Блейк Пирс

Razão Para Se Esconder


Скачать книгу

pouco agressivo quando e se aquela hora chegasse. Mas agora, ele parecia inseguro sobre si mesmo—quase nervoso.

      Ela inclinou-se e o beijou no canto do rosto. Ele suspirou e se inclinou na direção dela.

      - O que foi? – Ela perguntou, com os lábios encostando na pele dele enquanto falava.

      - É que isso tudo é de verdade agora, sabe? Não é algo de uma noite só. É de verdade. Eu me preocupo muito com você, Avery. Mesmo. E eu não quero apressar as coisas.

      - Nós estivemos ensaiando esse momento pelos últimos quatro meses – ela disse. – Não acho que isso seja se apressar.

      - Bem pensado – ele disse, e a beijou na bochecha, depois no pedacinho do ombro que a camiseta dela mostrava. Seus lábios depois encontraram o pescoço dela e quando ele a beijou ali, ela pensou que fosse cair no chão no mesmo momento, trazendo ele consigo.

      - Ramirez? – Ela disse, ainda evitando, de brincadeira, o primeiro nome dele.

      - Sim? – Ele perguntou, com seu rosto no pescoço dela, dando beijos.

      - Me leve para a cama.

      Ele a puxou para perto, levantou-a, e a deixou colocar suas pernas em volta da cintura dele. Eles começaram a se beijar e depois ele a obedeceu. Devagar, a carregou para o quarto e, quando fechou a porta, Avery nem chegou a ouvir, de tão perdida que estava no momento.

      Tudo o que ela conseguia sentir eram as mãos, boca e corpo em forma dele junto ao dela quando ele a colocou na cama.

      Ele interrompeu um longo beijo para perguntar:

      - Você tem certeza disso?

      E se ela precisava de mais uma razão para quere-lo, ali estava. Ele realmente se preocupava com ela e não queria estragar o que eles sentiam um pelo outro.

      Ela assentiu e o empurrou para debaixo dela.

      Depois, por um tempo, ela não era uma detetive de homicídios frustrada, nem uma mãe atrapalhada ou uma filha que assistira sua mãe morrer nas mãos de seu pai. Ela era apenas Avery Black... uma mulher como qualquer outra, aproveitando os prazeres que a vida podia oferecer.

      Ela quase havia quase se esquecido de como era aquilo.

      Assim que começou a se acostumar novamente com aqueles prazeres, prometeu a si mesma que nunca mais se permitiria esquece-los novamente.

      CAPÍTULO TRÊS

      Avery abriu os olhos e viu o teto desconhecido sobre sua cabeça. A luz fraca do amanhecer entrou pela janela do quarto, alcançando seu corpo quase nu. A luz também mostrou o corpo nu de Ramirez ao lado dela. Ela virou-se e sorriu, com sono. Ele ainda estava dormindo, com o rosto virado para o lado contrário dela.

      Eles haviam feito amor duas vezes na noite anterior, com um intervalo de duas horas entre cada uma para um rápido jantar, e para discutir como aquilo poderia complicar sua relação profissional se eles não tomassem cuidado. Era quase meia noite quando eles haviam finalmente deitado lado a lado. Avery estivera sonolenta e não conseguia lembrar quando pegara no sono, mas lembrava-se do braço dele em sua cintura.

      Ela queria aquilo novamente... Aquele sentimento de ser desejada e estar segura. Pensou em passar seus dedos pela coluna dele (e talvez outros lugares também) apenas para acorda-lo para que ele pudesse abraça-la.

      Mas ela não teve essa chance. O sinal de mensagem de seu telefone tocou. O de Ramirez também. No mesmo momento, em uma ocasião que só poderia ter um significado: era algo relacionado ao trabalho.

      Ramirez sentou-se rapidamente. Naquele momento, o lençol caiu e revelou tudo. Avery olhou, sem conseguir segurar a si mesma. Ele pegou seu telefone do criado mudo e olhou-o com seus olhos claros. Enquanto fez isso, Avery procurou seu próprio telefone na pilha de roupas no chão.

      A mensagem era de Dylan Connelly, o supervisor do departamento de homicídios do A1. Do jeito típico de Connelly, o texto ia direto ao ponto.

      Corpo encontrado. Muito queimado. Pode ter trauma na cabeça.

      Vá para o terreno de construções abandonadas na Kirkley St. AGORA.

      - Bem, essa é uma boa maneira de acordar pela manhã – ela resmungou.

      Ramirez saiu da cama, ainda completamente nu, e a puxou para o chão junto com ele. Puxou-a para perto e disse:

      - Sim, esse é um bom jeito de acordar.

      Ela inclinou-se na direção dele, um pouco assustada pela sensação de realização que tomava conta dela naquele momento. Resmungou novamente e levantou-se.

      - Merda – ela disse. – Vamos chegar atrasados na cena do crime. Preciso pegar meu carro e ir até em casa para trocar de roupa.

      - Vai dar tudo certo – Ramirez disse enquanto se vestia. – Vou responder a mensagem daqui a pouco, quando estivermos indo até o seu carro. Você ignora a sua. Talvez o som da mensagem não te acordou. Talvez eu te liguei para te acordar.

      - Parece ilusório – ela disse, colocando sua camiseta.

      - É inteligente, isso sim.

      Eles sorriram um para o outro e terminaram de se vestir. Depois, foram ao banheiro, onde Avery fez seu melhor para arrumar seu cabelo enquanto Ramirez escovava os dentes. Eles correram para a cozinha e Avery puxou dois potes de cereal.

      - Como você pode ver – ela disse, - eu sou uma cozinheira e tanto.

      Ele a abraçou por trás e respirou em seu pescoço.

      - Vai ficar tudo bem com a gente? – Ele perguntou. – Nós vamos fazer dar certo, né?

      - Acho que sim – ela disse. – Vamos sair lá fora e tentar.

      Eles comeram o cereal rapidamente, levando mais tempo olhando um para o outro, tentando descobrir a reação do outro sobre o que havia acontecido na noite anterior. Pelo que Avery podia ver, ele estava tão feliz quanto ela.

      Eles saíram em direção à porta da frente, mas antes de fecha-la, Ramirez parou.

      - Espere aqui dentro um pouco.

      Confusa, ela voltou para dentro.

      - Dentro – ele disse, - não estamos trabalhando. Não somos oficialmente parceiros, certo?

      - Certo – Avery disse.

      - Então posso fazer isso mais uma vez – ele disse.

      Ele inclinou-se e a beijou. Um beijo estonteante, com força suficiente para fazer os joelhos dela tremerem um pouco. Ela, brincando, o empurrou.

      - Como eu já disse antes – ela falou, - não comece se você não tem a intenção de terminar.

      - Está certo – ele disse, e depois a levou para fora e fechou a porta atrás deles. – Ok, estamos trabalhando agora. Tome as rédeas, Detetive Black.

      ***

      Eles seguiram o plano de Ramirez. Avery não respondeu a mensagem de Connelly pelos dezesseis minutos seguintes. Neste tempo, ela já estava quase em seu apartamento e ainda bastante atordoada pela maneira como tudo acontecera na noite anterior. Vestiu-se, pegou um café e saiu novamente em menos de dez minutos. O resultado do plano, claro, era chegar na Kirkley Street cerca de meia hora depois do que Connelly queria e imaginava.

      Já havia muitos agentes no local. Todos rostos familiares, que ela conhecera e começara a respeitar desde que se tornara uma detetive de homicídios. As expressões em seus rostos naquela manhã a deram pistas de que aquele seria um longo dia.

      Uma das pessoas que ela viu trabalhando foi Mike O’Malley. Ela achou alarmante o fato de o capitão estar por lá tão cedo. Como comandante da maior parte da polícia de Boston, ele raramente era visto na agitação de crimes rotineiros, não importando quão vis fossem. O’Malley estava conversando com dois agentes, sendo