Морган Райс

Cavaleiro, Herdeiro, Príncipe


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dele. Ela baixou a mão e Thanos viu-a sair com sangue. "Thanos, tu está a sangrar!"

      "É apenas um arranhão", garantiu-lhe Thanos. "Eu provavelmente tenho piores da anterior luta."

      "O que aconteceu ali dentro?", perguntou ela.

      Thanos forçou um sorriso, mas saiu mais estreito do que ele pretendia. "Sua majestade escolheu lembrar-me de que príncipe ou não, eu não valho tanto para ele como Lucious".

      Stephania colocou as mãos nos ombros dele. "Eu disse-te, Thanos. Não o devias ter feito. Tu não te podes colocar assim em risco. Tu tens de me prometer que vais confiar em mim, e que nunca mais vais voltar a fazer nada tão disparatado. Promete-me."

      Ele assentiu.

      "Por ti, meu amor, eu prometo."

      Ele não o disse da boca para fora, também. Ir e lutar contra Lucious a céu aberto daquela maneira não era a estratégia certa, porque não se alcançava o suficiente. Lucious não era o problema. O problema era todo o Império. Ele tinha pensado por breves momentos que talvez ele conseguisse persuadir o rei a mudar as coisas, mas a verdade era que o seu pai não queria que as coisas mudassem.

      Não, a única coisa a fazer agora era encontrar maneiras de ajudar a rebelião. Não apenas os rebeldes em Haylon, mas todos eles. Sozinho, Thanos não conseguiria fazer muito, mas juntos, talvez eles conseguissem derrubar o Império.

      CAPÍTULO SEIS

      Para onde quer que Ceres olhasse na Ilha Para Além da Névoa para, ela via coisas que a faziam parar e olhar para a sua estranha beleza. Falcões com penas cor de arco-íris rodopiavam enquanto caçavam coisas abaixo, mas eram por sua vez caçados por uma serpente alada que, no fim, poisava num pináculo de mármore branco.

      Ela caminhava sobre a erva esmeralda da ilha, e parecia como se ela soubesse exatamente para onde tinha de ir. Ela tinha-se visto a si própria na sua visão, lá no topo da colina ao longe, onde torres da cor do arco-íris se erguiam como os espinhos de alguma grande besta.

      Flores floresciam nas pequenas elevações no caminho, e Ceres estendeu a mão para lhes tocar. Quando os seus dedos as afagaram, no entanto, as suas pétalas eram de pedra da espessura de papel. Tinham sido assim tão bem esculpidas por alguém ou eram elas, de alguma forma, de rocha viva? Apenas o fato de ela poder tê-lo imaginado lhe dizia o quão estranho aquele local era.

      Ceres continuou a andar, dirigindo-se para o local onde ela sabia, onde ela esperava, que a sua mãe estivesse à espera.

      Ela alcançou as encostas mais baixas da colina e começou a subir. Em torno dela, a ilha estava cheia de vida. Abelhas zumbiam rasteiras ao chão. Uma criatura como um veado, mas com galhos de cristal onde os chifres deviam estar, olhou para Ceres por um longo período antes de fugir aos saltos.

      No entanto, ela não via pessoas ali, apesar das construções que pontilhavam a paisagem ao seu redor. As mais próximas de Ceres pareciam intocadas e vazias, como se tivessem saído dali apenas momentos antes. Ceres continuou, em direção ao topo da colina, para o local onde as torres formavam um círculo em torno de uma ampla área de ervas, deixando-a ver ao longe por entre elas todo o resto da ilha.

      No entanto, ela não olhou por ali. Em vez disso, Ceres deu por si a olhar para o centro do círculo, onde estava uma única figura com um manto de branco puro. Ao contrário da sua visão, a figura não estava imprecisa ou desfocada. Ela estava ali, tão clara e real quanto Ceres. Ceres avançou, quase até lhe conseguir tocar. Só podia ser uma pessoa.

      "Mãe?"

      "Ceres."

      A figura com o manto atirou-se para a frente ao mesmo tempo que Ceres. Elas deram num abraço muito apertado que parecia expressar todas as coisas que Ceres não sabia como dizer: quanto ela tinha ansiado por aquele momento, quanto amor estava ali, o quão incrível era conhecer aquela mulher que ela só tinha conhecido numa visão.

      "Eu sabia que tu virias", disse a mulher, a sua mãe, ao chegar-se para trás, "mas mesmo sabendo que é diferente de te ver verdadeiramente."

      Ela então puxou para trás o capuz do seu manto, e parecia quase impossível que aquela mulher pudesse ser a sua mãe. A sua irmã, talvez, porque ela tinha o mesmo cabelo, as mesmas feições. Para Ceres, era quase como olhar para um espelho. No entanto, ela parecia demasiado nova para ser a mãe de Ceres.

      "Eu não entendo", disse Ceres. "És a minha mãe?"

      "Sou". Ela aproximou-se para abraçar Ceres novamente. "Eu sei que deve parecer estranho, mas é verdade. A minha espécie pode viver por um longo período. O meu nome é Lycine."

      Um nome. Ceres finalmente tinha um nome para a sua mãe. De alguma forma, isso significava mais do que tudo o resto junto. Só isso já era o suficiente para fazer a viagem valer a pena. Ela queria ficar ali, apenas a olhar para sempre para a sua mãe. Mesmo assim, ela tinha perguntas. Tantas que elas desatou a fazê-las depressa.

      "Que lugar é este?", perguntou ela. "Porque é que estás aqui sozinha? Espera, o que é que queres dizer com ‘a tua espécie’?"

      Lycine sorriu e sentou-se nas ervas. Ceres juntou-se a ela, e, ao sentar-se, ela percebeu que não eram apenas ervas. Ela conseguia ver fragmentos de pedras abaixo dela, dispostas em forma de mosaico, mas há muito cobertas pelo prado à sua volta.

      "Não há nenhuma maneira fácil de responder a todas as tuas perguntas", disse Lycine. "Especialmente quando eu própria tenho tantas perguntas, sobre ti, sobre a tua vida. Sobre tudo, Ceres. Mas vou tentar. Vamos fazer isto à moda antiga? Uma pergunta para uma pergunta?"

      Ceres não sabia o que dizer sobre aquilo, mas parecia que a sua mãe ainda não tinha acabado.

      "Eles ainda contam as histórias dos Anciãos, pelo mundo fora?"

      "Sim", disse Ceres. Ela tinha sempre prestado mais atenção às histórias de lordes de combate e às suas façanhas no Stade, mas ela sabia algumas das coisas que eles diziam sobre os Anciãos: os que tinham vindo antes da humanidade, que às vezes pareciam o mesmo e às vezes pareciam muito mais. Quem tinha construído tanto e depois tinha perdido tudo. "Espera, estás a dizer que tu és…"

      "Um dos Anciãos, sim", respondeu Lycine. "Este era um dos nossos lugares, antes de... bem, há algumas coisas sobre as quais é melhor não falar ainda. Além disso, deves-me uma resposta. Então, conta-me como é que tem sido a tua vida. Eu não podia lá estar, mas passei tanto tempo a tentar imaginar como é que seria para ti."

      Ceres fez o seu melhor, mesmo não sabendo por onde começar. Ela contou a Lycine sobre crescer em torno da forja do seu pai, sobre os seus irmãos. Ela contou-lhe sobre a rebelião e sobre o Stade. Ela ainda lhe conseguiu contar sobre Rexus e Thanos, apesar daquelas palavras terem saído asfixiadas e fraturadas.

      "Oh, querida", disse a sua mãe, colocando a mão sobre a dela. "Quem me dera ter conseguido poupar-te a alguma dessa dor. Quem me dera ter conseguido estar lá para ti."

      "Porque não conseguiste?", perguntou Ceres. "Tens estado aqui todo este tempo?"

      "Tenho", disse Lycine. "Isto costumava ser um dos lugares do meu povo, nos velhos tempos. Os outros abandonaram-no. Até eu, durante um tempo, mas nos últimos anos tem sido uma espécie de santuário. E um lugar para ficar à espera, é claro."

      "Ficar à espera?", perguntou Ceres. "Queres dizer, ficar à minha espera?"

      Ela viu a sua mãe assentir.

      "As pessoas falam sobre ver o destino como se fosse um presente", disse Lycine, "mas isso é também uma espécie de prisão, também. Se souberes o que vai acontecer, perdes opções que vêm com o não saber, independentemente de quanto possas desejar...". A sua mãe abanou a cabeça e Ceres viu que ela estava triste. "Este não é o momento para arrependimentos. Eu tenho a minha filha aqui, e tens tanto tempo para aprenderes ao que vieste."

      Ela sorriu e pegou a mão de Ceres.

      "Vamos