Софи Лав

Para Sempre Natal


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do passageiro. “Está tão ruim assim?”

      Emily fez uma careta. “Sim. Infelizmente. Não tivemos nenhuma reserva para o inverno. Na verdade, não teremos ninguém até março. Nada no chalé, na casa de Trevor ou na pousada principal. Eu tive que cortar os turnos de todos também. Somente Lois e Parker estão fazendo alguns turnos selecionados. Vanessa e Marnie concordaram em folgar durante todo o inverno, mas Matthew não ficou animado com os cortes. Ele está tentando economizar para comprar um carro novo. Eu me sinto péssima. Felizmente o restaurante ainda está recebendo muitas reservas, então Harry está dando a ele algum trabalho por lá. O spa ainda é popular, e os dois devem nos ajudar a passar essa fase. Mas serão meses complicados.”

      O momento era tanto uma bênção, quanto uma maldição. Um bênção porque daria a Emily o tempo para passar com o bebê, mas uma maldição porque os bebês custavam caro e a última coisa que ela queria era se preocupar com dinheiro!

       “Não serão,” disse Daniel, com determinação. “Colocarei a minha carpintaria em funcionamento antes do ano novo, se for preciso. Você e a bebê Charlotte terão tudo o que precisarem. Eu prometo.”

      Emily sorriu e esfregou sua barriga redonda. Daniel estava focado em proporcionar a elas a melhor vida possível. Isso a deixava muito feliz. Ela tinha muita sorte em tê-lo em sua vida. Só esperava que ele não se esgotasse de tanto trabalhar. Com Daniel, era sempre uma questão de equilíbrio, e ele frequentemente pendia para o lado errado!

      “Talvez devêssemos tentar fazer com que Amy realizasse seu casamento na pousada, como ela estava planejando com Fraser?” sugeriu Emily.

      Daniel deu uma risada, como se nunca tivesse ouvido algo tão ridículo. “Eu duvido que ela queira, depois da última vez. Isso não traria algumas lembranças desagradáveis? E por que Harry iria querer se casar no seu local de trabalho?” Ele balançou a cabeça, brincalhão. “Mas é uma pena. Talvez você possa convencer outra de suas amigas ricas a se casar este ano. E quanto a Jane?”

      “Absolutamente, não!” respondeu Emily. “Jane não é do tipo para casar.”

       Mas sua sugestão fez com que ela pensasse. Quando se estabeleceram em um silêncio confortável, Emily tentou imaginar maneiras mais criativas de lucrar com a pousada durante o inverno. Eles focaram tanto na ilha, no spa, no restaurante e no bar que negligenciaram a divulgação da pousada e tudo o que ela tinha a oferecer de maneira apropriada. Os casamentos de inverno podem ser uma boa ideia, especialmente com o salão de festas para cerimônias e todos os quartos sobressalentes para os convidados! Ela teria que marcar uma reunião com Bryony, sua especialista em marketing e internet.

      Daniel saiu da rua principal e seguiu pela estrada menor em direção à escola de Chantelle. Sua consulta com a médica se prolongara e não havia tempo para ir para casa antes de pegá-la.

      “Você tem ouvido falar em Raven Kingsley?” perguntou ele enquanto dirigia. “Quando é a próxima reunião municipal para decidir se sua pousada pode ser construída?”

      “Eu ainda não sei,” disse Emily. “Estou aguardando. Eles postarão um boletim quando o conselho de zoneamento municipal se reunir. Tenho certeza de que vai demorar um pouco.”

      “Você não está preocupada?” perguntou Daniel.

      “É claro. Concorrência, especialmente de alguém como Raven, é sempre algo assustador. Tudo tem sido fácil até agora. O mercado era nosso.”

      “Tudo tem sido fácil?” brincou Daniel, referindo-se aos anos e meses de trabalho que eles tiveram para fazer da pousada um sucesso.

      “Você sabe o que quero dizer,” disse Emily. “Nós nunca tivemos que nos preocupar com falência antes.”

       “E precisamos agora?” perguntou Daniel, sua expressão jocosa de antes desaparecendo completamente.

      Emily mordeu o lábio. “Talvez um pouco,” disse a ele. “Se as coisas não melhorarem logo. Mas não se preocupe, vou pensar em algo. Um baile de Natal. Com Roman cantando. Por cem dólares o ingresso!”

      Ela só estava brincando. Usar o status de celebridade de Roman para seu próprio benefício era algo que ela jamais faria. Mas um baile de Natal para a cidade pode ser uma boa ideia.

      Daniel ainda parecia preocupado.

      “Hum,” Emily disse a ele, com firmeza. “Deixe comigo. Não se preocupe. Nada, nem mesmo a nova pousada de Raven Kingsley, vai nos prejudicar. Eu prometo. Estamos muito determinados para falhar agora.”

      Ela falou com confiança, mas no fundo também tinha dúvidas. E se este fosse o inverno ao qual não pudessem resistir? E se sua vida perfeita estivesse prestes a desmoronar?

      *

      Daniel entrou na área da escola. As aulas daquele dia já haviam sido encerradas e todas as crianças brincavam no grande playground, supervisionadas por seus professores. Emily avistou Chantelle, brincando com Bailey e Laverne. Era um grande alívio ver as meninas voltarem a ser amigas.

      Ela saiu da caminhonete e acenou para a professora de Chantelle nos degraus do lado de fora da escola. Ela também acenou para Tilly, a recepcionista da escola com a qual Emily recentemente fez amizade. Tilly estava tomando seu café da tarde nos degraus com o resto do corpo docente. Ela acenou calorosamente para Emily.

       Chantelle deve ter notado seus pais, porque ela veio atropelando todo mundo.

      “Adivinha só!” exclamou ela. “Estamos fazendo um Conto de Natal inspirado no Dr. Seuss para a nossa apresentação deste ano!”

       “O que seria isso?” perguntou Emily.

       “É um Conto de Natal de Charles Dickens, mas todo em rimas, como em Dr. Seuss,” disse Chantelle. “E eu serei O Fantasma do Natal Passado!”

      Emily sabia que esse era um dos papeis principais da peça. Depois de Ebenezer Scrooge, o fantasma certamente teria a maioria das falas.

      “Muito bem, querida!” disse ela, abraçando Chantelle com força.

      Depois de soltá-la, Daniel levantou-a no ar.

      “Que papel legal!” exclamou ele. “Estou muito orgulhoso de você!”

      Ele a colocou no chão, e Chantelle pegou algo de sua bolsa.

       “Estas são as minhas falas,” disse ela, segurando um livrinho grosso com uma ilustração reconhecível ao estilo Seuss na capa. “A peça será na sexta-feira, 18 de dezembro.”

      Emily olhou para Daniel, com as sobrancelhas levantadas. A bebê Charlotte já terá nascido! De repente, tudo parecia incrivelmente real. E muito, muito emocionante.

      “Não é muito tempo para aprender todas as suas falas?” perguntou Daniel a Chantelle. “Três semanas?”

       “Eu sei,” ela disse, parecendo de repente muito séria. “Mas eu consigo.”

      “Claro que você consegue,” disse Emily.

      Todos entraram na caminhonete e Daniel ligou a ignição. O motor ganhou vida com um ruído estridente.

       “Quando eu chegar em casa, posso começar a decorar a pousada para o Natal?” perguntou Chantelle do banco de trás.

      Emily riu e olhou por cima do ombro para ela. “Ainda nem saímos do clima de Ação de Graças.”

       “Eu sei,” respondeu Chantelle. “Mas eu adoro o Natal. Mal posso esperar para trocar minhas bandeirinhas de folhas de outono pelas de floco de neve.”

      Daniel começou a rir. Olhou para Chantelle pelo espelho retrovisor.

       “Você pode decorar a pousada como quiser,” disse ele.

      Emily sorriu por dentro. Ela amava a criatividade de Chantelle e adorava o modo como sua casa era transformada pelas mãos da criança para todas as festas, todas as estações. Ela não trocaria por nada no mundo – nem as aranhas de plástico do Halloween que