Dawn Brower

Um Conde Infame A Menos


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infeliz no casamento ou uma viúva… Então ele poderia encantar o seu caminho para a cama dela.

      Gregory olhou para cima com um olhar esperançoso e seu coração afundou. Esta era uma mulher em que tinha que manter as mãos distantes. Se ele fizesse algo remotamente inconveniente, se encontraria na frente de um padre mais rápido do que conseguiria piscar. Harrington teria a cabeça dele.

      – Lady Kaitlin. Por favor, aceite minhas desculpas. Eu deveria estar olhando por onde ando.

      Ele piscou várias vezes. Quando havia se transformado em uma beleza tão atraente? Ele tinha feito o possível para nunca prestar totalmente atenção nela. Agora, ele desejava não ter tido tempo para realmente olhar para ela. Ela tinha lindos cabelos dourados e brilhantes olhos azuis. O rosto dela era… perfeito. Delicado e em forma de coração, com deliciosos lábios bem beijáveis e rosados. Ele sacudiu mentalmente esse pensamento, não estaria colocando seus lábios perto dos dela.

      – Está tudo bem, lorde Shelby – disse ela timidamente. – Ninguém me nota.

      – O quê? – Ele a soltou uma vez que teve certeza de que ela estava firme. – Não seja ridícula. Confie em mim, eles percebem você. Caso contrário, são todos cegos. – Assim como ele.

      Ela sorriu e todo o seu rosto se iluminou. Ela era tão linda… Ele precisava colocar alguma distância entre eles e rápido. Ele não seduziria uma dama inocente. Não mesmo.

      – Você não precisa ser gentil. Sou uma flor decorando a parede e aceitei isso.

      Ele franziu a testa. Gregory não gostou dela falando em um tom tão depreciativo sobre si mesma.

      – Por que você acredita nisso?

      – Estou na minha quarta temporada. É evidência suficiente do meu fracasso para ser notada. – Ela encolheu os ombros levemente. – Duvido que possa mudar alguma coisa agora.

      – Talvez você não tenha conhecido o cavalheiro certo?

      – Ou talvez eu já tenha, mas ele está preocupado demais para perceber que eu existo – respondeu ela. – Não se preocupe com algo que não pode ser mudado.

      Gregory odiava que ela acreditasse nisso. Ele desejou que houvesse uma maneira de mudar como ela se via. Havia poucas coisas que Gregory poderia fazer, e ele não estava prestes a pedir a mão dela.

      – Isso não significa que eu deva gostar disso. Eu gostaria de poder fazer a diferença de alguma maneira.

      Ela inclinou a cabeça para o lado. – Por que você iria querer? Eu não sou ninguém para você.

      – Não seja ridícula – ele a castigou. – Você é a amiga mais próxima da minha irmã… ou pelo menos uma delas. Gostaria de pensar que somos pelo menos conhecidos, talvez mais do que isso, se você permitir. – Ele não quis dizer isso em voz alta, se amaldiçoou mentalmente por deixar essas palavras saírem de sua boca.

      – Lá vai você ser gentil novamente, meu senhor – Lady Kaitlin disse suavemente. – Gosto da ideia de vê-lo como amigo. Como meu amigo, acha que poderia me ajudar com uma pequena coisa?

      – É claro – ele respondeu prontamente, querendo ajudá-la de qualquer maneira que pudesse. Ele nunca se sentira tão inútil. Sua serenidade acalmou a inquietação que sentia antes de cruzar com ela.

      Ela mordeu os lábios, enchendo-os ainda mais. Ele quase gemeu com a visão. Ela desviou o olhar. – Deixa pra lá. Esqueça que perguntei qualquer coisa.

      – Não – ele disse. – Eu insisto. Me diga o que você precisa.

      Por que ela sentia como se não pudesse lhe pedir algo? Ele queria que ela confiasse nele e Gregory nem entendia o porquê.

      – Eu não deveria – ela começou, a voz um pouco vacilante enquanto falava. – É que… eu nunca…

      – O quê? – Ele perguntou.

      – Beije-me – ela disse suavemente, e ele quase se afastou com suas palavras. Era quase como se ela tivesse lido sua mente. Certamente ela entendia por que eles não podiam… Especialmente aqui, no corredor entre o salão de baile e a sala de jogos, qualquer um podia os flagrar e então… Ele ficaria preso a ela.

      CAPÍTULO QUATRO

      Kaitlin engoliu o nó que se formou em sua garganta. Ela olhou para os olhos azuis normalmente frios do conde de Shelby. Seu olhar costumava a congelar no lugar, mas algo estava diferente hoje. Eles queimavam. Incendiavam, dentro dela, uma necessidade que não sabia que existia. Ela culpou esse desejo pelas palavras que deixou escapar.

      Beije-me…

      O que ela estava pensando? Claramente, havia perdido toda a capacidade de se comportar adequadamente. Uma dama não pedia que um cavalheiro a beijasse. Especialmente um ilustre libertino. Esse pedido implorava para que ele a arruinasse, e que o céu a ajudasse, ela alegremente arriscaria tudo por um beijo dele.

      – Por favor, esqueça que eu pedi isso. – Ela lutou contra as lágrimas enquanto tentava passar por ele e falhou. Kaitlin tropeçou e ele a segurou antes que ela caísse no chão.

      – Você realmente precisa parar de cair aos meus pés. Pode me dar uma impressão errada. – Seu tom era leve e travesso.

      Ele estava zombando dela? Que humilhante… Kaitlin não poderia olhar para ele novamente, porque se fizesse, perderia o controle de suas emoções. Ela era tão tola. Ela manteve o rosto longe do dele enquanto falava.

      – Obrigada, meu senhor. – Ela se afastou dele, mas ele a puxou para perto.

      – Por que você deseja que eu a beije?

      Porque ele era bonito, charmoso e ela o amava de longe por mais anos que conseguia se lembrar.

      – Porque eu gostaria de entender… experimentar como é, pelo menos uma vez.

      – Você não acha que seu eventual marido poderia partilhar isso com você? – Ele ergueu o seu queixo e a forçou a encontrar seu olhar. – Ele não deveria ter esse direito? De lhe ensinar o que um beijo pode fazer.

      Ela balançou a cabeça em desafio.

      – Esse homem mítico ainda não apareceu e estou cansada de esperar. Decidi que esta será minha última temporada. Se você não fizer isso, vou encontrar alguém mais disposto.

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