luta com a Rainha. Achei que tinha a ver com ela por algum motivo. Eu não tinha ideia de que isso aconteceria. — Eu engoli o pedido de desculpas. Eu não tinha nada pelo que lamentar. Tudo isso era novo para mim e eu estava dando o meu melhor com o que tinha.
— Claro que não. Eu culpo Filarion. Se aquela doninha não tivesse invadido e roubado meu livro, você teria visto minha carta e eu estaria aqui desde o início para ajudar. O mais importante agora é afrouxar as barreiras.
Sebastian terminou sua bebida e pousou o copo. — Existe algo que podemos fazer para garantir que ninguém com intenções maliciosas possa atravessar?
Vovó flutuou mais perto do forno quando eu o abri e ficou me observando enquanto eu removia a pizza. — Isso é complicado.
— Isso é o que eu pensei que tinha feito antes — interrompi. Quando lancei minhas proteções, eu até mantive esse desejo na frente da minha mente.
— A magia não é capaz de avaliar uma pessoa a menos que ela pratique magia nefasta. Isso muda uma pessoa, como eu disse antes, e por causa disso podemos manter essas pessoas fora. Mas ela não é capaz de detectar o que alguém está pensando. Ou se eles têm ciúmes de você. Nem pode dizer quando você está com fome e lhe fornecer uma refeição. Torna-se complicado ao lidar com um indivíduo que está sendo forçado a cumprir as ordens de outra pessoa.
— Certo. Isso faz sentido… Então eu só me resta ter esperanças de que ninguém mais seja manipulado como Tunsall foi?
Bas balançou a cabeça. — Isso não seria sábio. Garanto que ela encontrará outra pessoa para manipular, mais cedo ou mais tarde. Essa é uma de suas constantes.
Eu joguei minhas mãos para o ar. — Tem alguma coisa que eu possa fazer? Kairi quase foi morta da última vez. Eu prometi a ela um lugar seguro para morar depois que ela preferiu fugir de Vodor, em vez de dar a ele um pedaço de si mesma. — Ela sabia que a pior coisa que ela poderia fazer por seu povo era dar a ele poder sobre quem vive debaixo d'água. Eu respeitava isso e queria ter certeza de que ela poderia viver da forma mais segura possível, mesmo que estivesse longe de todos que amava.
Vovó flutuou de volta para a janela. — Nós podemos chamar Theamise. Ela e suas irmãs podem ficar de olho nas fronteiras e nos avisar se algo parecer suspeito.
Bas serviu outro copo de uísque enquanto eu cortava a pizza. — Sim. Não pareceria estranho a ninguém se elas puxassem conversa com eles. Algumas perguntas bem formuladas e ela deve ser capaz de determinar se alguém está agindo fora do normal.
Fui até a geladeira, peguei uma fruta e a coloquei na ilha. — Acho uma boa ideia. Vou levar alguma coisa para comer no caminho e falarei com ela e Kairi, então poderei remover as proteções. Não gosto da ideia de Feéricos ficarem presos em Eidothea e em perigo.
Peguei um prato e enchi com a comida antes de sair. Sebastian me seguiu com nossas bebidas e pizza. A culpa me consumia por ter eliminado uma rota de fuga na qual os Feéricos confiavam. Eu não poderia imaginar se Kairi ainda estivesse em Eidothea. O Rei a teria pego e conseguido o que queria. E teria sido minha culpa. Eu esperava que o peso em meus ombros diminuísse agora que vovó estava comigo e fosse capaz de me ajudar a entender essa merda toda.
CAPÍTULO QUATRO
— Então, está tudo quieto porque você acidentalmente bloqueou o portal? — Violet bateu seu copo de margarita no meu. Estávamos no Penas de Fênix, o pub onde Aislinn era atendente. — Bom trabalho, Fi.
A primeira vez que viemos aqui, Aislinn passou mais tempo conversando conosco do que servindo aos outros. Perguntei por que ela não tinha medo de ser demitida e ela riu ao dizer que gostaria de ver sua mãe tentar. Aparentemente, sua família era dona do lugar há décadas.
De qualquer forma, passei a última meia hora contando a elas o que aconteceu quando voltei para casa na noite anterior. Aislinn riu e ergueu um copo de refrigerante para nós de sua posição atrás do bar. — Essa é uma boa maneira de manter sua carga de trabalho baixa.
Eu rosnei baixo em minha garganta. — Eu não estava tentando me livrar do meu trabalho. Eu culpo a vovó. Isso não teria acontecido se ela tivesse me contado sobre, hum… — Eu lancei meu olhar ao redor, me certificando de que ninguém estava por perto. Era só o que faltava, eu revelar a existência de sobrenaturais aos humanos. — A nossa família. Já é ruim o suficiente que Kairi sofreu por semanas quando eu não tinha ideia do que era esperado. Eu tive que sair fazendo as coisas do meu jeito de novo porque não sabia o que mais poderia fazer.
Aislinn parou de limpar a parte superior do balcão. — Não há nada que você possa fazer para mudar o que aconteceu, e você solucionou o problema, não é?
Balancei minha cabeça para cima e para baixo. — Vovó estava tão hesitante quanto eu em diminuir a proteção sem uma maneira de monitorar quem cruzasse para Pymm’s Pondside. Na verdade, foi muito simples, uma vez que Bas sugeriu a ideia de convocar Theamise para ajudar se alguém aparecesse. Eu não tinha ideia de que ela tinha esse impacto nas árvores mais próximas da casa. As folhas estão rareando e a casca está descascando agora que ela se mudou para os arredores de minha propriedade.
Violet revirou os olhos. — Que parte de ninfa da floresta você não entendeu?
Eu dei um tapinha em seu ombro enquanto minha cabeça fazia uma boa imitação de um sprinkler, girando de um lado para o outro enquanto verificava quem poderia ouvir. — Quieta! E, sim. Eu entendo isso agora. Tudo isto é novo para mim. Isso nunca me ocorreu antes. Daí a razão de estarmos aqui bebendo.
Violet riu e tomou um longo gole de sua margarita. — E eu pensei que estávamos aqui para que você pudesse evitar sua avó. Você não parece muito inclinada a passar tempo com ela.
— Ora, por quê? Você tem reclamado por não saber o suficiente sobre sua herança e agora que você tem a fonte perfeita na ponta dos dedos, você quase não passa tempo com ela. — Era óbvio que Aislinn estava genuinamente curiosa. Eu não conseguia parar de me contorcer na banqueta do bar enquanto tomava um gole da minha margarita.
Por que eu não estava em casa conversando com a vovó mesmo? Eu deveria estar lá. Aquilo era tudo que eu queria há meses, mas no momento eu não conseguia passar muito tempo com ela. Enquanto considerava a pergunta de Aislinn, percebi que havia uma parte de mim que se sentia desconfortável perto dela.
Eu estava me acostumando com questões mágicas, mas isso era um outro nível. Para piorar, ela disse que eu era diferente da maioria dos outros da minha espécie. Já era ruim o suficiente eu ter tanto poder que fazia de mim um alvo.
Terminei minha bebida e coloquei o copo no balcão. — Cada vez que me viro, ela tem informações novas para mim. Aparentemente, meus pais foram mortos por um feitiço lançado do outro lado do mundo. Já ela foi morta num incêndio. Ela acha que talvez foi um dragão, mas não tem certeza. Ah, e Emmie despertará seus poderes nos próximos dois anos, então eu tenho que encontrar uma maneira de contar aos meus filhos o que eles são.
Aislinn inclinou a cabeça. Ela era a mais nova de nós três, com 38 anos. — Eles ficarão bem. Aposto que até vão achar isso legal.
Violet balançou a cabeça. — Não tenho certeza quanto a isso. Eles serão diferentes e precisarão manter um controle rígido sobre suas emoções ou se destacarão. E Emmie me parece ser introvertida.
— Ela odeia ser o centro das atenções, mas ela tem uma boa cabeça sobre os ombros, então o controle deve ser fácil para ela. E ajuda que todos eles vivam juntos agora. Ela mantém os gêmeos na linha e garante que não façam festas selvagens e essas coisas. Mas ela vai praticamente se matar tentando manter Skylar e Greyson fora de problemas. Esses dois vão ser difíceis e não posso voltar para ajudar.
Aislinn pegou meu copo e o lavou. — Você quer outra?
— Sim. Deixei Sebastian e minha avó quando saí. Ela o estava interrogando sobre suas intenções e por que fiz isso aqui