Aldivan Teixeira Torres

O Testamento: O Código De Deus


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momento,o silêncio impera entre os dois alimentando as dúvidas de ambos que provavelmente seriam sanadas no encontro prometido.

      E a grande travessia se inicia....Com os dois vivendo momentos completamente diferentes.Enquanto um era pré-adolescente e por natureza entusiasmado por aventuras,o outro era um homem feito,com cerca de quarenta anos,disposto a aprender ,resgatar valores e encontrar um Deus que confessava não conhecer nem entender.O que os ligava era a sede de conhecimento e a empatia mútuas.

      Mais adiante, já ultrapassam a grande pedra e iniciam a descida.Caminham mais cem metros e a pedido do visitante fazem uma parada para se reidratar.Renato aproveita o momento e inicia uma conversa:

      —Você é de onde mesmo?

      —Sítio quinze metros,próximo a Arcoverde,conhece?

      —Conheço sim.Já fui várias vezes em Arcoverde e passo por lá.Gosto muito.

      —Também gostei daqui.Este vale é muito lindo com Mimoso ao fundo.Entendo a inspiração sua e do seu companheiro nos livros.

      —Obrigado.Nossa região é especial em cada cantinho.E da montanha,gostou?

      —Inspirou-me muito e agora estou mais convicto do que quero.Adiante sempre!

      —Muito bem,meu amigo,que bom.É o primeiro passo para o sucesso e a paz desejadas.Qualquer coisa,estamos aqui.

      —Muito obrigado.Podemos continuar?

      —Claro que sim.

      Os dois retomaram a caminhada.Mantendo um ritmo regular,desceram a íngreme serra,entre curvas e saudades na estreita vereda.Em quinze minutos,chegam no Juazeiro imponente já no terreno plano.Param mais uma vez.Gentilmente,Philliphe cede um pouco de água e comida a Renato que esquecera do seu cantil.Restabelecidas as forças,voltaram a caminhar os últimos trezentos metros com a imponente aglomeração do Mimoso bem perto.Agora faltava pouco.

      No percurso restante,entre conversas e brincadeiras,vão ultrapassando as últimas barreiras que se apresentam.O momento é de construção e parece que os dois perceberam isto pois não perdem uma oportunidade.Rumo ao futuro e ao sucesso!

      O trajeto é concluído.Diante do bangalô quase destruído pelo tempo,batem palmas e de dentro dele surge um jovem normal,magro,altura média,cabelos pretos,cor moreno-claro,esbelto com feições que se destacam.Aparentando surpresa,o mesmo se comunica.

      —Renato,você por aqui?Como vai?E você?Qual o seu nome?

      —Oi,tudo bom?Vim numa missão importante.Este é Philliphe,um dos seus leitores.

      O vidente sorriu e aproximando-se mais educadamente cumprimentou os dois.

      —Tudo bem.Sejam bem vindos.Prazer,Philliphe,pode me chamar de vidente,filho de Deus ou de Aldivan mesmo.

      —O prazer é todo meu.Sou seu fã desde sempre.

      Philliphe,ainda sem acreditar,lhe deu um forte abraço duradouro.A emoção tomou conta dos presentes e o abraço terminou sendo triplo.Eram como se fossem os três mosqueteiros,um por todos e todos por um mesmo sem ter ainda consciência disso.

      Findo o abraço,se afastaram um pouco e o vidente tomou a palavra:

      —Desculpem o mau jeito.Entrem,por favor.

      Os dois aceitam o convite e juntos adentram na casa.Ultrapassam a entrada,percebem que está vazia,vão á sala de estar,elogiam os móveis e a decoração,o anfitrião agradece,e finalmente sentam nos assentos da poltrona, ficando frente a frente.Curioso por natureza,o vidente não se conteve e retoma a conversa:

      —O que os trouxe aqui?

      —Vimos pedir sua orientação e ajuda.Philliphe me procurou,falou dos seus problemas angustiantes e por sugestão da minha mãe viemos procurá-lo.(Explicou Renato)

      —Ahan,entendi.O que lhe aflige,Philliphe?(O filho de Deus)

      —Perdi toda minha família num acidente trágico.Agora quero entender o porquê disto,encontrar a Deus,reorganizar um pouco a minha história.(Respondeu ele)

      —Interessante.Você acha que sou capaz de ajudá-lo?(O vidente)

      —Creio que sim.Pelo seu carisma e talento,você é capaz.(Philliphe)

      O vidente se emociona,analisa friamente a situação e decide ajudar aquele pobre homem sofredor pois aprendera nos seus piores momentos o valor de um apoio e de alguém que acredite em si mesmo.A sorte estava lançada!

      —Muito bem.Aceito o desafio.O que sugere Renato?(vidente)

      —Não tenho idéia.(Respondeu o menino sem reação)

      —Como se sente,Philliphe?(O filho de Deus)

      —Totalmente destruído,revoltado e sem fé e esperanças.Vivo uma noite densa.(Philliphe)

      —Uma existência quase desértica.(Concluiu Renato)

      —É isto!(Gritou o vidente)

      —O que foi?(Philliphe)

      —Que tal se irmos ao deserto e tentar encontrar a Deus?(Vidente)

      —Òtima idéia.(Elogiou Renato)

      —Onde seria?(indagou Philliphe)

      —Ouvi falar de um lugar extremamente inóspito no município de Cabrobó,sertão de Pernambuco.O povoado se chama Travessia do deserto e de lá poderíamos partir para a nossa aventura,o gigante deserto da cidade.O que acham?(Aldivan)

      —Por mim,estou pronto.O que acha,Philliphe?(Renato)

      —Eu também estou.O que estamos esperando?(Philliphe)

      —Bom,vou ligar para meus familiares e avisar que estou de saída.Além disso,tenho que preparar as malas.Podem me ajudar?(Vidente)

      —Sim.(os dois)

      Os três se dirigiram ao quarto e juntos começam a arrumar a mala do vidente.Enquanto cuidam dos detalhes,aproveitam para melhorar o entrosamento da equipe.O clima no momento é agradável apesar do grande desafio que se apresenta.

      Vinte minutos depois,terminam as malas,deixam o recado,fecham a casa.o vidente deixa as chaves com o vizinho e juntos partem em direção á rodovia BR 232.Começava aí mais uma saga da série o vidente que já conquistara o coração de muitos.Em frente,sempre!

      Durante o caminho até a rodovia os viajantes se distraem conversando entre si,admirando a paisagem que se encontrava ainda verde pois estávamos no mês de setembro do corrente ano de 2014.

      A região de Mimoso era mesmo linda .Porém,eles tinham consciência de que o mundo não se restringia só ali e as aventuras lhe davam as condições de conhecer os mais variados lugares do imenso país que habitavam.E isto era muito bom.A cada nova experiência,aumentava a sua sede de conhecimento e ampliava sua cultura que também era influenciada por cada pessoa que encontravam no caminho.Em frente sempre,pela literatura e pelo prazer!Era um dos lemas da equipe.

      Com este pensamento em mente,concluem o trajeto de aproximadamente um quilômetro sem maiores problemas ou surpresas.Chegam na beira da pista e iriam pegar a primeira autolotação rumo á rodoviária da cidade vizinha,Arcoverde.De lá,pegariam um ônibus para o destino final,Cabrobó.Enquanto esperam, aproveitam o tempo para escutar a boa e animada música brasileira no radinho de pilha que Renato não esquecera de levar.A música ajuda no relaxamento de todos.

      Uma hora depois,finalmente uma autolotação passa:Uma besta cor de prata,larga e espaçosa.Os três adentram na mesma e por sorte tem vagas para todos ficarem sentados,ficam um ao lado do outro.No trajeto curto,aproveitam para serem simpáticos,conhecem novas pessoas e mantêm um bom bate papo envolvendo motorista e demais passageiros.Com isto,o tempo parece passar bem rápido.

      Quando menos esperam,já