sem retirar os olhos do corpo.
Riley disse, “Eu sei que é difícil. Mas poderia contar-me o que aconteceu?”
Tully falou num tom de voz vago e distante.
“Não há muito a dizer. Eu e os rapazes viemos de manhã cedo para semear. Eu reparei em qualquer coisa de estranho na terra aqui. O aspeto incomdou-me por isso comecei a cavar… e então lá estava ela.”
Riley pressentiu que Tully não ia ser capaz de contar muito.
Jenn disse, “Faz ideia de quando é que o corpo possar ter sido enterrado aqui?”
Tully abanou a cabeça silenciosamente.
Riley olhou à sua volta durante um instante. O campo parecia ter sido recentemente arado.
“Quando é que araram este campo?” Perguntou.
“Há dois dias. Não, há três. Íamos começar a semear hohe.”
Riley pensou nisto. Parecia consistente com a sua hipótese de que a rapariga tivesse sido morta e enterrada há duas noites.
Tully falou enquanto continuava a olhar em frente.
“O Chefe Sinard disse-me o seu nome,” Disse ele. “Katy – o seu último nome era Philbin, acho. Estranho, não reconheci esse nome. E também não a reconheci. Já lá vai…”
Parou de falar durante um momento.
“Já lá vai o tempo em que conhecia todas as famílias da cidade e também os seus filhos. Os tempos mudaram.”
Da sua voz sobressaía uma tristeza dolorida e entorpecida.
Agora Riley conseguia sentir a sua dor. Ela tinha a certeza que ele vivera naquela terra toda a sua vida, assim como os pais, os avós e os bisavós, e esperava pasar a quinta aos seus próprios filhos e netos.
Nunca imaginara que algo assim pudesse acontecer ali.
Riley também se apercebeu de algo mais – que Tully estava naquele local há horas, olhando com descrença horrorizada para o corpo da pobre rapariga. Ele encontrara o corpo de manhã cedo, reportara a situação e depois não conseguira sair mais daquele lugar. Agora que o corpo estava a ser levado, talvez também ele saísse dali.
Mas Riley sabia que o horror nunca o abandonaria.
As suas palavras ecoavam na sua cabeça..
“Os tempos mudaram.”
Ele devia ter sentido que o mundo enlouquecera.
E talvez tenha enlouquecido, Pensou Riley.
“Lamentamos muito o sucedido,” Disse-lhe Riley.
Depois ela e Jenn dirigiram-se ao local onde se encontrava o buraco.
A equipa de Teague já tinha o corpo coberto numa maca. Transportavam-no de forma estranha na terra com socalcos em direção ao veículo do médico-legista.
Teague abordou Riley e Jenn. Falou naquele seu tom perpetuamente monótono.
“Em resposta à sua pergunta, como é que ela morreu… vi melhor e ela foi espancada com várias pancadas. Então é isso.”
Sem proferir mais uma palavra, virou costas e foi ter com a sua equipa.
Jenn mostrou-se aborrecida.
“Bem, parece que no que lhe diz respeito o exame está concluído,” Disse ela. “É um amor.”
Riley abanou a cabeça, concordando com desânimo.
Depois caminhou na direção do Chefe Sinard e perguntou, “Foi encontrada mais alguma coisa com o corpo? Uma mala? Um telemóvel?”
“Não,” Disse Sinard. “Quem quer que fez isto ficou com esses objetos.”
“A Agente Roston e eu temos que conhecer a família da vítima o mais rapidamente possível.”
O Chefe Sinard franziu o sobrolho.
“Isso vai ser bastante difícil,” Disse ele. “O pai, Drew, esteve aqui há pouco para identificar o corpo. Estava muito mal quando se foi embora.”
“Eu compreendo,” Disse Riley. “Mas e mesmo necessário.”
O Chefe Sinard anuiu, tirou uma chave do bolso e apontou para um carro.
“Calculo que precisem de um meio de transporte,” Disse ele. “Podem usar o meu carro enquanto aqui estiverem. Eu sigo mais à frente num carro da polícia e mostro-lhes onde vivem os Philbin.”
Riley deixou Jenn conduzir. Dali a nada estavam a seguir o carro da polícia em direção a Angier.
Riley perguntou à sua nova parceira, “O que te parece?”
Jenn conduziu em silêncio durante alguns instantes enquanto pensava na pergunta de Riley.
Depois disse, “Sabemos que a vítima tinha dezassete anos – dentro da faixa de idade de cerca de metade das vítimas deste tipo de crime. Ainda assim é um caso fora do comum. A maioria das vítimas de predadores sexuais são prostitutas. Esta encaixa-se nos dez porcento que são vítimas de pessoas conhecidas.”
Jenn fez nova pausa.
Depois acrescentou, “Mais de metade deste tipo de crimes são por estrangulamento. Mas a segunda causa de morte mais frequente é trauma por pancada. Por isso, e seguindo esse raciocínio, este homicídio pode não ser atípico. Ainda assim, temos muito que descobrir. A pergunta mais importante é se estamos a lidar com assassino em série.”
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