Джек Марс

O Preço da Liberdade


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É uma pessoa maravilhosa e uma cientista exemplar. Estudou em Londres, fez inúmeras formações de biossegurança de nível 4 e tem todas as autorizações de segurança. Está connosco há três anos e trabalhei diretamente com ela em diversas ocasiões.”

      “Ok… “ Disse Luke.

      “Quando ocorreu a falha de energia, o ar deixou de bombear para o tubo de ar de Aabha por momentos. Esta é uma situação potencialmente perigosa. Também ficou completamente às escuras. Teve medo e parece que Thomas Eder a deixou sair das instalações sem seguir todos os necessários protocolos de segurança.”

      Luke sorriu. Esta era fácil de adivinhar. “E depois alguma coisa desapareceu?”

      Drinan hesitou. “No dia seguinte, ao efetuar-se um inventário, descobriu-se que um tubo de um vírus Ébola muito específico tinha desaparecido.”

      “Alguém já interpelou essa mulher?”

      Drinan abanou a cabeça. “Ela também desapareceu. Um rancheiro encontrou ontem o carro dela num terreno isolado, oitenta quilómetros a oeste de Austin. A polícia estatal acredita que quando um carro é assim abandonado é um sinal estranho. Ela não está no apartamento e tentámos entrar em contato com a sua família em Londres, sem sucesso.”

      “Ela teria alguma razão para querer roubar o vírus Ébola?”

      “Não. Não dá para acreditar. Tenho-me debatido com isto nos últimos dois dias. A Aabha que eu conheço não é alguém que… Nem o consigo pronunciar. Ela não é simplesmente assim. Não percebo o que está a acontecer. Receio que ela tenha sido raptada ou caído nas mãos de criminosos. Nem tenho palavras.”

      “Ainda nem chegámos à parte mais complicada,” Interviu abruptamente Susan Hopkins. “Pode falar um pouco sobre o vírus ao Agente Stone, Dr. Drinan?”

      O incrédulo homem anuiu. Olhou para Luke.

      “O Ébola pode ser usado como arma. É semelhante ao Ébola que se encontra na natureza, como o Ébola que matou dez mil pessoas no surto ocorrido na África Ocidental, mas muito pior. É mais virulento, tem uma ação mais rápida, pode ser transmitido mais facilmente e apresenta uma mais elevada taxa de mortalidade. É uma substância muito perigosa. Precisamos ou de a recuperar, ou de a destruir ou ter a certeza absoluta que já foi destruída.”

      Luke virou-se para Susan.

      “Queremos que vá até lá,” Afirmou Susan. “Ver o que consegue descobrir.”

      Aquelas eram precisamente as palavras que Luke não queria ouvir. Ao telefone, a Presidente tinha-o unicamente convidado para uma reunião. Mas ele estava ali para uma missão.

      “Será que é possível,” Ripostou Luke, “falarmos sobre isto em privado?”

      *

      “Quer alguma coisa?” Perguntou Richard Monk. “Café?”

      “Obrigado, aceito uma caneca de café,” Agradeceu Luke.

      Não se importava de beber café agora, mas aceitara a oferta sobretudo porque pensou que tal faria com que Monk se retirasse da sala. Errado. Monk limitou-se a pedir o café pelo telefone.

      Luke, Monk e Susan encontravam-se na sala de estar do piso superior, próximos dos aposentos da família. Luke sabia que a família de Susan não vivia ali. Quando ela era Vice-Presidente nunca lhe tinha prestado grande atenção, mas tinha ficado com a ideia de que ela e o marido tinham uma relação distante.

      Luke sentou-se confortavelmente numa poltrona. “Susan, antes de começarmos quero dizer-lhe uma coisa. Decidi retirar-me com efeitos imediatos. Digo-lhe antes de dizer a qualquer outra pessoa por isso, outra pessoa terá que liderar a SRT.”

      Susan permaneceu em silêncio.

      “Stone,” Reagiu Monk, “o melhor é saber já. A Special Response Team acabou. O Don Morris esteve envolvido no golpe desde o primeiro momento e, como tal, é parcialmente responsável por uma das maiores atrocidades já sucedidas em solo americano. E ele criou a Special Response Team. Tenho a certeza que compreende que a segurança, e sobretudo a segurança da Presidente, é a nossa prioridade neste momento. Não é apenas a SRT. Estamos a investigar subagências suspeitas no interior da CIA, NSA e o Pentágono, entre outros. Temos que eliminar os conspiradores para que algo de semelhante não volte a acontecer.”

      “Compreendo as vossas preocupações,” Consentiu Luke.

      E compreendia. O governo estava frágil naquele momento, talvez mais frágil do que nunca. O Congresso estava delapidado e uma ex supermodelo tinha ascendido à cadeira de Presidente. Os Estados Unidos haviam demonstrado ter pés de barro e se ainda houvesse conspiradores à solta, nada os impedia de tentar alcançar o poder novamente.

      “Se vai suprimir a SRT de qualquer das formas, então esta é a altura ideal para eu sair.” Quanto mais Luke falava em sair, mais real se lhe tornava essa possibilidade.

      Chegara o momento de restabelecer a sua vida familiar. Chegara o momento de recriar aquele lugar idílico na sua cabeça, um lugar onde ele, Becca e Gunner estariam sós, longe das preocupações, um lugar em que mesmo que o pior acontecesse, não teria grande importância.

      Raios, talvez quando chegasse a casa perguntasse a Becca se se queria mudar para a Costa Rica. Gunner podia crescer como bilíngue. Podiam viver algures na praia. Becca podia ter um jardim exótico. Luke podia praticar surf algumas vezes por semana. A costa ocidental da Costa Rica tinha algumas das melhores ondas das Américas.

      Luke estava perdido nestes pensamentos quando Susan falou pela primeira vez. “É um péssimo momento para se retirar. O timing não podia ser pior. O seu país precisa de si.”

      Ele olhou para ela. “Sabe que mais, Susan? Isso não é bem verdade. Pensa dessa forma porque me viu em ação, mas existem milhões de homens como eu. Há homens mais capazes do que eu, mais experientes, mais sensatos. A Susan parece não pensar dessa forma mas há pessoas que me consideram um fracasso.”

      “Luke, não me pode deixar nesta situação,” Suplicou Susan. “Estamos na corda bamba, à beira do desastre. Tive que aceitar um papel para o qual… Não estava à espera disto. Não sei em quem confiar. Não sei quem é bom e quem é mau. Estou quase à espera de virar uma esquina e levar com uma bala na cabeça. Preciso dos meus comigo. Pessoas em quem posso confiar totalmente.”

      “Eu sou um dos seus?”

      Olhou-o diretamente nos olhos. “Salvou a minha vida.”

      Richard Monk irrompeu na conversa. “Stone, o que ainda não sabe é que o Ébola é replicável. Isso não foi mencionado na reunião. O Wesley Drinan confidenciou-nos que é possível que pessoas com os equipamentos e conhecimentos adequados possam produzir mais. A última coisa de que precisamos é de um grupo desconhecido de pessoas às voltas com um vírus Ébola pronto a servir de arma, a tentar armazenar reservas.”

      Luke olhou novamente para Susan.

      “Aceite esta missão,” Pediu Susan. “Descubra o que aconteceu à mulher que desapareceu. Descubra o Ébola desaparecido. Quando regressar, se ainda se quiser retirar, nunca mais lhe peço nada. Iniciámos um percurso juntos há alguns dias. Aceite esta última missão e nunca mais o incomodarei.”

      O olhar de Susan sustentou o de Luke até ao fim. Ela era uma política típica em muitos aspetos. Quando tentava chegar a alguém, tocava-o. Era muito difícil dizer-lhe não.

      Luke suspirou. “Posso partir de manhã.”

      Susan anuiu em concordância. “Já temos um avião à sua espera.”

      Os olhos de Luke dilataram-se, surpreendidos. Respirou fundo.

      “Ok,” Conseguiu finalmente articular. “Mas antes tenho que reunir algumas pessoas da Special Response Team. Estou a pensar no Ed Newsam, no Mark Swann e na Trudy Wellington. O Newsam está de baixa neste momento, mas tenho a certeza de que