Блейк Пирс

Abatidos


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      “Worthing, mas que raio…?” Disse Adams.

      Depois recuou perante o que viu.

      Ao nível dos olhos de Adams estava uma grande mancha húmida e negra na parede.

      Daquela mancha, um rasto contínuo desembocava no local onde Worthing estava agachado.

      Depois Adams viu o buraco negro no meio da testa de Worthing.

      Era uma ferida de bala.

      A ferida de entrada era pequena, mas a ferida de saída tinha-lhe arrancado grande parte do crânio. O homem tinha sido morto enquanto fumava um cigarro. O tiro fora tãio limpo que o sargento de instrução morrera instantaneamente. Até o cigarro permanecera intocado na sua boca.

      “Jesus Cristo,” Murmurou Adams. “Não outra vez.”

      Olhou à sua volta. Um grande campo vazio estendia-se atrás da caserna. O tiro tinha sido disparado a grande distância. Tal significava que tinha sido disparado por um atirador habilidoso.

      Adams abanou a cabeça, descrente.

      A sua vida, sabia-o bem, ia complicar-se.

      CAPÍTULO UM

      Riley Paige estava a olhar por uma das janelas da sua casa. Estava um lindo dia de primavera, um dia ideal com pássaros a cantar e flores a florir. O ar exalava um odor fresco. Mas mesmo assim, a escuridão espreitava.

      Riley tinha a estranha sensação de que toda aquela beleza era de alguma forma terrivelmente frágil.

      Por isso mantinha as mãos quietas como se estivesse numa loja repleta de porcelanas delicadas e bastasse um simples movimento para partir algo encantador e caro. Ou talvez fosse porque aquela tarde perfeita lhe parecesse uma ilusão que desapareceria mal lhe tocasse apenas para revelar…

      O quê? Interrogou-se Riley.

      A escuridão de um mundo cheio de dor e terror e mal?

      Ou a escuridão que se insinuava dentro da sua própria mente – a escuridão de demasiados pensamentos e segredos feios?

      Uma voz de menina interrompeu as divagações de Riley.

      “Em que é que estás a pensar, m~es?”

      Riley virou-se. Percebeu que se esquecera momentaneamente das outras pessoas que se encontravam com ela na sala.

      A rapariga que falara fora Jilly, a menina magra de treze anos que Riley estava a tentar adotar.

      “Em nada,” Respondeu Riley.

      Blaine Hildreth, o seu antigo vizinho, sorriu-lhe.

      “Pareces estar longe daqui,” Disse ele.

      Blaine acabara de chegar a casa de Riley com a sua filha Crystal.

      Riley disse, “Acho que estava apenas a pensar onde está a April.”

      Era algo que a preocupava realmente. A filha de quinze anos de Riley ainda não tinha chegado da escola. A April não sabia que tinham combinado ir jantar ao restaurante de Blaine?

      Crystal e Jilly riram uma para a outra maliciosamente.

      “Oh, ela está quase a chegar,” Disse Jilly.

      “Aposto que a qualquer momento,” Acrescentou Crystal.

      Riley perguntou-se o que é que as miúdas sabiam que ela desconhecia. Ela esperava que April não estivesse metida em nenhum problema. April passara por uma fase rebelde e tinha suportado traumas graves há alguns meses atrás. Mas parecia estar tão melhor agora.

      Então Riley olhou para os outros e apercebeu-se de uma coisa.

      “Blaine, Crystal – não vos perguntei se queriam beber alguma coisa. Tenho ginger ale. E bourbon se preferires Blaine.”

      “Um ginger ale, obrigado,” Disse Blaine.

      “Para mim também, se faz favor,” Disse Crystal.

      Jilly levantou-se da cadeira.

      “Oh, não, não precisas,” Disse Riley. “Eu vou buscar.”

      Riley dirigiu-se à cozinha, bastante agradada por ter algo do género para fazer. Servir bebidas seria habitalmente o trabalho de Gabriela, a empregada de Riley. Mas Gabriela estava de folga e a visitar amigos. Gabriela mimava Riley e era bom, para variar, ir arranjar bebidas. Também mantinha a mente de Riley focada no agradável presente.

      Serviu ginger ale a Crystal e Blaine, e também para ela e Jilly.

      Ao levar o tabuleiro com as bebidas de vlta à sala de estar, Riley ouviu a porta da frente abrir-se. Depois ouviu a voz de April a falar com alguém que trouxera com ela.

      Riley estava a distribuir as bebidas quando April entrou, seguida de um rapaz da sua idade. Parecia surpreendida em ver Blaine e Crystal.

      “Oh!” Disse April. “Não estava à espera…”

      Depois April corou de vergonha.

      “Oh meu Deus, esqueci-me completamente! Íamos sair esta noite! Peço tanta desculpa!”

      Jilly e Crystal estavam a rir-se. Agora Riley compreendia a razão por que estavam tão divertidas. Já sabiam que April tinha um novo namorado e que possivelmente se teria esquecido do jantar porque estava com ele.

      Lembro-me como isso era, Pensou Riley, recordando saudosamente as suas próprias paixões de adolescente.

      Agradada por April o ter trazido para o apresentar, Riley olhou para ele rapidamente. E de imediato gostou do que viu. Tal como April, era alto, desengonçado e de aspeto estranho. Era ruivo, tinha sardas, olhos azuis brilhantes e um sorrido amigável e pateta.

      April disse, “Mãe, este é o Liam Schweppe. Liam, esta é a minha mãe.”

      Liam estendeu a mão a Riley.

      “Muito prazer em conhecê-la senhora Paige,” Disse ele.

      A sua voz era típica de um rapaz adolescente, o que fez com que Riley sorrisse.

      “Podes tratar-me por Riley,” Disse ela.

      “April disse, “Mãe, o Liam é…”

      April parou, aparentemente não preparada para dizer “o meu novo namorado.”

      Em vez disso, disse, “Ele é capitão da equipa de xadrez da escola.”

      Riley estava cada mais divertida.

      “Então estás a ensinar a April a jogar xadrez, presumo,” Disse ela.

      “Estou a tentar,” Disse Liam.

      Riley não conseguiu evitar rir-se. Ela era uma boa jogadora de xadrez e há anos que tentava que April se interessasse pelo jogo, mas April sempre se mostrara desinteressada e considerava o xadrez coisa de tótós – uma “coisa de mãe” que nunca a poderia interessar.

      A sua atitude parecia ter mudado agora que um rapaz giro estava envolvido.

      Riley convidou Liam a sentar-se.

      Disse-lhe, “Oferecia-te alguma coisa para beber mas estamos prestes a sair para jantar.”

      “O jantar de que a April se esqueceu,” Disse Liam de sorriso aberto.

      “É isso mesmo,” Disse Riley. “Porque é que não vens connosco?”

      April corou ainda mais.

      “Oh, mãe….” Começou.

      “Oh, mãe, o quê?” Perguntou Riley.

      “Tenho a certeza de que o Liam terá outros planos,” Disse April.

      Riley riu. Ela estava novamente a entrar em território de “mãe tótó” outra vez. Parecia que April estava preparada para