Toya se aproximou, sentindo um leve pânico enquanto ele colocava o seu rosto quase contra o dela e inalava. Ele então agarrou o seu queixo e virou o rosto para o dele, olhando para a sua boca.
Toya viu o seu arrepio e podia sentir o cheiro do seu medo persistente.
- Kyoko, Kyou estava aqui contigo?
Quando ela acenou com a cabeça, ele olhou para a boca dela novamente, com os olhos a semicerrarem- se nos seus lábios.
- Mordeste- o?
Kyoko ficou tão surpreso quando disse que... os seus joelhos quase dobraram. Então, pensando na pergunta e mentalmente vendo- se a morder o guardião mais temido da terra, ela começou a rir.
- Não, Toya, eu não o mordi! Eu estava a tomar banho e a flutuar na água com os olhos fechados. Quando eu os abri, lá estava ele, praticamente deitado em cima de mim e..." - a sua voz caiu para quase um sussurro e ela encolheu os ombros, "ele beijou- me." Kyoko parou de rir quando viu a prata substituir o ouro dentro das írises de Toya.
Toya agarrou- a pelos ombros e sacudiu- a, precisando saber exatamente o que aconteceu.
- Kyoko, ele fez mais alguma coisa? Diz- me agora!
Ele podia sentir o enorme pânico dentro dele com a ideia de Kyou beijar Kyoko... o que diabos estava ele a pensar. Ela ficou chocada com o quão louco Toya estava de repente. Kyoko levantou os ombros e com um olhar confuso no seu rosto, ela acenou com a cabeça.
- Sim, ele tirou- me da água e colocou- me no banco, deixou- me aqui, e então... desapareceu. Ela nervosamente levantou uma mão e correu- a através do seu cabelo molhado e ela olhou para o lado. Secretamente, ela perguntou- se onde Kyou estava agora e se ele ainda estava a observá- los. Normalmente, a presença de Kyou não era vista.
- Ele nunca disse uma palavra. - acrescentou ela como uma reflexão posterior.
- Kyoko, ele marcou- te em algum lugar? - perguntou Toya com uma voz calma enquanto escondia o fato de que as suas entranhas estavam a gritar em negação. Ele puxou o cabelo dela para trás para olhar para o pescoço dela antes que ela pudesse responder.
Ele podia sentir os seus batimentos cardíacos fortes e pulsando sob a sua pele enquanto procurava por qualquer marca escondida que Kyou pudesse ter deixado para trás.
Kyoko tentou bater na mão dele, mas ele não teria nada disso, então ela gritou:
- Não, ele não fez isso! Porquê?
Isso estava a começar a assustá- la um pouco. O que Toya quis dizer, "marcada" afinal? Ela sentiu a sua pele começar a eriçar- se quando ela imaginou uma cena com um vampiro de algum velho filme em preto e branco na sua mente. Então a cena transformou- se num dos filmes mais recentes onde o vampiro era sexy e... e ela rapidamente apagou o pensamento.
Toya soltou o cabelo depois de não encontrar marcas, mas olhou para ela muito intensamente, o seu coração ainda a martelar forte no seu peito. "Eu não gosto disso." Ele viu como ela colocou os braços em torno de si mesma como se ela estivesse fria. Toya rosnou suavemente, profundamente na parte de trás da sua garganta enquanto ele estava na frente dela, olhando para os seus olhos esmeralda.
- De agora em diante, ficas perto de mim.
Ele viu os lábios dela por um minuto, sem gostar do fato de que Kyou os tinha beijado quando ele não o tinha feito. Estava a deixá- lo- o louco e o fato de que estava a deixá- lo louco, estava a deixá- lo pior.
Ele inalou o seu cheiro novamente; cheirando a presença perturbadora do seu irmão e que não estava a fazê- lo feliz também.
- Kyoko, vai tomar outro banho. - disse Toya um pouco duramente, deslumbrante Kyoko e a testar o seu temperamento.
- Eu já tomei um! E os seus olhos esmeralda dispararam faíscas para ele.
Toya sorriu por dentro. Ele não amava nada mais do que deixá- la com raiva porque ela parecia tão fofa quando ela estava assim. Mas cheirando de novo, ele informou- a:
- Tu cheiras mal!
- Toya! - gritou Kyoko de volta enquanto as suas mãos estavam em punho nos seus lados.
Toya sentiu o seu corpo ficar pesado e para baixo ele foi. Deus, ele odiava quando ela usava aquele feitiço de domador contra ele.
- Kyoko, pára com isso! - Ele olhou para ela. - Bolas!
- Bem... Tu és mal- educado! Eu não cheiro mal! Kyoko olhou para ele e desejou que ele ainda estivesse de pé para que ela pudesse fazê- lo novamente.
Sentindo os efeitos do feitiço a acabarem, Toya lentamente levantou- se, esperando que ela não usasse o feitiço domador novamente.
- Kyoko, ouve, por favor, toma outro banho. Não sentes o cheiro, mas eu posso senti- lo. - tentou ele explicar, mas ela interrompeu- o.
- Toya!
Kyoko assobrou quando ele mais uma vez bateu no chão. Ele teve sorte que ela não estava a pontapeá- lo.
Ele ficou lá por um minuto enquanto Kyoko olhava para ele. Lentamente, ele olhou para ela e sussurrou:
- Cheiras a ele.
Então ele levantou- se, os seus olhos de prata derretido escondidos sob a sua franja escura, fazendo com que as madeixas de prata brilhassem à luz do sol. Ela não entendeu que ele não suportava o fato de que ela estava com o cheiro de Kyou e não o dele?
Toya virou- se e caminhou de volta para a floresta, longe dela... deixando- a parada lá confusa. Ele parecia tão triste quando disse isso. Kyoko pendurou a cabeça, sentindo- se como o maior do mundo, ambos os mundos.
Ela sabia que de todos os irmãos dele, o que ele não conseguia se dar bem era Kyou... mesmo que ambos estivessem do mesmo lado. Eles sempre lutaram quando se distanciavam um do outro.
- Oh Toya, desculpa. Ela sussurrou para o ar vazio que ele tinha deixado para trás. Voltando para a água, ela despiu- se e voltou para lavar o cheiro de Kyou dela. Ela sorriu pensando... Ele não gosta do cheiro do Kyou. Será que ele está com ciúmes?
Ela suspirou repensando... Ou é só porque ele não gosta do Kyou? Lembrando o que aconteceu mais cedo enquanto ela estava sozinha, Kyoko apressou- se e lavou- se, não querendo ter mais visitas indesejadas durante o seu banho.
Voltando rapidamente, ela vestiu- se e começou a regressar ao acampamento. Kyoko entrou na clareira onde ela sabia que Toya estaria à espera dela, e ele estava. Ela realmente não queria ficar sozinha com ele agora depois do jeito que as coisas tinham ido na fonte termal. Ela rapidamente procurou por Kamui, mas não o viu.
- Toya, onde está Kamui? - perguntou nervosamente.
Toya estava à espera dela voltar, embora ele só tivesse voltado alguns minutos antes dela porque ele estava de olho nela... certificando- se Kyou não apareceu de volta para terminar o que ele tinha começado. Ele encolheu os ombros como se não importasse quando ele respondeu a sua pergunta:
- Ele foi visitar Sennin. Ele vai estar de volta pela manhã para que possamos sair, então.
Ele realmente enviou Kamui para o velho para perguntar se ele tinha obtido mais informações sobre onde os talismãs poderiam ser encontrados. Em algum lugar no fundo da sua mente, Toya sabia que era apenas uma desculpa para ficar sozinho com Kyoko por um tempo... mas ele não lhe disse isso. Kyoko suspirou enquanto ela se sentava, fechando os olhos e relaxando contra a árvore.
Bolas, ela estava de volta na mesma posição que ela estava a evitar quando ela saiu para a sua caminhada. Tentando distrair- se, a primeira coisa que entrou na sua mente foi Kyou, os seus olhos dourados brilhantes mostrando uma cintilação de emoção. Foi a primeira vez que ela o viu mostrar qualquer emoção além do rosto sem expressão do tédio que ele carregava ou a raiva da batalha. E ele beijou- a.
Por que ele a beijou assim? E por que ela não tentou impedi- lo? Era como se ela tivesse sido incapaz de pensar, apenas capaz de sentir. Embora ela ainda estivesse com muito medo