dinheiro vai te salvar? Bem, ele salvou uma vez.
Sorte sua. Os menos privilegiados não têm tanta sorte.
O preço pedido agora é de um milhão.
Isso pode reparar alguns dos danos que você causou.
Diga a Ellie quando você vê-la,
que eu nunca vou esquecer seu sorriso
quando ela me disse que me amava.
E pergunte a ela sobre aquele arranhão nas costas.
O espinheiro... Eu não sabia que estava lá.
Sua sombra até eu ver o seu dinheiro,
às 6 horas de 2 de outubro,
no mesmo lugar de antes.
Dennis
Slim ergueu os olhos. "Suponho que Ozgood levou este um pouco mais a sério?"
"Não está errado," Croad bufou. "Durante o suposto estupro, Ellie Ozgood foi arranhada nas costas, assim como a carta de Den afirma. Havia um traço de espinho em sua pele, e a perícia na investigação inicial realmente rastreou-o até a planta exata no jardim de Den." Croad apontou. "Bem por ali, embora tenha crescido um pouco desde então. Teria sido suficiente para condená-lo se Ellie não tivesse retirado suas acusações.
"Ela o quê? Ozgood me disse que o caso foi arquivado."
"Sim, isso é meio que uma ferida para ele. Ellie retirou a acusação. Alegou que foi consensual. A garota tinha feito dezesseis a um mês, o que inocentava Den. Ele tinha trinta e oito. Ozgood não gostou, não acreditou nela ou em Den. Não podia aceitar sua garotinha brincando com o jardineiro, sabe? Então ele tomou a questão em suas próprias mãos."
"Imaginei."
Croad sorriu, mas pela primeira vez, de um ângulo sinistro. Na penumbra através das árvores o rosto do velho tornou-se esquelético, ameaçador.
"Os três mosqueteiros," disse ele.
"Quê?"
"Só nós três sabemos sobre o que Ozgood fez naquela noite. Ele, claro, eu, e agora você. Eu devo a ele uma dívida de vida, e agora você também. Não podemos contar nada a ninguém, está claro?"
Slim decidiu não mencionar que parecia que o próprio Ozgood tinha quebrado seu círculo sagrado ao se gabar de sua ação para Kay Skelton. Em vez disso, ele disse: "Você está me ameaçando?"
"Apenas estabelecendo parâmetros. Estive na equipe por um tempo, ganhei confiança. Você nem tanto. Eu não considero nenhuma dívida paga, então vamos deixar claro para quem você está trabalhando."
Slim respirou fundo. A tentação de ir embora era forte, mas assim também era a tentação do bar mais próximo, e talvez mais provável de matá-lo.
"Entendo," disse ele.
"Ótimo. Agora, tem mais. Tem sempre mais, não tem?"
Slim franziu a testa, incerto do que Croad queria dizer, mas o velho passou-lhe outra folha de papel.
"Terceira e última," disse ele.
Querido Oliver,
Esta é sua última chance de se decidir. Não
esqueça do que fez com Scuttleworth, ou
como você destruiu várias vidas.
Chegou a hora de você pagar pela
dor que me causou. Te dei
uma chance de compensar quem você machucou.
9 de Novembro, 5:25.
Uma bolsa de couro preta amarrada ao nono pilar.
Vejo você lá,
Dennis
Slim devolveu a carta. "Você sabe as perguntas que eu vou fazer, não sabe?"
Croad sorriu. "Afiado que nem faca, eu. Essa chegou há oito dias. Temos pouco mais de duas semanas até o dia do pagamento. Todo esse negócio sobre denunciar o Sr. Ozgood, ele não sabe do que se trata. Nada além de ameaças e mentiras. É a garota que é o problema, no entanto."
"Ellie? Porque?"
"O Sr. Ozgood quer mandá-la para fora, tirá-la da zona de perigo."
"Mas?"
"A mula teimosa não quer sair. Disse que não está preocupada com ameaças de ninguém. Faz você pensar, não é?"
"Ozgood planeja entregar o dinheiro?"
"Não se ele puder impedir. É para isso que você está aqui."
"Eu não trabalho particularmente rápido," disse Slim. "Não tenho certeza se eu posso salvar o dinheiro dele."
Croad riu. "Você acha que o Sr. Ozgood se preocupa com um milhão ou dois? Você não entendeu ainda, não é? Ninguém desafia o Sr. Ozgood. Dennis Sharp cometeu esse erro e acabou morto. Quem estiver enviando essas cartas vai pelo mesmo caminho. Você está aqui para manter o sangue longe das mãos do Sr. Ozgood, ou pelo menos mantê-lo a um nível onde ele possa ser facilmente lavado."
9
Croad inventou uma desculpa que tinha outros trabalhos e depois levou Slim de volta à casa de campo, deixando-o pouco menos esclarecido do que antes. Na superfície parecia claramente um caso de identidade roubada. Se a evidência era como ele tinha ouvido, tinha que haver algum erro sobre Dennis Sharp ainda estar vivo. O chantagista era alguém, sem dúvida, próximo da família que sabia mais do que Croad imaginava. Tudo o que Slim precisava fazer era pegar a pessoa e expô-la. Então Ozgood poderia voltar à dominação mundial e Slim para sua gradual queda até uma morte sombria e esquecível.
Croad lhe dera uma lista rabiscada de contatos, adicionando uma estrela ao lado daqueles mais propensos a falar. Em anotações feitas no rodapé, ele explicava que uma cruz significava que eles provavelmente diriam a Slim para ir se danar.
O primeiro nome da lista era Clora Ball. As anotações de Croad a descreviam como "Parece velha, cheira mal, não sorri. Ex-namorada de Den."
Seu endereço era uma caminhada de vinte minutos por uma pista estreita, terminando em um estranho edifício de dois andares em que o andar inferior era usado como um depósito de veículos agrícolas. Clora morava no andar superior, acessível por uma porta na lateral do prédio. Slim se viu apertando um botão em um interfone moderno sem ideia do que iria dizer.
"Quê?" disse uma voz eletrônica através do receptor. "Você sabe que horas são?"
Slim olhou para a tela de seu antigo telefone Nokia. 9h45.
Ele disse a hora. "Posso falar com você, por favor? Eu gostaria de perguntar-lhe sobre Dennis Sharp."
O receptor desligou. Slim esperou por longos segundos, pensando que já tinha chegado a um beco sem saída, quando a porta clicou, abrindo alguns centímetros.
"Aqui em cima!" uma voz gritou para baixo de uma porta no topo de uma escada íngreme.
Slim subiu. O cheiro o alcançou na metade do caminho. A pungência familiar de uma vida descartada: comida velha, cigarros, bebida vencida. Ele fez uma pausa, esperando que sua cabeça parasse de latejar, ciente de que sua investigação poderia ser desvendada no primeiro dia, e depois continuou.
Clora