Морган Райс

Uma Carga de Valor


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Thor estava deitado ali, vendo a adaga descer, ele sentia o tempo ficar devagar até praticamente parar. Ele sentiu uma onda repentina de calor subir por suas pernas, torso e braços; a onda percorreu todo o caminho até chegar às palmas das mãos e alcançar as pontas dos dedos, produzindo um formigamento tão intenso que Thor não conseguia nem sequer fechar os dedos. A incrível onda de calor e energia estava pronta para irromper através dele.

      Thor girou ao redor, sentindo-se carregado com uma nova força, então ele apontou com a palma da mão para seu atacante. Uma esfera de luz branca emanou da palma da mão e mandou o atacante voando pelo campo de batalha, derrubando vários outros soldados junto com ele.

      Thor estava transbordando de energia, ele apontava com as palmas das mãos, para todas as direções no campo de batalha. Enquanto ele o fazia, fachos de luz brancos irradiavam por toda parte, criando ondas de destruição tão rápidas e intensas, que em poucos minutos, todos os soldados do Império jaziam em uma grande pilha, mortos.

      Quando o calor do momento arrefeceu, Thor fez um balanço da situação. Ele, Reece, O’Connor, Elden e Conven estavam vivos. Perto dele estavam Krohn e Indra, também vivos. Krohn respirava com dificuldade. Todos os soldados do Império estavam mortos e aos seus pés jazia Conval, sem vida.

      Dross estava morto também, a espada de um soldado do Império estava atravessada em seu coração.

      O único que restava vivo era Drake. Ele ficou ali, gemendo no chão, com um ferimento no estômago causado pelo punhal de um soldado do Império. Thor marchou até ele quando Reece, O’Connor e Elden o fizeram levantar-se gemendo de dor.

      Drake, encolhendo-se de dor, zombou deles com insolência, em seu estado semi-consciente.

      “Você deveria ter nos matado desde o início.” Drake disse, enquanto o sangue escorria de sua boca, suas palavras foram cortadas por uma longa tosse. “Você sempre foi muito ingênuo. Muito estúpido.”

      Thor sentiu seu rosto corar, ele ficou ainda mais furioso consigo mesmo por acreditar neles. Ele estava furioso, acima de tudo, porque a sua ingenuidade havia resultado na morte de Conval.

      “Eu só vou perguntar para você uma vez.” Thor rosnou. “Responda-me com sinceridade, e nós vamos deixá-lo viver. Minta para nós, e você vai seguir o caminho de seus dois irmãos. A escolha é sua.”

      Drake tossiu várias vezes.

      “Onde está a espada?” Thor exigiu. “Diga a verdade desta vez.”

      Drake tossiu vez após vez, então, finalmente, levantou a cabeça. Ele olhou para cima e encontrou os olhos de Thor e seu olhar estava cheio de ódio.

      “Neversink.” Drake finalmente respondeu.

      Thor olhou para os outros, os quais olharam de volta para ele, confusos.

      “Neversink?” Thor perguntou.

      “É um lago sem fundo.” Indra interferiu na conversa, dando um passo à frente. “Do outro lado do Grande Deserto. É o lago de maior profundeza que existe.”

      Thor franziu o cenho de volta para Drake.

      “Por quê?” Ele perguntou.

      Drake tossiu, ele estava cada vez mais fraco.

      “Ordens de Gareth.” Drake disse. “Ele queria que ela fosse lançada em um lugar do qual nunca pudesse ser recuperada.”

      “Mas por quê?” Thor insistiu confuso. “Por que destruir a espada?”

      Drake olhou para cima e encontrou os olhos dele.

      “Se ele não conseguiu erguê-la…” Drake disse. “Então ninguém mais poderia.”

      Thor olhou longa e duramente para ele e finalmente, sentiu-se convencido de que ele estava dizendo a verdade.

      “Então o nosso tempo é curto.” Thor disse, preparando-se para ir embora.

      Drake abanou a cabeça.

      “Você nunca vai chegar lá a tempo.” Drake Disse. “Eles estão vários dias a sua frente. A espada já está perdida para sempre. Desistam e voltem para o Anel e poupem vocês mesmos de tanto sacrifício.”

      Thor abanou sua cabeça.

      “Nós não pensamos como você.” Ele replicou. “Nós não vivemos apenas para salvar nossas vidas. Vivemos por nossos valores, por nossos códigos. E nós iremos até onde isso nos conduzir.”

      “Veja até onde os seus valores trouxeram você até agora.” Disse Drake. “Mesmo com os seus valores, você é um tolo, assim como o resto deles. Seus valores de nada servem.”

      Thor olhou com desprezo para ele. Ele mal podia acreditar que tinha sido criado na mesma casa e passado toda a sua infância com aquela criatura.

      Os nós dos dedos de Thor ficaram brancos quando ele apertou o punho da espada, querendo mais do que nunca matar o rapaz. Os olhos de Drake seguiam suas mãos.

      “Faça isso.” Drake disse. “Vamos, mate-me. Faça isso de uma vez por todas.”

      Thor olhou longa e duramente para ele, louco de vontade de matá-lo. Mas ele tinha dado sua palavra. Se Drake contasse a verdade, ele não iria matá-lo. E Thor sempre era fiel a sua palavra.

      “Eu não vou matá-lo.” Thor disse finalmente. “Por mais que você mereça. Você não vai morrer por minhas mãos, se eu agisse assim, eu seria tão baixo como você.”

      Quando Thor começou a virar-se, Conven correu e gritou:

      “Isto é por meu irmão!”

      Antes que qualquer um deles pudesse reagir, Conven levantou a espada e traspassou o coração de Drake. Os olhos de Conven se iluminaram com loucura e com pesar, enquanto ele segurava Drake em um abraço mortal e assistia a queda do corpo inerte de Drake no chão, já sem vida.

      Thor olhou para baixo e sabia que a morte de Drake seria de pouco consolo para a perda de Conven. Por toda a sua perda. Mas, pelo menos, era algo.

      Thor olhou para a vasta extensão do deserto diante deles e sabia que a espada estava em algum lugar além de suas fronteiras. Ela parecia estar a um planeta de distância. Justo quando Thor pensou que sua jornada estava completa, ele percebeu que ela ainda não tinha nem sequer começado.

      CAPÍTULO TRÊS

      Erec estava sentado entre as dezenas de cavaleiros do Duque, no salão de armas dentro do castelo, seguros atrás dos portões de Savária. Todos eles estavam machucados e surrados de seu encontro com aqueles monstros. Ao seu lado estava sentado seu amigo Brandt, o qual segurava a cabeça entre as mãos, tal como faziam muitos outros. O ambiente na sala era triste.

      Erec sentia isso também. Cada músculo de seu corpo doía devido àquele dia de batalha contra aqueles monstros, junto com os homens do lorde. Tinha sido um dos dias de batalha mais difíceis que Erec podia lembrar e o Duque tinha perdido muitos homens. Enquanto Erec refletia, ele percebeu que se não fosse por Alistair, ele, Brandt e os outros já estariam mortos.

      Erec estava cheio de gratidão a ela, além disso, ele sentia seu amor renovado. Ele também estava intrigado por ela, mais do que já tinha estado. Ele sempre tinha sentido que ela era especial, até mesmo poderosa. Mas os acontecimentos daquele dia tinham lhe confirmado isso. Ele tinha um ardente desejo de saber mais sobre quem ela realmente era e sobre o segredo de sua linhagem. Mas ele havia prometido não intrometer-se e ele sempre mantinha a sua palavra.

      Erec mal podia esperar que aquela reunião terminasse, para que ele pudesse vê-la novamente.

      Os cavaleiros do Duque tinham estado sentados ali por horas, se recuperando, tentando descobrir o que tinha acontecido e discutindo sobre o que fazer a seguir. O escudo estava inativo e Erec ainda estava tentando concluir quais seriam as derivações que isso poderia ter. Isso significava que Savária agora estava sujeita a ataques; pior ainda, mensageiros haviam chegado e transmitido as notícias da invasão de Andronicus e do que tinha acontecido na Corte do Rei em Silésia. O coração de Erec estava apertado. Seu coração o impelia a estar com seus