Блейк Пирс

Atraídas


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voz repleto de desprezo. “Não o perderia por nada deste mundo – seu grandessíssimo filho da puta assassino de crianças.”

      A Oficial bateu com o martelo.

      “Ordem!” Advertiu.

      “Oh, peço desculpa,” Disse Jake de forma falsamente apologética. “Não era minha intenção insultar o nosso recluso modelo. Afinal de contas, ele agora está reabilitado. Ele é um filho da puta assassino de crianças arrependido.”

      Jake limitou-se a ficar ali a olhar para Mullins. Riley estudou a expressão do homicida. Ela sabia perfeitamente que Jake estava a dar o seu máximo para provocar uma explosão da parte de Mullins. Mas o rosto do recluso permanecia impassível e calmo.

      “Sr. Crivaro, sente-se, por favor,” Disse a Oficial. “O conselho já pode tomar uma decisão.”

      Os membros do conselho, reuniram-se para partilhar as suas notas e pensamentos. Os seus sussurros eram animados e tensos. Entretanto, Riley nada mais podia fazer a não ser esperar.

      Donald e Melanie Betts soluçavam. Darla Harter chorava e o marido Ross segurava-lhe a mão. Olhava de forma penetrante para Riley. O seu olhar era afiado como o gume de uma faca. O que pensaria ele do testemunho que ela acabara de dar? Consideraria ele que compensava o seu falhanço de há tantos anos atrás?

      A sala estava quente e ela sentia a transpiração a escorrer-lhe no rosto. O seu coração batia ansiosamente.

      Demorou apenas alguns minutos para os membros do conselho tomarem uma decisão. Um deles sussurrou qualquer coisa à Oficial. Ela voltou-se para todos os presentes.

      “A liberdade condicional não é concedida,” Disse. “Vamos passar ao próximo caso.”

      Riley ficou perplexa com a brusquidão da mulher, como se o caso não fosse mais do que uma multa de estacionamento. Mas de repente lembrou-se que o conselho estava com pressa de passar aos próximos casos que ainda tinham que analisar naquela manhã.

      Riley levantou-se e ambos os casais se precipitaram na sua direção. Melanie Betts abraçou-se a Riley.

      “Obrigada, obrigada, obrigada…” Não parava de dizer.

      Os outros três juntaram-se à sua volta, sorrindo por entre as lágrimas e dizendo “obrigado” vezes sem conta.

      Riley viu que Jake estava à parte no corredor. Logo que pode foi ao encontro dele.

      “Jake!” Disse, dando-lhe um abraço. “Há quanto tempo!”

      “Demasiado tempo,” Disse Jake com aquele sorriso de lado típico dele. “Vocês jovens nunca escrevem ou telefonam.”

      Riley suspirou. Jake sempre a tratara como uma filha. E era bem verdade que ela não devia ter perdido o contacto com ele.

      “Então, como tens passado?” Perguntou Riley.

      “Tenho setenta e cinco anos,” Disse ele. “Tive que ser operado aos joelhos e à anca. Os meus olhos são fracos. Tenho um aparelho nos ouvidos e um pacemaker. E todos os meus amigos tirando tu já bateram a bota. Como achas que tenho passado?”

      Riley sorriu. Tinha envelhecido muito desde a última vez que o vira. Mesmo assim, não parecia tão frágil como tentava aparentar. Tinha a certeza que era bem capaz de fazer o seu trabalho de antigamente caso fosse necessário.

      “Bem, estou contente por teres conseguido dar o teu testemunho,” Disse Riley.

      “Bem sabes que sou tão bem falante como aquele filho da mãe do Mullins.” Disse Jake.

      “O teu depoimento ajudou imenso,” Disse Riley.

      Jake encolheu os ombros. “Bem, gostava de o ter instigado mais. Adorava tê-lo visto perder as estribeiras à frente da comissão. Mas ele é frio e esperto. Talvez a prisão lhe tenha ensinado isso. De qualquer das formas, conseguimos uma boa decisão mesmo sem o fazer passar-se dos carretos. Talvez fique atrás das grades de vez.”

      Durante alguns instantes Riley não disse nada. Jake olhou-a de forma curiosa.

      “Há alguma coisa que eu não saiba?” Perguntou Jake.

      “Temo que não seja assim tão simples,” Disse Riley. “Se o Mullins continuar a ter um bom comportamento na prisão, a libertação precoce poderá ser inevitável num outro ano. E nem eu, tu ou qualquer outra pessoa pode fazer o quer que seja para o impedir.”

      “Meu Deus,” Disse Jake, parecendo tão zangado e amargo como no passado.

      Riley sabia como é que ele se sentia. Era devastador imaginar Mullins em liberdade. A pequena vitória daquele dia parecia agora mais amarga do que doce.

      “Bem, tenho que ir andando,” Disse Jake. “Foi bom voltar a ver-te.”

      Foi com tristeza que Riley viu o seu antigo companheiro afastar-se. Ela compreendia porque é que ele não estava para alimentar sentimentos negativos. Não era a sua forma de estar. Riley fez questão de não se esquecer que tinha que entrar em contacto com ele em breve.

      Riley também tentou ver o lado positivo do que tinha acabado de acontecer. Após quinze longos anos, os Bett e os Harter tinham-na finalmente perdoado. Mas Riley não ficou com a sensação de que merecia ser perdoada, não mais do que Larry Mullins.

      Naquele preciso momento, Larry Mullins saía da sala algemado.

      Ele virou-se para a enfrentar e sorriu abertamente, murmurando inaudivelmente as suas palavras malévolas.

      “Até para o ano.”

      CAPÍTULO SETE

      Riley ia a caminho de casa no seu carro quando recebeu uma chamada de Bill. Colocou o telemóvel em alta voz.

      “O que se passa?” Perguntou.

      “Encontrámos outro corpo,” Disse Bill. “No Delaware.”

      “Era Meara Keagan?” Perguntou Riley.

      “Não. Ainda não identificámos a vítima. É uma situação muito semelhante à que aconteceu com as outras vítimas, mas muito pior.”

      Riley anotou mentalmente uma série de factos relacionados com o caso. Meara Keagan ainda estava presa. O mais certo era o assassino manter cativas outras mulheres. Os homicídios continuariam, quantos é que ninguém podia saber.

      A voz de Bill denotava muita agitação.

      “Riley, este caso está a enlouquecer-me,” Disse. “Sei que não estou a pensar com clareza. A Lucy é fantástica, mas ainda está muito verde.”

      Riley sabia bem demais como é que ele se estava a sentir. A ironia era evidente. Ali estava ela a dar o couro pelo caso Mullins. Entretanto, no Delaware, o Bill sentia como que se o seu fracasso passado tivesse custado a vida a uma terceira mulher.

      Riley pensou de imediato em ir ter com Bill, apesar da viagem demorar pelo menos três horas.

      “Já terminaste o que tinhas a fazer aí?” Perguntou Bill.

      Riley tinha dito tanto a Bill como a Brent Meredith que naquele dia estaria no Maryland numa audiência de liberdade condicional.

      “Sim,” Respondeu Riley.

      “Ainda bem,” Disse Bill. “Mandei um helicóptero buscar-te.”

      “Fizeste o quê?” Disse Riley exasperadamente.

      “Há um aeroporto privado perto daí. Envio-te a localização. O helicóptero já deve lá estar. A bordo segue um cadete que te leva o carro.”

      Sem dizer mais uma palavra, Bill desligou.

      Riley conduziu silenciosamente durante alguns instantes. Ficara aliviada quando a audiência terminou. Queria estar em casa quando a filha regressasse da escola. Não houvera mais discussões no dia