Dawn Brower

Um Conde Infame A Menos


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saíram da casa e foram para a casa de Marian. Kaitlin, ao contrário de Samantha, podia ser paciente e esperar que Marian dissesse qualquer notícia que pudesse ter. Ela também tinha suas suposições, e esperava que hoje fosse o dia em que Marian confiasse a elas, os seus segredos.

      Gregory Cain, o conde de Shelby, preferiria encontrar conforto nos braços de uma mulher macia e disposta do que passar um segundo na companhia do idiota chorão que estava à sua frente. Lamentavelmente, ele não teria tanta sorte. O conde de Barton tinha que ser o maior e mais irritante idiota que ele já teve o desgosto de conhecer.

      – Há quanto tempo você me conhece? – O tom de Gregory era uma combinação de exasperação e firmeza.

      Ele odiava lidar com os recém-chegados ao Clube Coventry. Ele ainda não sabia por que concordou em ser o segundo no comando logo após Harrington, por assim dizer. Gregory se esquivava da responsabilidade sempre que podia, e isso era muito mais do que ele já havia se permitido lidar.

      Por que diabos, Harrington havia permitido que essa criança entrasse no clube? Certamente ele havia percebido que Barton não estava preparado para o dever e a lealdade de ser um membro do Clube Coventry.

      – Você foi recebido neste clube há um mês. Nós nos conhecemos há muito tempo. – Ele odiava admitir isso, mas a propriedade de Barton ficava perto da casa da família da mãe de Gregory em Sussex. – Você esteve em Parkdale Abbey algumas vezes enquanto estávamos na residência. – Não que ele tenha visitado a família de sua mãe recentemente. Ele preferia Londres e os entretenimentos que oferecia. Ele nem se dava ao trabalho de visitar sua própria propriedade.

      O conde de Barton, o idiota sem noção de cabelos louros, era quase uma década mais novo de Gregory. Ele era talvez quatro anos mais velho que a irmã de Gregory, Samantha. Seus olhos verdes tinham um tédio neles que não davam a impressão de muita inteligência. Talvez essa fosse a sua interpretação sobre o intelecto do conde, ele certamente não havia mostrado sinais de que mantinha alguma astúcia.

      – Acho que sim…

      Gregory revirou os olhos. Para ele, o assunto já estava encerrado. Sua paciência havia acabado e estava prestes a colocar algum sentido no idiota quando Harrington entrou. Ele tinha cabelos escuros que enrolavam em volta do pescoço e na testa, e seus olhos azuis mantinham uma sagacidade nítida que faltava em Barton. Ele tinha que ter alguma inteligência para poder reunir os senhores que enfeitavam as paredes sagradas do clube. O líder do Clube Coventry parou e olhou primeiro para Barton, depois para Gregory, antes de levantar uma sobrancelha arrogantemente.

      – Eu quero saber?

      – Provavelmente não – respondeu Gregory. Seus dedos tremeram e ele lutou contra o desejo de apertá-los. Harrington deveria lidar com essa bagunça, não ele. – Mas você devia.

      Harrington se aproximou e puxou uma cadeira para se juntar a eles. Ele se sentou e depois apoiou os cotovelos na mesa de carvalho polido.

      – O que Barton fez agora? – Ele nem se deu ao trabalho de olhar para a direção do jovem conde.

      Gregory gemeu.

      – Se você sabia que ele seria um problema, então, por Deus, me diga por que…

      – Porque não faz muito tempo, nós dois precisávamos de uma mão orientadora e este clube a forneceu. – Ele se virou para Barton. – Você conseguiu discernir por que Shelby está irado com você?

      – Eu… – Barton engoliu em seco. – Bem, eu não pretendia.

      Gregory apertou o punho, mas se conteve. Por pouco. Sua raiva era uma fúria pouco contida. Harrington riu levemente, mas permaneceu composto. Ele não tinha certeza de como seu amigo conseguia manter aquela fachada calma, mas ele invejava isso. Perder a paciência era natural para Gregory. Era um traço familiar que ele desejava não possuir, mas, infelizmente, se enraizou dentro dele desde tenra idade. Gregory olhou para ele e disse em um tom fervilhante: – Isso não faz o que você fez certo.

      Harrington olhou para Gregory com um olhar inabalável. Era a maneira de seu amigo avisá-lo para recuar e deixá-lo cuidar de seu protegido, se alguém pudesse chamar Barton disso… Então Harrington voltou sua atenção para o tolo ignorante e deu a Gregory um momento para respirar através de sua raiva.

      – Existem regras aqui, você foi informado dessas regras antes de poder se tornar um membro. Elas não são difíceis ou extensas, e você está tendo problemas com as poucas que temos. – Ele fez um gesto para Gregory e disse: – Shelby não estaria discutindo nada com você se não tivesse cometido um erro. Então, por favor, diga-me, o que você está tendo dificuldades para entender?

      Barton recostou-se na cadeira e depois olhou para Gregory com uma expressão melancólica no rosto. Logo, ele estaria agindo como uma criança petulante. Ele levantou o queixo de maneira desafiadora e disse: – Por que não posso ter meus amigos aqui? Eles adorariam fazer parte de um lugar incrível como este.

      – Ninguém deveria saber do clube – lembrou Gregory. Por que era tão difícil para ele entender? – Seus amigos, se é assim que você quer chamá-los, não são membros. Aqueles rapazes que você trouxe para cá, bem, primeiramente eram pivetes, mas eu estou divagando. – A garota de rua tinha até um pouco de beleza. Se ela estivesse limpa e deixasse o cabelo crescer, seria deslumbrante. Gregory se considerava um conhecedor de mulheres lindas. – O que importa é que eles eram batedores de carteira, ladrões, talvez piores. Eles estavam aqui para nos roubar às cegas. – Ou pelo menos tentar.

      – Eles não estavam. – Ele levantou o queixo. – Eles queriam um pouco de diversão. O que há de errado com isso?

      – Ouça…

      Harrington levantou a mão para interromper Gregory.

      – Este será seu único aviso, lorde Barton. Se isso acontecer novamente, não seremos tão educados. Você será excomungado deste clube. Sua chave será entregue e, se você fizer um barulho sobre isso, nós o arruinaremos. Você entendeu?

      Ele balançou a cabeça freneticamente.

      – Sinto muito.

      Na verdade, ele não parecia ter remorso por suas ações. Barton parecia estar repetindo as palavras que achava que deveria dizer. Se Gregory fosse identificar exatamente o que ele acreditava que Barton realmente sentia, seria mais medo do que qualquer coisa. Harrington poderia ser assustador às vezes.

      – Tenho certeza que sim – Harrington disse em uma mistura de severidade e persuasão em seu tom. Gregory não tinha certeza de como Harrington conseguia soar os dois ao mesmo tempo. – Não faça com que me arrependa de permitir sua entrada no clube. Agora vá antes que eu decida que você é uma péssima aposta, afinal.

      O Conde de Barton levantou-se e saiu correndo da sala. Gregory cerrou os dentes, olhando em sua direção. Então ele se virou para Harrington e disse: – Ele deveria ter sido instruído a entregar sua chave imediatamente.

      – Às vezes é aconselhável dar uma segunda chance a uma pessoa, – disse Harrington suavemente. – Por que você sempre segue o caminho mais difícil?

      Ele encolheu os ombros. – Não concordo com isso.

      O amigo sorriu.

      – Eu percebi isso anos atrás. – Harrington se levantou. – Quais são seus planos para a tarde?

      – Vou rastejar para a minha cama no andar de cima e dormir até o anoitecer. Eu pretendo beber a noite toda e encontrar algumas damas dispostas a se juntar a mim na minha cama para um pouco de… – Gregory ergueu os lábios em um sorriso malicioso enquanto pensava sobre o que pretendia fazer com suas cortesãs favoritas. – …prazer devasso.

      Harrington olhou para ele por um momento e depois silenciosamente balançou a cabeça e disse: – Ande comigo de volta para a casa da cidade. Eu gostaria de falar com você sobre algumas coisas do clube, e Marian está me esperando de volta em breve.

      Gregory franziu a testa.

      – Preferiria