Морган Райс

Cavaleiro, Herdeiro, Príncipe


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porém, tanto por causa das coisas que ela já tinha visto na água com também por causa do que estava por vir.

      Ali estava. A ilha onde ela iria obter as respostas de que precisava. Onde ela iria aprender sobre o seu poder.

      Onde ela iria, finalmente, conhecer a sua mãe.

      CAPÍTULO QUATRO

      Lucious girou a sua espada na mão, exultante com a forma como ela brilhava à luz do amanhecer, no instante antes de golpear o velho homem que se tinha atrevido a se atravessar no seu caminho. Em torno dele, mais plebeus caíam nas mãos dos seus homens: os que ousavam resistir e qualquer estúpido o suficiente que estivesse simplesmente no lugar errado à hora errada.

      Ele sorria enquanto os gritos ecoavam à sua volta. Ele gostava quando os camponeses tentavam lutar, porque isso dava aos seus homens uma desculpa para mostrar-lhes o quão fracos eles realmente eram, comparados com os seus melhores. Quantos ele havia matado em ataques como aquele? Ele não se tinha dado ao trabalho de continuar a contar. Porque deveria ele salvar a mais ínfima atenção para o seu tipo?

      Lucious olhou à volta quando os camponeses começaram a correr e gesticulou para alguns dos seus homens. Eles correram atrás deles. Correr era quase melhor do que lutar, porque havia um desafio para caçá-los como presas que eram.

      "O seu cavalo, sua alteza?", perguntou um dos homens, levando o garanhão de Lucious.

      Lucious abanou a cabeça. "O meu arco, acho."

      O homem concordou e passou a Lucious um elegante arco recurvo de cinza branca, misturada com chifre e prata. Ele colocou a flecha no arco, recuou a corda e deixou-a voar. Ao longe, um dos camponeses que estava a correr foi abatido.

      Não havia camponeses com quem lutar, mas isso não significava que eles já tivessem terminado. De longe. Ele tinha descoberto que camponeses escondidos poderiam ser tão divertidos como correr ou lutar contra aqueles no seu caminho. Havia tantas maneiras diferentes de torturar os que pareciam ter ouro, e tantas maneiras de executar os que pudessem ter simpatias rebeldes. A roda de fogo, a forca, a corda para enforcar... o que seria hoje?

      Lucious apontou para dois dos seus homens para começarem a abrir as portas ao pontapé. Ocasionalmente, ele gostava de queimar aqueles que se escondiam, mas as casas eram mais valiosas do que os camponeses. Uma mulher saiu a correr e Lucious apanhou-a, atirando-a ao calhas na direção de um dos traficantes de escravas, que o seguia como uma gaivota atrás de um navio de pesca.

      Ele entrou no templo da aldeia. O padre já estava no chão, segurando um nariz partido, enquanto os homens de Lucious apanhavam ornamentações de ouro e prata para dentro de um saco. Uma mulher com vestes de sacerdotisa confrontou-o. Lucious reparou num lampejo de cabelo loiro que saía do seu capuz, com uma certa semelhança que o fez parar.

      "Tu não podes fazer isto", insistiu a mulher. "Somos um templo!"

      Lucious agarrou-a, afastando o capuz das suas vestes para a ver. Ela não era o duplo de Stephania - nenhuma mulher nascida inferior conseguiria tal - mas ela era suficientemente parecida para valer a pena manter por um tempo. Pelo menos até ele se aborrecer.

      "Eu fui enviado pelo teu rei", disse Lucious. "Não tentes dizer-me o que eu não posso fazer!"

      Demasiadas pessoas tinham tentado fazer-lhe isso. Tinham tentado colocar-lhe limites, quando ele era a única pessoa no Império sobre quem não devia haver limites. Os seus pais tinham tentado, mas ele seria rei um dia. Ele seria rei, independentemente de tudo o que ele tinha encontrado na biblioteca quando o velho Cosmas pensava que ele era burro demais para entendê-lo. Thanos iria aprender o seu lugar.

      A mão de Lucious apertava o cabelo da sacerdotisa. Stephania iria aprender o seu lugar também. Como é que ela ousava casar-se com Thanos assim, como se ele fosse o príncipe a desejar? Não, Lucious iria encontrar uma maneira corrigir as coisas. Ele iria separar Thanos e Stephania tão facilmente quanto ele separava as cabeças daqueles que o enfrentavam. Ele iria exigir Stephania em casamento, não só porque ela era Thanos como também porque ela daria o ornamento perfeito para alguém da posição dele. Ele iria gostar disso, e até lá, a sacerdotisa que ele tinha agarrado daria uma substituta adequada.

      Ele atirou-a para um dos seus homens para que aquele a vigiasse, e partiu para ver que outras diversões ele poderia encontrar na aldeia. Ao sair, ele viu dois dos seus homens a amarrarem um dos aldeões que tinha fugido para uma árvore, com os braços abertos.

      "Porque é que não mataram este?" exigiu saber Lucious.

      Um deles sorriu. "O Tor estava aqui a contar-me sobre algo que os nortenhos fazem. Chamam-lhe a Águia de Sangue."

      Lucious gostou do que ouviu. Ele estava prestes a perguntar o que é que isso envolvia quando ouviu o grito de um dos vigias que guardavam os rebeldes. Lucious olhou ao redor, mas em vez de uma horda de escumalha comum a aproximar-se, ele viu uma única figura a cavalgar num cavalo facilmente do tamanho do seu. Lucious reconheceu a armadura instantaneamente.

      "Thanos", disse ele. Ele estalou os dedos. "Bem, parece que o dia de hoje está prestes a ficar mais interessante do que eu pensava. Tragam-me o meu arco novamente."

      ***

      Thanos incitou o seu cavalo para a frente ao ver Lucious e o que o seu meio-irmão estava a fazer. Qualquer dúvida que tivera em deixar Stephania para trás dissipou-se no calor da sua raiva quando viu os camponeses mortos, os traficantes de escravos, o homem amarrado à árvore.

      Ele viu Lucious a sair e a levantar um arco. Por um momento, Thanos não conseguia acreditar que ele iria fazê-lo, mas porque não? Lucious já o tinha tentado matar antes.

      Ele viu a flecha voar do arco e ergueu o seu escudo a tempo. A cabeça bateu no metal do seu escudo, começando a tinir. Seguiu-se uma segunda flecha, e, desta vez, perfurou o escudo, parando muito perto do rosto de Thanos.

      Thanos forçou o seu cavalo a avançar para atacar quando uma terceira flecha passou a zunir por ele. Ele viu Lucious e os seus homens a atirarem-se para o chão, desviando-se repentinamente do caminho, enquanto ele se deslocava apressadamente pelo local onde eles tinham estado. Ele girou e puxou da espada, no momento exato em que Lucious se conseguiu levantar.

      "Thanos, tão rápido. Qualquer um pensaria que tu estavas ansioso por me ver."

      Thanos nivelou a espada no coração de Lucious. "Isto acaba agora, Lucious. Eu não vou deixar que tu mates mais ninguém do nosso povo".

      "Nosso povo?", contrapôs Lucious. "Eles são o meu povo, Thanos. Meu para fazer o que eu quiser com eles. Deixa-me que te demonstre."

      Thanos viu-o desembainhar a espada e arrancar na direção do homem amarrado à árvore. Thanos percebeu o que o seu meio-irmão ia fazer e pôs o seu cavalo em movimento mais uma vez.

      "Detenham-no", ordenou Lucious.

      Os seus homens saltaram para obedecer. Um deu um passo em direção a Thanos, apontando uma lança ao seu rosto. Thanos desviou-a com o seu escudo, cortando a cabeça da arma com a sua espada e, em seguida, pontapeou o homem pelos ares. Ele esfaqueou outro que correu na sua direção, empurrando-o para baixo pelo ombro da armadura e desembainhando a sua espada outra vez.

      Ele forçou-se a ir para a frente, atravessando a pressão de opositores. Lucious continuava a avançar na direção da vítima que tinha escolhido. Thanos deu balanço à sua espada na direção de um dos bandidos de Lucious, apressando-se, enquanto Lucious sacava a sua própria espada novamente. Thanos conseguiu, por pouco, lançar o seu escudo e o golpe ouviu-se num barulho de metal contra metal.

      Lucious agarrou o seu escudo.

      "Tu és previsível, Thanos", disse ele. "A compaixão sempre foi a tua fraqueza."

      Ele puxou Thanos com força suficiente para o arrancar da sela. Ele rebolou a tempo de evitar um golpe de espada e libertou o seu braço das alças do seu escudo. Segurou com força com as duas mãos a sua espada enquanto os homens de