Морган Райс

Arena Dois


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com Bree em meus braços, deixa minha mente a mil por hora.

      Penso em como este mundo está maluco, completamente maluco agora. Eu mal posso acreditar que tudo isso é real. É como se fosse um longo pesadelo que nunca acaba. Toda vez que eu me sinto segura, acontece alguma coisa. Pensando bem, eu mal consigo entender em como estive perto de ser morta por Rupert. Foi tão estúpido de minha parte ter pena dele, deixá-lo vir conosco. Ainda não consigo compreender porque ele ficou doido. O que ele achou que iria ganhar com isso? Ele estava tão desesperado que seria capaz de matar todos nós, pegar nosso barco e desaparecer – apenas para ter mais comida para si mesmo? E para onde ele levaria tudo isso? Ele era apenas mal? Psicótico? Ou ele era um bom homem e todos estes ano de solidão e fome e frio o enlouqueceram?

      Quero acreditar na última razão, que ele era, no fundo, um bom homem que enlouqueceu devido às circunstâncias. Assim espero. Mas jamais saberei.

      Fecho meus olhos e penso como cheguei perto de ser assassinada, ainda consigo sentir o frio metálico de sua faca em minha garganta. Da próxima vez, não confiarei em ninguém. Não pararei por ninguém. Não acreditarei em mais ninguém. Farei o que dor possível para garantir que Bree, Rose, eu e os outros sobrevivamos. Sem mais riscos. Sem mais perigos. Se eu precisar me tornar indiferente, insensível, que assim seja.

      Pensando em tudo o que passamos, sinto que cada hora no Hudson foi uma batalha de vida ou morte. Nem imagino como poderemos passar por todos os obstáculos e chegar ao Canadá. Ficaria surpresa se conseguíssemos sobreviver pelos próximos dias, até mesmo os próximos quilômetros na água. Sei que as chances não são boas. Abraço Bree com força, sabendo que esta pode ser nossa última noite juntas. Pelo menos iremos perecer batalhando, sobre nossos próprios pés, e não como escravos ou prisioneiros.

      “Eu tive tanto medo,” Bree fala.

      Sua voz me pega se surpresa na escuridão. É tão suave, pergunto-me até se ela falou algo mesmo. Ela não diz uma palavra há horas, achei que estivesse dormindo.

      Eu me viro e vejo que Bree está de olhos abertos, me encarando, assustada.

      “Teve medo de que, Bree?”

      Ela balança sua cabeça e espera vários minutos antes de responder. Percebo que ela está lembrando-se de algo.

      “Eles me sequestraram. Eu estava sozinha. E então me colocaram em um ônibus  e depois em um barco. Estávamos todas acorrentadas umas as outras. Eles me levaram para dentro daquela casa, você não acreditaria nas coisas que eu vi naquela dia. As coisas que eles fizeram com as outras garotas. Anda consigo ouvir seus gritos. Não consegue esquecer.”

      Seu rosto se contorce quando ela começa a chorar.

      Meu coração se parte em um milhão de pedaços. Nem consigo imaginar as coisas pelas quais ela passou. Não quero que ela pense nisso. Sinto que ela levará cicatrizes para sempre, e é tudo minha culpa.

      Eu a abraço e lhe dou um beijo em sua testa.

      “Shhh,” eu sussurro. “Agora está tudo bem. Tudo isso ficou para trás agora. Não fique pensando nessas coisas.”

      Mas, mesmo assim, ela continua chorando.

      Bree afunda seu rosto em meu eito e eu a embalo enquanto ela continua chorando.

      “Desculpe querida,” eu digo. “Eu sinto muito.”

      Gostaria de poder libertá-la de todo o sofrimento. Mas não posso. Faz parte dela agora. Eu sempre quis protegê-la, protegê-la de tudo. E agora seu coração está cheio de temores.

      Enquanto a embalo, desejo estar em qualquer lugar menos aqui. Gostaria que as coisas fossem como elas foram um dia. Quando o mundo era bom. Quando nossos pais estavam conosco. Mas é impossível. Estamos aqui.

      E eu tenho uma crescente sensação de que tudo só irá piorar.

*

      Acordo e percebo que é dia. Não sei como já é tão tarde de manhã ou como eu dormi por tanto tempo. Olho ao nosso redor no barco e estou completamente desorientada. Não entendo o que está acontecendo. Nosso barco está flutuando, à deriva no Hudson, no meio deste enorme rio. Bree e eu somos as únicas no barco. Não sei onde estão os outros e não entendo como fomos parar aqui.

      Nós duas estamos no canto do barco, olhando para o horizonte e eu vejo o barco dos comerciantes de escravos acelerando em nossa direção.

      Tento entrar em ação, mas sinto que meus braços estão presos em minhas costas. Eu me viro e vejo que há vários comerciantes de escravos no barco, eles me algemaram e estão me prendendo por trás. Tento lutar de todos os jeitos para me soltar, mas é inútil.

      O barco dos comerciantes de escravos para e um deles sai, sua máscara cobrindo seu rosto, ele entra em nosso barco e agarra Bree. Ela se contorce, mas não é páreo para ele. Ele a levanta com um só braço e começa a levá-la.

      “BREE! NÃO!” eu grito.

      Eu luto com todas as minhas forças, mas é inútil. Sou forçada a ficar parada e assistir eles arrastarem Bree, chutando e berrando no barco. O barco deles vai embora com a correnteza, em direção a Manhattam, Logo, ele desaparece no horizonte.

      Enquanto vejo minha irmãzinha ser levada para longe de mim, eu sei que a perdi para sempre.

      Eu grito, um grito sobrenatural, implorando, chorando, que minha irmã voltasse para mim.

      Acordo suando. Eu me sento ereta, respirando com força, olho ao meu redor, tentando entender o que aconteceu.

      Foi um sonho. Olho para meu lado e vejo Bree, todos estão dormindo no barco. Foi tudo um sonho. Ninguém veio. Ninguém sequestrou Bree.

      Tento normalizar minha respiração, meu coração ainda acelerado. Olho para o horizonte e vejo que o sol começa a nascer, um pequeno brilho aparece ao longe. Olho para as docas e vejo Ben fazendo guarda. Lembro que Logan veio me acordar e que eu fiquei vigiando por um tempo. Depois eu acordei Ben, lhe dei a arma e ele ficou no mesmo lugar. Eu devo ter dormido depois disso.

      Enquanto fico olhando Ben, percebo que ele está caído. Posso ver daqui, com a fraca luz do dia, que ele também está dormindo. Ele deveria estar de guarda. Estamos indefesos.

      De repente, eu detecto uma movimentação, sombras na escuridão. Parece um grupo de pessoas, ou criaturas, vindo em nossa direção. Pergunto-me se meus olhos estão pregando uma peça em mim.

      Mas então meu coração começa a bater desesperadamente em meu peito, minha boca fica seca e eu percebo que não estou vendo coisas.

      Estamos despreparados. E há pessoas nos emboscando.

      C I N C O

      “BEN!” eu grito, me levantando.

      Mas é tarde demais. Um segundo depois, eles nos atacam.

      Um tomou conta de Ben, golpeando-o enquanto outros dois vêm correndo em direção ao nosso barco.

      O barco se mexe violentamente quando eles chegam à nossa embarcação.

      Logan se acorda, mas não há tempo. Um dos homens vai em direção a ele, com sua faca a postos e está pronto para perfurar seu peito.

      Meus reflexos se manifesta. Eu alcanço a faca em minha cintura e arremesso. Ela sai voando velozmente.

      É um golpe perfeito. Ela se instala bem na garganta do homem, um segundo antes que ele possa esfaquear Logan. Ele cai, sem vido, por cima dele.

      Logan e senta e se livra do cadáver, ele o derruba no rio, espirrando água. Por sorte, ele é sensato e tira minha faca do corpo antes disso.

      Há mais dois vindo em minha direção. Com o sol nascendo, posso ver que não são homens: são mutantes. Metade homens metade eu não sei o que. Irradiados pela guerra. Loucos. Isso me assusta: est tipo, ao contrário de Rupert, são super fortes, malucos e não têm nada a perder.

      Um deles vai em direção a Bree e Rose, não posso permitir isso. Vou atrás dele, derrubando-o no chão.

      Nós dois caímos com força, o barco balança violentamente. Vejo