lá estava Joey Justice. Outro homem, de baixa estatura, estava sentado ao lado dele. O homem tinha feições de rato e parecia nervoso.
Joey sorriu para mim.
-Oi, Mickey!
-Oi pra você também.
Os olhos de Joey se voltaram para Sam.
-Oi Sam! Já avisei o refeitório sobre você. Eles estão se preparando agora.
O rosto de Sam ficou sonhador.
-Ahhhhh ... obrigado, Joey!
Joey olhou para Manny.
-Manny ... o homem que salvou minha vida. Estou tão feliz que te encontramos a tempo.
Manny acenou com a garrafa de uísque para Joey.
-Idiota.
Joey riu.
-Agora que estamos aqui, tenho que dizer o que está acontecendo.
Eu o encarei com um olhar cortante.
-Já é um começo. Eu só tenho uma pergunta, Joey: é o Fernandez de novo?
Joey inclinou a cabeça e levantou-a.
-Tipo isso. Fernandez contratou um pistoleiro para matar pelo menos três de nós, senão todos os quatro.
Todos nós olhamos para o monitor.
Joey disse:
-É Lido Bouvier.
-Ah, merda. - eu murmurei.
***
PARA SURPRESA DE SEU pai, Lido provou ser bastante proficiente com o rifle. Ele nunca mais falhou depois disso.
Em seu décimo quinto aniversário, Lido e Pierre saíram de barco novamente, para caçar mais crocodilos.
O pai de Lido parou de abusar dele quando o menino cresceu e se tornou tão alto quanto ele. Pierre notou os músculos jovens e viu o ódio cada vez que golpeava Lido, e temia que o menino revidasse.
Pierre estava correto.
Esta foi a última viagem de barco da dupla, embora Pierre não soubesse disso na época.
Pierre estava bêbado. Parecia que estar bêbado havia se tornado seu estado normal. Como resultado, isso o envelheceu terrivelmente.
Quando o barco entrou fundo no bayou, Lido disse:
-Papa.
Pierre se virou para Lido, cambaleando ao fazê-lo.
-Oui, garcon.
Lido estendeu um pedaço de corda.
-Amarre isso na cintura.
Os olhos de Pierre se arregalaram com isso.
-Eu não farrei uma coisa dessa!
Lido ergueu o rifle. Estava apontado para a cabeça de Pierre.
-Então eu vou atirar. Eu não ligo.
Pierre viu a verdade nos olhos do jovem. Lentamente, ele amarrou a corda em volta da cintura.
-Vai prra água, Papa.
Pierre, cambaleando, olhou de Lido para a água e depois olhou ao redor da área em que haviam parado. Vários jacarés descansavam em pequenos outeiros e árvores caídas.
-Tem crocodilos aqui, garcon.
-Oui. E você será isca prra els. - Lido deu um sorriso sem humor. - Não se prreocupe, Papa. Vou puxar a corda antes que o jacarré te morda.
Pierre escalou silenciosamente a lateral do barco, tentando de tudo para não fazer nenhum som. Ele agarrou a lateral do barco com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
-Agorra, saia do barco - disse Lido. - Eu te digo quando forr o suficient.
Pierre se afastou lentamente. Seu medo era quase paralisante. Ele não sabia a quem temer mais - os crocodilos ou seu filho.
A cerca de sete metros, um grande respingo explodiu ao lado de Pierre. Ele se virou para encarar Lido e viu o jovem sorrindo.
-Erra eu. Eu joguei uma pedra.
Todos os crocodilos se voltaram para o som e viram o homem na água. Vários escorregaram silenciosamente de seus lugares de descanso e começaram a nadar em sua direção.
Pierre gritou:
-Ande logo com essa corrda, Lido! - Quando ele olhou para Lido, Lido ergueu os rolos restantes da corda e os jogou no pântano.
-Mon Dieu, olhe só prra isso! Papa, eu deixei cair a corda! Oops!
Pierre não acreditou no que viu. Ele começou a tentar correr com água na altura da cintura enquanto os crocodilos se aproximavam. Ele deu uma última olhada em Lido.
Lido apontou o rifle para Pierre. Ele disse:
-Est é pela Maman, vous connard!
Lido puxou o gatilho e a cabeça de Pierre explodiu ... assim que os crocodilos se aproximaram para a refeição.
Lido calmamente empurrou o barco para a cabana.
Ele tinha ouvido seu pai falar sobre a saída do pântano. Ele também ouvira o pai falar sobre os barcos a vapor no grande rio a sudeste do bayou. Ele estava resmungando enquanto estava bêbado, mas Lido notou cada palavra.
Lido refletiu sobre o pouco que seu pai lhe ensinou, além de atirar com o rifle. Ele sabia como lutar com uma faca - ainda tinha a cicatriz nas costelas que seu pai lhe fizera. Sabia contar e fazer algumas contas. Sabia ler e escrever. Ele já tinha jogado todos os tipos de pôquer e conseguia jogar os dados com grande habilidade. Ele também foi ensinado que a vida só valia o dinheiro que pudesse conseguir.
O coração frio de Lido e a disposição - quase uma alegria - de matar ditariam o resto de sua vida.
Isso, e uma necessidade avassaladora de jogar.
E quando Lido chegou ao grande rio, ele descobriu que havia perdido o barco daquele dia, mas haveria outro em dois dias.
Isso foi tudo que ele perdeu, no entanto. Ele olhou em volta e mergulhou em tudo o que viu. Ele era muito falante com as pessoas que encontrava e deixava claro que gostava de jogar cartas por dinheiro.
Lido recebeu o endereço de um lugar onde poderia jogar pôquer por dinheiro. Ele tinha algum dinheiro, o que havia sobrado dos potes de picles do tamanho de um galão que seu pai tinha escondido debaixo da cabana.
Lido ganhou muito dinheiro.
Quando os outros jogadores se opuseram a Lido ganhar todo seu dinheiro, as facas foram sacadas.
Lido deixou os outros mortos e ensanguentados no chão. Ele também se serviu do dinheiro restante que ainda não havia ganhado. Não fazia sentido deixá-lo para trás.
Lido gradualmente espalhou por aí que estaria disposto a eliminar seres humanos problemáticos... por um preço, é claro.
Lido ficou conhecido em certos círculos como o “Lido Nevoeiro” ... e como um dos melhores assassinos do ramo.
Ele se tornou um homem alegre, usando sua ascendência franco-americana para esconder sua maneira fria e calculista de ganhar a vida.
Ele também se tornou conhecido como jogador e se tornou um viciado. Não apenas em cartas ou dados, mas em caça-níqueis. Quando Lido jogava com eles, ele dizia que estava "tentando a sorte". Às vezes ele ganhava e ganhava muito. Na maioria das vezes, ele perdia tudo para eles.
Mas Lido não conseguia parar. Finalmente, o homem fez uma pequena fortuna com seu negócio. Ele ficou longe do jogo e estava quase na quantia