Блейк Пирс

Vizinho Silencioso


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Eles eram novos no bairro. Mudaram-se há cerca de cinco semanas. Ainda tem algumas caixas na garagem que eles nem abriram. O marido, Mark, é do mercado financeiro... mexe com dinheiro, com ações. Jessie Fairchild mexia com mídias sociais... era influencer, subcelebridade. Instagram, Facebook, essas coisas. Eles vieram de Boston... o marido disse que eles vieram porque estavam cansados do clima de cidade grande.

      - Onde ele está agora? – Chloe perguntou.

      - Ele foi para uma casa de campo, nas montanhas, com o irmão. Foi hoje cedo, na verdade. Ele... bem, ele está destruído. Digo, as pessoas encaram a morte de maneiras diferentes, eu sei. Mas esse cara... eu vi ele totalmente destruído, sabe? O pior que eu já vi.

      - Imagino que não tenha nenhuma digital na cena do crime – Chloe disse.

      - Nada. Mas encontramos um fio de cabelo na estola. Era loiro, e Jessie era morena. Está sendo analisado nesse momento... os resultados devem chegar em breve.

      Chloe parou por um momento para pensar em tudo. Havendo uma indicação forte de algum tipo de estrangulamento, ela não podia eliminar a conexão com os crimes de um ano antes. Mas o corte com o anel de diamante a dizia que havia algo novo... algo diferente. Ela pegou a pasta e a abriu para começar a analisar tudo novamente.

      - Você disse que está no comando do caso?

      - Sim.

      - Podemos ir com você até a sua delegacia? Eu gostaria de um lugar para trabalhar.

      - Então, você acha mesmo que isso está relacionado com os casos de estrangulamento do ano passado? – Nolan perguntou. Claramente, ele não esperava aquilo.

      - Não tenho certeza – Chloe disse. – Mas nós sabemos que há uma mulher morta—que foi assassinada em sua própria casa—e nesse momento não temos ninguém preso. Então... vamos trabalhar.

      Nolan sorriu, gostando da atitude de Chloe. Ele assentiu e saiu do quarto, com direção ao corredor.

      - Vamos começar logo, então.

      CAPÍTULO QUATRO

      Chloe abriu a pasta do assassinato de Jessie Fairchild assim que chegou à delegacia. Nolan havia lhes dado uma sala que outrora pertencera a um oficial assistente, que fora demitido por conta de corte de gastos. Alguns dos pertences do ex-assistente ainda estavam na sala, o que fez com que Chloe sentisse que não pertencia àquele lugar.

      Mesmo assim, ela sentou-se e começou a estudar os arquivos. Ficou impressionada ao ver quão organizados eles estavam. Aparentemente, o oficial Nolan tinha talento para organização e detalhes.

      Além do relatório básico da polícia, que incluía tudo o que Nolan já havia lhes contado na casa dos Fairchild, havia muitas fotos do corpo da vítima. Ela estava completamente vestida, na cama. Sua cabeça estava caída para a esquerda, com seus olhos abertos olhando na direção da piscina de sangue que havia se formado ao redor de sua cabeça. A característica mais marcante do corpo, no entanto, era o corte enorme no centro do pescoço.

      As fotos deviam ter sido tiradas algumas horas depois do crime, porque a maior parte do sangue ainda não havia secado. Chloe pode ver que o sangue estava começando a endurecer, mas ainda era novo. O corte em si era horrível. Era grande e grotesco, uma linha reta que parecia ter serrado até a carne. Chloe também viu leves indicações de que algo havia sido colocado em volta do pescoço da vítima, ainda que fosse difícil ter certeza pelas fotos.

      Sem ver o corpo, ela precisaria acreditar nos peritos. E se o que estava vendo fosse de fato um sinal de que algo havia sido colocado em volta do pescoço da vítima, isso faria total sentido com a estola, vista em outras fotos.

      Chloe também viu a foto do anel de diamante que fora usado para fazer o corte. Estava no criado-mudo. O assassino não havia tentado limpá-lo nem escondê-lo. Para Chloe, o assassino estava tentando enviar uma mensagem.

      Mas que mensagem?

      - O anel está me perturbando – Rhodes disse. – Por que colocar ali no criado-mudo? Ele está provocando? Talvez tentando nos dizer algo?

      - Eu estava pensando a mesma coisa. Acho que o anel tem algum significado especial. Por que esse anel? Parece um desses anéis desses combos de noivado e casamento.

      - Também parece ser bem caro – Rhodes acrescentou.

      - Tem algum simbolismo nisso. Você não deixa um anel cheio de sangue acidentalmente no criado-mudo depois de usá-lo para matar alguém.

      - Então você acha que o assassino está tentando dizer algo?

      - Pode ser. Pode ser também que—

      Chloe foi interrompida pelo toque de seu telefone. Ela o pegou, imaginando que fosse Johnson, querendo confirmar que elas haviam chegado. Mas ao ver a palavra “PAI” na tela, arrepiou-se. Uma onda de raiva subiu por seu corpo, junto com uma pontada de medo.

      Chloe ignorou a ligação e colocou o telefone com a tela para baixo na mesa. Ao retornar sua atenção para a pasta a sua frente, foi difícil se concentrar.

      - Você está bem? – Rhodes perguntou.

      - Sim, por que?

      - É que você olhou para o telefone como se alguém tivesse te xingado, ou algo do tipo.

      Chloe encolheu os ombros.

      - Problemas pessoais.

      Rhodes assentiu, claramente sem querer se intrometer.

      - Problemas pessoais são uma merda.

      Enquanto Chloe ainda tentava retomar sua concentração, alguém bateu na porta. Quando ela se abriu, o oficial Nolan apareceu. Ao abri-la completamente, ele revelou outro homem, atrás de si. Esse homem parecia muito mais velho, com um bigode corpulento e grisalho que fez Chloe lembrar-se de uma morsa.

      - Agentes - Nolan disse, – esse é o comandante Clifton.

      Clifton entrou na sala e olhou para as duas, assentindo em apreciação. Ele olhou para a pasta, aberta na mesa e mostrando uma das fotos do corte bizarro no pescoço de Jessie Fairchild, e logo desviou o olhar.

      Chloe e Rhodes apresentaram-se rapidamente e Nolan entrou na sala atrás de Clifton, fechando a porta.

      - O oficial Nolan pode dar todas as informações que vocês precisavam? – Clifton perguntou.

      - Com certeza – Chloe respondeu. – Ele ajudou muito.

      - Tem algo mais com o que eu possa ajudar?

      - Bom, já que aquela casa é tão grande, eu imagino que haja um sistema de segurança. Isso já foi buscado?

      - Na verdade, sim – Nolan disse. – O marido dela nos deu as senhas para nós podermos acessar o sistema.

      - E ele não recebeu nenhum alerta do alarme sendo acionado?

      - Nada.

      - Temos algum relatório disso? – Rhodes perguntou.

      Nolan e Clifton assentiram juntos.

      - Vou conversar com a empresa de segurança – Nolan disse.

      - Além disso, obviamente nós queremos falar com o marido – Chloe disse. – Oficial, você disse que ele estava em algum lugar nas montanhas, com o irmão, certo? Tem ideia que quando ele volta?

      - Não. Ele não disse.

      - Eu gostaria muito que ele estivesse aqui, na cidade – Chloe disse.

      - Você suspeita dele?

      - Não necessariamente. Mas é o homem mais próximo da vítima. – Chloe não pôs um tom acusatório em sua voz, mas achava uma irresponsabilidade da polícia ter deixado o marido da vítima sair da cidade.

      - Vou conversar com ele pelo telefone. Ele vai me atender bem. Se ele souber que o FBI está no caso para