olha ao redor, e naquele quarto com centenas de vampiros, não havia um único som. Todos eles apenas encaravam, em estado de choque.
Sam parece irritado. Ele estica os braços, arrastando suas correntes, e enxuga a água de seu rosto. Ele força as correntes, mas não consegue se libertar.
"Alguém pode me tirar dessa droga de corrente?" ele grita.
E é então que tudo acontece.
De repente, há um estrondo na porta.
Samantha se vira, e vê quando as enormes portas duplas vêm abaixo.
Ela não pode acreditar. Lá esta Kyle, com metade do rosto desfigurado, Sergei ao seu lado, e centenas de vampiros mercenários atrás dele.
E isso não é tudo. Kyle esta com ela. Esta segurando ela. A Espada.
Kyle emite um grito horrível e avança impetuosamente, para dentro da sala. Seus apoiadores o seguem prontamente, gritando, alvoroçados. E o caos toma conta do local.
Vampiro contra vampiro, enquanto Kyle e seus homens viciosamente atacam todos que encontram à sua frente. Mas o Coven Blacktide estava em guerra há milhares de anos, e não se deixaria vencer com facilidade. Os vampiros de Rexius lutam com igual determinação.
É uma verdadeira batalha, frente a frente, vampiro contra vampiro. E ninguém estava recuando um passo sequer.
Mas Kyle, sozinho, consegue progressos incríveis. Empunhando a Espada com as duas mãos, ele desfere golpes dos dois lados. Onde quer que ele vá, vampiros são abatidos. Braços, pernas, cabeças… Kyle é um exército de um homem só. Ele abre um caminho através da multidão de milhares de vampiros, assassinando cada um deles.
Samantha está horrorizada. Em seus milhares de anos, ela nunca tinha visto um vampiro sendo assassinado, de fato e realmente, morto. Ela nunca tinha imaginado um vampiro como sendo frágil. Esta Espada era inspiradora. E muito, muito fatal.
Samantha não espera nem mais um segundo. Quando um vampiro a ataca, gritando, com suas afiadas presas sangrentas na direção de seu rosto, ela rapidamente se abaixa, deixe que ele voe sobre ela, e, em seguida, sai em disparada.
Ela atravessa toda a sala, indo na direção de Sam.
Bem a tempo. Um vampiro perdido tinha tido a mesma ideia, e já se dirigi até o garoto amarrado e assustado. O vampiro pula sob Sam, seus dentes longos, visando sua garganta. Ele é como um cordeiro amarrado em uma sala cheia de leões.
Samantha o alcança bem na hora. Ela salta, colidindo com o vampiro em pleno ar e derrubando-o no chão. Antes que ele possa se levantar, Samantha dá um tapa nele, nocauteando o vampiro.
Ela fica em pé e rompe as correntes de Sam. Enquanto ela o liberta, ele olha tudo ao redor, sem acreditar, como se estivesse assistindo a um fantástico pesadelo na vida real.
"Samantha", diz ele, "o que diabos esta acontecendo…".
"Agora não", responde Samantha, enquanto arrebenta a última de suas correntes, e ela o agarra pelo braço, e o sacode, conduzindo-o pelo caos. Ela se encaminha para a saída.
Enquanto isso, outro vampiro salta bem no rumo deles, com suas presas expostas.
Samantha agarra Sam e o joga no chão, esquivando-se, e o vampiro pula direto acima de suas cabeças.
Ela rapidamente fica em pé de novo, levantando Sam e correndo pelo quarto. Eles conseguem se esquivar e desviar, com ela conduzindo-os durante todo o tempo. Ela sabia que, se conseguissem ao menos chegar até a porta, havia um corredor, uma escada traseira que poderia levá-los até a rua. Uma vez lá fora, ela poderia levá-los para longe, bem dali.
Com toda a bagunça, ninguém nota os dois correndo. Ela esta quase para fora da porta, a poucos metros de distância.
E, então, quando ela esta prestes a sair, ela sente a pressão em suas costas, pode sentir que está caindo, batendo no chão. Ela tinha sido atacada pelas costas.
Ela vira para ver quem tinha sido. Sergei. Aquele execrável russo, companheiro de Kyle. O que tinha roubado a Espada de sua mão.
Ele sorri para ela, um sorriso terrivelmente cruel, e ela o odeia com mais forças do que antes.
E Sam, para seu próprio crédito, não demonstra medo. Ainda acorrentado, ele salta sobre as costas de Sergei, usando suas correntes, enrolando-as ao redor da garganta de Sergei. O rapaz é forte. Ele consegue apertar o suficiente para fazer com que Sergei soltasse Samantha, e ela aproveita a oportunidade para fugir de debaixo dele.
Mas Sam não é páreo para um vampiro, apesar de tudo. Sergei fica em pé, rosnando, e tira Sam de cima dele como se ele fosse uma boneca de pano. Sam vai parar há metros de distância, batendo contra a parede.
À medida que Samantha tenta se levantar, é assaltada por mais uma dúzia de vampiros. Ela nota que Sam também está cercado. Eles estão presos.
A última coisa que ela vê, antes de levar um soco que a deixa desacordada, é o sorriso cruel no rosto de Sergei.
Enquanto Kyle atravessa os enormes aposentos do Coven Blacktide, empunhando a espada descontroladamente, destruindo vampiro atrás de vampiro, ele se sente mais vivo do que nunca. O sangue se espalha em todas as direções, cobrindo-lhe, e suas mãos estão molhadas com sangue, enquanto ele ataca com cada vez mais intensidade.É uma vingança. Vingança por seus milhares de anos de bom e leal serviço, pela maneira como tinha sido tratado. Como ousam. Agora, eles entenderiam o significado da palavra vingança. Todos pediriam desculpas, cada um deles, se curvariam diante dele, até o chão, e admitiriam que eles tinham se enganado profundamente.
Tudo está indo perfeitamente bem. Depois do seu pequeno desvio na Ponte do Brooklin, ele havia levado sua fiel multidão de seguidores através das portas da Prefeitura, matando os poucos vampiros que ousaram ficar no seu caminho. Na sequência, eles tinham se enfileirado na passagem secreta e descido até as entranhas do prédio da prefeitura, dirigindo-se ao ninho do Coven. Nenhum vampiro ousou ficar em seu caminho quando ele invadiu a sala. Muitos outros vampiros, ao ver Kyle, e especialmente a Espada, imediatamente se juntaram a ele. Ele fica feliz em ver que muitos do seu antigo coven ainda eram leais a ele. Ele sabia que o dia tinha chegado em que ele reivindicaria seu direito à liderança.
Rexius era um líder fraco. Se tivesse sido mais forte, a teria encontrado sozinho há muitos anos. Ele nunca teria enviado outros para fazê-lo. Ele gostava de castigar os outros por seus próprios defeitos, quando ele era o único que precisava ser punido. Ele tinha se embriagado com o poder. Banir Kyle tinha sido uma última e desesperada tentativa de remover todas as pessoas próximas a ele. Mas o tiro tinha saído pela culatra.
Quando Kyle invade o local, parte na direção exata do trono de Rexius. Rexius vê que ele se aproxima, e seus olhos se arregalam em pânico.
Rexius salta de cima de seu trono e tenta se afastar, para longe do combate. O famoso líder deles, mostrando suas verdadeiras cores em tempo de guerra.
Mas Kyle tem outros planos.
Ele corre para o outro lado, para encontrar Rexius frente a frente. Seria muito mais fácil enfiar a espada em suas costas, mas ele se recusa a permitir que Rexius encontre seu fim tão facilmente. Ele quer que Rexius veja, de perto, quem o matou.
Rexius para, seu caminho bloqueado pelos enormes ombros de Kyle, pelo resplendor da espada reluzente. O queixo de Rexius treme. Ele levanta um dedo trêmulo, apontando-o para o rosto de Kyle. Nessa hora, ele parece apenas um homem velho. Um homem fraco, velho e aterrorizado. Que patético.
"Você está banido!" ele grita descontrolado, "Eu ordenei que você fosse banido!”.
Agora é a vez de Kyle sorrir, um sorriso largo e malicioso.
"Você não pode ganhar!”, completa Rexius, "Você não vai ganhar!".
Kyle se aproxima casualmente, se prepara, e com um golpe ligeiro, mergulha a espada bem no coração de Rexius.
"Eu já ganhei," diz Kyle.
Toda a sala, mesmo ocupados com a batalha, se vira e olha fixamente