancelhas. "E…?"

      "Macarrão com queijo!" Lacey exclamou.

      Tom riu com gosto. "É um repertório impressionante. No entanto, nunca vi nenhuma evidência para apoiar suas declarações".

      Ele tinha razão. Até agora, Tom havia feito todas as refeições para os dois. Isso fazia sentido. Ele adorava cozinhar e tinha as habilidades necessárias para fazê-lo. As habilidades culinárias de Lacey não iam muito além de perfurar o filme plástico de uma refeição para o micro-ondas.

      Ela cruzou os braços. "Na verdade, eu ainda não tive a chance", respondeu, usando o mesmo tom brincalhão e argumentativo de Tom, na esperança de esconder a irritação genuína que o comentário dele despertou nela. "O Excelentíssimo Chef de Confeitaria Estrela Michelin não confia em mim perto de um fogão".

      "Devo aceitar isso como uma oferta?" Tom perguntou, mexendo as sobrancelhas.

      Maldito orgulho, pensou Lacey. Ela havia caído como um patinho. Ótima forma de se enrolar.

      "Pode apostar", disse ela, fingindo confiança. Em seguida, estendeu a mão para ele apertar. "Desafio aceito".

      Tom olhou para a mão dela sem se mexer, torcendo os lábios para o lado. "Mas com uma condição".

      "Ah? E qual é?"

      "Tem que ser algo tradicional. Típico de Nova York".

      "Nesse caso, você acabou de tornar meu trabalho dez vezes mais fácil", exclamou Lacey. "Porque isso significa que eu vou fazer pizza e cheesecake".

      "Nada pode ser comprado pronto", acrescentou Tom. "Tudo tem que ser feito do zero. E sem receber nenhuma ajuda. Nada de pedir a massa a Paul".

      "Ah, por favor", disse Lacey, apontando para o saco de sal descartado no balcão. "Paul é a última pessoa que eu chamaria para me ajudar a trapacear".

      Tom riu. Lacey esticou sua mão estendida para mais perto dele. Ele assentiu, indicando que estava satisfeito por ela atender às condições, e então pegou a mão dela. Mas, em vez de apertá-la, ele lhe deu um pequeno puxão, aproximando-a e beijando-a sobre o balcão.

      "Vejo você amanhã", murmurou Lacey, com o beijo dele ainda ecoando em seus lábios. "Pela vitrine, quer dizer. A menos que você tenha tempo para ir ao leilão".

      "É claro que vou ao leilão", disse Tom. "Eu perdi o último. Preciso estar lá para apoiar você".

      Ela sorriu. "Ótimo".

      Lacey se virou e foi para a saída, deixando Tom com a bagunça em sua cozinha.

      Assim que a porta da confeitaria se fechou atrás dela, Lacey olhou para Chester.

      "Me meti em apuros", disse ela a seu cachorro perspicaz. "Realmente, você deveria ter me impedido. Puxado minha manga. Me cutucado com seu nariz. Qualquer coisa. Mas agora eu tenho que fazer pizza do zero. E um cheesecake! Droga". Ela arrastou os sapatos na calçada, fingindo frustração. "Vamos lá, teremos que fazer compras antes de ir para casa".

      Lacey virou na direção oposta de sua casa e caminhou apressadamente pela rua principal em direção ao mercado (ou loja da esquina, como Gina insistia em chamá-lo). Enquanto seguia, ela escreveu uma mensagem no grupo Garotas da Família Doyle.

      Alguém sabe como fazer cheesecake?

      Certamente era o tipo de coisa que a mãe dela saberia fazer, certo?

      Não demorou muito e ela ouviu o celular emitir um som com a resposta, verificando quem havia respondido. Infelizmente, foi sua sarcástica irmã caçula, Naomi.

      Ninguém sabe, a irmã dela brincou. É por isso que todo mundo já compra pronto e evita o trabalho.

      Lacey respondeu rapidamente . Isso não ajuda, mana.

      A resposta de Naomi veio em velocidade extremamente rápida. Se você fizer perguntas estúpidas, espere respostas estúpidas.

      Lacey revirou os olhos e se apressou.

      Felizmente, quando ela chegou ao mercado, sua mãe respondeu com uma receita.

      É da Martha Stewart, ela escreveu. Você pode confiar nela.

      Confiar nela? Naomi rebateu. Ela não foi presa?

      Sim, a mãe delas respondeu. Mas isso não teve nada a ver com a receita de cheesecake.

      Touché, respondeu Naomi.

      Lacey riu. Mamãe realmente superou Naomi!

      Ela guardou o celular, amarrou a coleira de Chester ao redor do poste e seguiu para o interior do mercado, muito bem iluminado. Percorreu as prateleiras o mais rápido que pôde, enchendo sua cesta com tudo o que Martha Stewart disse que precisava, e então pegou um pacote de linguine pré-cozido, um pote de molho pronto (convenientemente localizado na geladeira ao lado), e um pouco de queijo parmesão ralado (localizado ao lado do molho), antes de finalmente pegar a garrafa de vinho sob a qual estava escrito: Vai muito bem com linguine!

      Não admira eu nunca ter realmente aprendido a cozinhar, Lacey pensou. Olha só como eles tornam tudo fácil.

      Ela foi até o caixa, pagou pelas mercadorias e depois saiu, pegando Chester na saída. Eles passaram por sua loja – ela notou que Tom estava exatamente onde ela o havia deixado – e pegaram o carro na rua lateral onde Lacey havia estacionado.

      Foi uma curta viagem até o Chalé do Penhasco, ao longo da orla marítima e depois ao longo do penhasco. Chester ficou em alerta no banco do passageiro ao seu lado e, quando o carro subiu a colina, o chalé apareceu. Uma sensação de prazer surgiu dentro de Lacey. No chalé, ela realmente se sentia em casa. E, depois da reunião de amanhã com Ivan, ela provavelmente estaria um passo mais perto de se tornar sua dona oficial.

      Naquele momento, ela notou o brilho de uma fogueira vindo da direção do chalé de Gina e decidiu passar direto pela sua casa e seguir pelo caminho esburacado de uma trilha até sua vizinha.

      Enquanto parava o carro, pôde ver a mulher de pé com suas galochas ao lado do fogo, ao qual estava adicionando folhagem. A fogueira estava muito bonita sob a luz daquele crepúsculo primaveril.

      Lacey tocou a buzina do carro e baixou o vidro.

      Gina se virou e acenou. "Oiê, Lacey. Você precisa queimar alguma coisa?"

      Lacey se inclinou pela janela sobre os cotovelos. "Não. Só queria saber se você precisa de alguma ajuda".

      "Você não tem um encontro com Tom hoje à noite?" Gina perguntou.

      "Eu tinha", Lacey disse a ela, sentindo aquela estranha mistura de decepção e alívio agitando seu estômago novamente. "Mas ele cancelou. Teve uma emergência na confeitaria".

      "Ah", disse Gina. Ela jogou outro galho de árvore na fogueira, levantando faíscas vermelhas, alaranjadas e douradas no ar. "Bem, aqui está tudo sob controle, obrigada. A menos que você tenha alguns