Danilo Clementoni

O Regresso


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completar o raciocínio do seu amigo "que os Anciãos estavam tão preocupados com esta missão. Eles ou haviam previsto, ou tinham considerado essa possibilidade."

      "Bem, eles poderiam ter aludido a essa possibilidade, ou não? A visão dessa coisa quase me fez ter um treco."

      "Ainda estamos no nível de conjeturas", disse Azakis esfregando o polegar e o indicador no queixo "mas parece que tenha um senso. Vou tentar entrar em contato com os Anciãos e vou tentar arrancar um pouco mais de informações, se eles têm. Você, por sua vez, tenta entender alguma coisa mais sobre esse troço. Analisar rota atual, velocidade, massa, etc. e tenta fazer uma previsão sobre o seu destino, quanto tempo é o partido e os dados que tem armazenados. Ou seja, eu quero saber o máximo possível do que nos espera lá."

      "Ok, Zak", disse Petri ao fazer vibrar no ar, em torno dele, hologramas coloridos com uma infinidade de números e fórmulas.

      "Oh, não se esqueça de analisar o que você identificou como uma antena. Se fosse real, isso aí seria capaz de transmitir e receber. Eu não gostaria que o nosso encontro já fosse comunicado antes do tempo."

      Dito isto, Azakis caminhou rapidamente em direção à cabine do H ^ COM, a única em toda a nave equipada para comunicações de longa distância, e estava entre as dezoito e dezenove portas dos módulos de transferência. A porta se abriu com um leve chiado e Azakis entrou na cabine estreita.

      Porque será que a fizeram tão pequena, me pergunto... Pensou ao tentar instalar-se sobre o assento, esse também decididamente miúdo, que descia automaticamente do alto. Talvez queriam que fosse usado o mínimo possível...

      Quando a porta se fechou atrás dele, começou a compor uma série de comandos no console na sua frente. Precisou esperar vários segundos para o sinal estabilizar. De repente, no display holográfico, semelhante ao que tinha na sala de comando, começou a aparecer a face magra e decididamente marcada pelos anos do seu superior Ancião.

      "Azakis", disse o homem sorrindo levemente enquanto levantava lentamente a mão ossuda em saudação. "O que o fez chamar, tão urgentemente, este pobre velho?"

      Ele nunca foi capaz de saber exatamente a idade de seu superior. Ninguém tinha a permissão de saber informações tão privadas de um dos componentes dos Anciões. Claro, de voltas ao redor do sol tinha visto vários. No entanto, seus olhos dançavam da esquerda para a direita com uma vitalidade que nem ele teria faria melhor.

      "Fizemos um encontro muito surpreendente, pelo menos para nós," começou Azakis sem muito preâmbulo, tentando olhar diretamente nos olhos de seu interlocutor. "Quase nos chocamos com um objeto estranho", continuou ele, tentando perceber a menor expressão do Ancião.

      "Um objeto? Explica melhor, meu rapaz."

      "Petri ainda está analisando, mas nós pensamos que poder ser algum tipo de sonda e tenho a certeza que não é nosso." O Ancião ficou boquiaberto. Parecia muito surpreso.

      "Encontramos alguns símbolos estranhos gravados no casco em uma língua desconhecida", acrescentou. "Eu estou enviando todos os dados."

      O olhar do Ancião pareceu se perder por um momento no vazio, em quanto através de sua O ^ OCM, analisava o fluxo de informações abaixadas.

      Depois de alguns longos momentos, seus olhos voltaram a fixar o seu interlocutor e, em um tom que não deixou escapar nenhum tipo de emoção, disse, "Convocarei imediatamente o Conselho dos Anciãos. Tudo sugere que suas deduções iniciais estão corretas. Se as coisas estiverem mesmo assim, devemos rever imediatamente os nossos planos."

      "Aguardamos notícias" e assim dizendo, Azakis fechou a comunicação.

      Nassíria - O Jantar

      O Coronel e Elisa já estavam esvaziando a terceira taça de champanhe e o ambiente se tornava decididamente mais casual.

      "Jack, eu tenho que dizer: este Masgouf é divino. Será impossível terminá-lo, é enorme."

      "Sim, é realmente ótimo. Devemos dar os parabéns ao chef."

      "Talvez eu devesse casar com ele e fazê-lo cozinhar para mim", disse Elisa rindo em modo exagerado. O álcool já estava fazendo os seus efeitos.

      "Eh, não, deve entrar na fila. Eu cheguei antes." Arriscou pensando que a frase não seria exatamente inapropriada. Elisa fingiu não perceber e continuou a mastigar o seu esturjão.

      "Você não é casado, certo?"

      "Nunca tive tempo para essas coisas."

      'É uma desculpa muito velha", disse ela olhando maliciosamente.

      "Bem, uma vez cheguei quase, mas a vida militar não é exatamente adequada para o casamento. E você?" acrescentou, fugindo de um assunto que parecia que ainda doía. "Já foi casada?"

      "Está brincando? E quem iria suportar ter uma mulher que passa a maior parte de seu tempo viajando pelo mundo para escavar o subsolo como uma toupeira e que gosta de profanar os túmulos de milhares de anos?"

      "É", disse Jack sorrindo amargamente, "obviamente não somos feitos para o casamento." E quando levantou a taça, propôs um melancólico "Vamos beber sobra."

      O garçom chegou com mais Samoons13 fresquinhos interrompendo, felizmente, o momento de suave tristeza.

      Jack, aproveitando da interrupção, tentou dissipar rapidamente uma série de memórias que voltavam à mente. Era coisa do passado. Agora ele tinha uma bela mulher ao lado dele e tinha que se concentrar apenas nela. Não era tão difícil.

      A música de fundo, que parecia envolvê-los suavemente, era aquela certa. Elisa, iluminada pelas três velas colocadas no meio da mesa, estava maravilhosa. Seu cabelo era de tons de ouro e cobre e sua pele era lisa e bronzeada. Seus olhos penetrantes eram de um verde profundo. Seus lábios macios estavam lentamente tentando separar um pedaço de esturjão do osso entre os dedos. Era tão sexy.

      A Elisa não tinha passado desapercebido aquele momento de fraqueza do Coronel. Apoiou o osso na borda do prato e sugou, com aparente descuido, o índice, em seguida, o polegar. Abaixou a cabeça ligeiramente e olhou para ele tão intensamente que Jack pensou que seu coração iria saltar para fora do meu peito e vai acabar diretamente no prato.

      Percebendo que já não controlam a situação e acima de tudo a si mesmo, o Coronel tentou se recuperar imediatamente. Era um menino crescido demais para fazer a figura do adolescente apaixonado, mas aquela garota tinha algo que o atraía terrivelmente.

      Ele respirou fundo, esfregou o rosto com as mãos e tentou dizer "Que tal terminar também esse último pedacinho?"

      Ela sorriu, delicadamente pegou o pedaço de esturjão, levantou ligeiramente da cadeira se alongou na direção e levou até a boca dele. Nessa posição, o decote mostrava parcialmente os seios prósperos. Jack, visivelmente constrangido, abocanhou com uma única mordida, sem evitar tocar os lábios nos dedos. Sua excitação cresceu mais e mais. Elisa estava brincando com ele como um gato faz com um rato e Jack não conseguia se opor de forma alguma.

      Então, com um ar de menina inocente, Elisa sentou confortavelmente no seu lugar e, como se nada tivesse acontecido, fez um gesto com a mão para o garçom alto e magro, que prontamente chegou.

      "Eu acho que é hora de um agradável chá com cardamomo. O que acha, Jack?"

      Ele que ainda não havia se recuperado do clima anterior, balbuciou algo como: "Bem, sim, ok..." E enquanto, endireitando a jaqueta, tentou tomar um tom, acrescentou: "Deve ser ótimo para a digestão."

      Percebeu