Brian Quinlan

A Última Garota Solteira


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      Em vez disso, apenas sorri… e tive pensamentos malvados.

      Claire inclinou a cabeça como se pudesse ler minha mente e sorriu de uma forma que dizia claramente: Oh. Coitadinha.

      — Que tal você reservar quatro? É uma mesa completa, certo? — Claire sorriu e acenou com a cabeça. — Pode colocar no meu cartão de crédito. Cuidaremos de dividir entre nós depois.

      Maravilha. Que jeito de chutar a própria bunda, Sarah. Exatamente o que torna as festas de fim de ano brilhantes… pagar por uma cadeira vazia.

      1 DOIS

      VERDADE SOBRE NAMOROS # 2: Nenhum homem jamais vai entender e amar você da mesma forma que a sua melhor amiga.

      — Aqui é a Jane. Ou eu estou passeando por aí com minha linda filha ou saindo com meu maravilhoso marido. Ou estou mentindo e limpando os banheiros. De qualquer forma, deixe uma mensagem após o bipe.

      Biiiiip.

      — Ei Jane, é a Sarah. Só ligando para bater um papo. Espero que seu Dia de Ação de Graças tenha sido ótimo. Me ligue quando puder. — Fiz uma pausa, prestes a desligar, então disse de uma vez antes que perdesse a coragem. — Além disso, estou lhe enviando algo por e-mail agora. Se você puder dar uma olhada, não mostrar pro Matt, e não contar a ninguém, seria ótimo. OkObrigadaTchau.

      Eu me apressei em dizer as últimas palavras, desligando antes que pudesse mudar de ideia.

      Eu estava em pânico. Eu sabia que isso aconteceria. Sabia que alguém precisava ter essa honra, mas nunca pensei que eu acabaria sendo a última garota solteira.

      Parecia um título.

      Talvez eu devesse mandar fazer cartões de visita.

      Ou… talvez não.

      Não era apenas a ideia de ser a última garota solteira, era tudo o que vinha junto. Os eventos para os quais você não é convidada, porque as pessoas acham que você se sentiria desconfortável sozinha. A maneira como certas mulheres sempre te lembram que elas têm alguém… e você não. O sentimento de solidão que você sente às vezes, mesmo com sua melhor amiga, porque você sabe que não é mais a melhor amiga dela.

      Então, como qualquer mulher emocionalmente encurralada, fiz algo extremo.

      Entrei no eLove.com para tentar encontrar alguém especial, ou não tão terrível, para o Ano Novo.

      Foi na internet que encontrei as coisas importantes que precisava nos últimos anos: um apartamento, um emprego, um carro… minha bolsa Kate Spade. Então, sim, eu tinha alguma confiança na internet.

      Porém, enquanto eu olhava meu perfil, sabia que não havia maneira de contornar aquilo. Jane teria que ser minha voz da razão. Toda vez que eu relia, tudo que eu conseguia pensar era que qualquer pessoa sã presumiria que um filhote de cachorro golden retriever estava procurando um par.

      Não podia acreditar que eu realmente coloquei que gostava de dias ensolarados e de uma boa caminhada antes de me enrolar em frente à lareira para uma noite aconchegante.

      Por que também não adicionei uma foto do meu mordedor de brinquedo favorito?

      Claro, eu era um golden retriever com sapatos muito caros e um apartamento na cidade, mas ainda assim.

      Apertei enviar e tentei fingir que minha melhor amiga não estava em algum lugar olhando para seu iPhone e rindo histericamente.

      Aquilo demandou mais esforço da minha parte do que eu queria admitir.

      Enquanto esperava uma resposta, fiz o que qualquer mulher racional faria… fui à livraria e comprei todos os livros sobre namoro escritos nos últimos quatro anos.

      Sim, usei o caixa de autoatendimento.

      Eu folheei todos eles, olhando as “regras” e fiz anotações sobre os perfis. Eu criei listas do Essencial e do Nem Pensar e, em seguida, risquei metade delas depois de ler em todos os livros que você não deve ser muito exigente.

      A maioria dos livros tinha problema de dupla personalidade.

      Parte de mim queria ignorar a chamada quando o toque da Jane soou. Ela me retornou cerca de quatro horas mais rápido do que o esperado. Obviamente, minha mensagem, ou anúncio pessoal, justificava uma ligação bastante imediata. Isso não poderia ser um bom sinal.

      Apertei o botão para atender e falei antes que ela dissesse algo. — Se você rir, vou desligar, mudar de estado e você nunca mais vai me ver.

      — Eu não estou rindo. Estou casada há menos de dois anos, eu lembro como foi horrível tentar encontrar o cara certo.

      Eu sabia que ela falava sério. Ela nunca dizia aquelas merdas que as pessoas casadas costumavam dizer. Tipo, Ah, apenas espere e o cara certo aparecerá OU Se você apenas preenchesse o espaço vazio, não viveria sua vida sozinha.

      — Pra dizer a verdade, estou feliz que você tenha enviado para mim. Eu fiz um monte de alterações. — Jane começou a cantarolar baixinho, eu só podia presumir que era para o bebê. Embora, para ser honesta, era um ruído estranhamente reconfortante. — Quem conhece você melhor do que eu, certo? Posso até ser tendenciosa, mas te amo e vou chutar o traseiro de qualquer pessoa que não te aprecie como deveria.

      Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu afastei o celular do rosto e funguei, não querendo que ela soubesse o quanto suas palavras me afetaram.

      — Acabei de enviar, você deve receber em um segundo. — Jane cantarolou mais um pouco, depois um veio um barulho de água. — Estou dando banho em Dahlia, ou ela está dando banho em mim, um ou outro. Diga-me, por que o desejo repentino de entrar em um site de relacionamentos?

      Eu não queria confessar minha iminente vida de solteirona, mas ela provavelmente previu isso de qualquer maneira. Contei a ela dos planos para o Ano Novo e como todo mundo voltou magicamente do fim de semana de Ação de Graças com um namorado. Como o que era para ser uma noite das garotas acabou me transformando em vela… bem, neste caso um candelabro.

      — Então, O Alfabeto acabou mudando os planos e esperava que você saísse com elas e seus novos namorados?

      Jane as chamava de O Alfabeto desde antes de se casar. As três: Angie, Becca e Claire, se conheciam há mais tempo. Quando as garotas solteiras começaram a cair no esquecimento, Claire juntou suas compatriotas e se tornou uma Alfa-insira-uma-coisa-que-começa-com-V.

      Acho que elas ficaram surpresas ao ver que eu também era uma delas. Talvez se meu nome fosse Deirdre…

      — Sim. Claire adicionou quatro cadeiras à nossa mesa.

      — Eu nunca gostei dela. — Jane era, entre outras coisas, extremamente leal. — E não é só porque ela nem te considera direito. Ela nunca é gentil com ninguém. Filhotes de gato não conseguiram derreter aquele coração de gelo.

      — Bem, a garota tem conexões. Não há festa em que ela não consiga nos colocar na lista.

      — Claro. Porque você sempre foi uma garota festeira. Eu bem sei como são esses curadores de museus. Mais doidões que estrelas do rock.

      — Você subestima totalmente a qualidade festeira do meu povo.

      — Por que você simplesmente não para cá? Você sabe que é sempre bem-vinda. Você não precisa de um cara para entrar na minha casa.

      A melhor parte daquela declaração é que eu sabia que ela falava sério. Não era uma oferta por pena, ou algo do tipo: porque-somos-amigas-eu-tenho-que-dizer-isto.

      — Eu sei, obrigada. Mas eu preciso ter uma vida além de ir para o museu, e ocasionalmente visitar você e Michelle. — Eu engoli o resto das palavras sobre como eu estava começando a me sentir deixada para trás e como eu estava com medo de acabar sozinha… não apenas sem namorado, mas sem amigas disponíveis.

      — Não faz sentido