Блейк Пирс

A Casa Perfeita


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campeonato naquele ano.

      Quando Eliza perdeu o bebê depois de tentar engravidar durante dezoito meses, Penny foi visitá-la todos os dias até que finalmente ela estivesse pronta para sair da cama. E quando o filho mais velho de Penny, Colt Jr., foi diagnosticado com autismo, foi Eliza quem fez semanas de pesquisa e encontrou a escola que finalmente o ajudou a começar a prosperar.

      Elas passaram por tantas batalhas juntas que gostavam de se chamar ‘Guerreiras de Westside’, mesmo que seus maridos achassem que o nome era ridículo. Por isso, se Penny estava sugerindo que ela reconsiderasse a terapia de casal, talvez ela o devesse fazer.

      Eliza foi arrancada de seus pensamentos por um toque no telefone de Penny. Ela se aproximou e o pegou, pronta para deixar sua amiga saber que alguém estava tentando contatar. Mas quando ela viu o nome na tela, abriu imediatamente a mensagem que tinha chegado. Era de Gray Longworth, o marido de Eliza. A mensagem dizia:

      Mal posso esperar pra te ver logo mais. Sinto falta do seu cheiro. 3 dias sem vc é muito. Eu disse a Lizzie que tenho um jantar de negócios. Mesma hora e lugar, certo?

      Eliza pousou o telefone. Sua cabeça começou subitamente a girar e ela se sentiu fraca. A caneca escorregou de sua mão, bateu no chão e quebrou em dezenas de cacos de cerâmica.

      Penny correu de volta lá para fora.

      “Tudo bem?”, ela perguntou. “Ouvi algo quebrar.”

      Penny olhou para a caneca com café espalhado por toda parte e depois para o rosto aturdido de Eliza.

      “O que está passando?”, ela perguntou.

      Os olhos de Eliza se moveram involuntariamente para o telefone de Penny e ela observou a amiga rastreá-los com os seus. Pelo olhar de Penny, Eliza notou que sua amiga tinha se dado conta do que havia acontecido, do que tinha espantado a sua mais antiga e querida amiga.

      “Não é o que parece”, Penny disse ansiosamente, dispensando qualquer tentativa de negar o que ambas sabiam.

      “Como você foi capaz?”, Eliza exigiu saber, mal conseguindo pronunciar as palavras. “Eu confiava mais em você do que em qualquer outra pessoa no mundo. E você faz isso?”

      Ela sentiu como se alguém tivesse aberto um alçapão por baixo dela e ela estivesse caindo em um buraco vazio. Tudo em que sua vida se baseava parecia estar se desintegrando diante de seus olhos. Ela pensou que poderia vomitar.

      “Por favor, Eliza”, Penny implorou, ajoelhando-se ao lado de sua amiga. “Deixe-me explicar. Aconteceu, mas foi um erro - que eu tenho tentado consertar desde então.”

      “Um erro?”, Eliza repetiu, sentando-se ereta em sua cadeira enquanto náuseas se misturavam com raiva, fazendo um caldeirão de bile subir do estômago até à garganta. “Um erro é tropeçar na beira da calçada e derrubar alguém. Um erro é confundir um número numa conta de subtração. Um erro não é acidentalmente deixar o marido da sua melhor amiga entrar em você, Penny!”

      “Eu sei”, Penny reconheceu, sua voz sufocando com arrependimento. “Eu não deveria ter dito isso. Foi uma decisão terrível, feita num momento de fraqueza, alimentada por muitos copos de vinho. Eu disse a ele que acabou.”

      “'Acabou' sugere que foi mais de uma vez”, observou Eliza, tentando se levantar. “Há quanto tempo exatamente você anda dormido com meu marido?”

      Penny ficou ali em silêncio, claramente ponderando se ser honesta faria mais mal do que bem.

      “Há cerca de um mês”, ela finalmente admitiu.

      De repente, o recente tempo do marido afastado da família fazia mais sentido. Cada nova revelação parecia desferir um novo soco no estômago. Eliza sentiu que a única coisa que a impedia de desmoronar era sua justa sensação de raiva.

      “Engraçado”, Eliza apontou amargamente. “Isso coincide com esses jantares de negócios de Grey pela noite adentro, que você me disse que ele provavelmente sentia mal por isso. Que coincidência.”

      “Eu pensei que seria capaz de me controlar...”, Penny começou a dizer.

      “Não venha com essa”, disse Eliza, interrompendo-a bruscamente. “Nós duas sabemos que você pode ser incansável. Mas é assim que você lida com isso?”

      “Eu sei que isso não ajuda”, insistiu Penny. “Mas eu ia acabar com tudo. Não falo com ele há três dias. Eu estava apenas tentando encontrar uma maneira de acabar com ele sem prejudicar você.”

      “Parece que você vai precisar de um novo plano”, Eliza disse bruscamente, lutando contra o desejo de chutar os pedaços de xícara de café em sua amiga. Apenas seus pés descalços a impediram. Ela se agarrava à raiva, sabendo que era a única coisa que a impedia de desmoronar completamente.

      “Por favor, deixe-me encontrar uma maneira de fazer isso direito. Tem que haver algo que eu possa fazer.”

      “Há”, assegurou Eliza. “Saia agora.”

      Sua amiga olhou para ela por um momento. Mas ela deve ter percebido a seriedade de Eliza porque sua hesitação foi breve.

      “Tudo bem”, disse Penny, pegando suas coisas e caminhando apressadamente em direção à porta da frente. “Eu irei. Mas vamos nos falar mais tarde. Temos passado por tanta coisa juntas, Lizzie. Não vamos deixar isso estragar tudo.”

      Eliza se obrigou a não gritar epítetos em resposta. Esta poderia ser a última vez que ela veria sua ‘amiga’ e ela precisava que ela entendesse a magnitude da situação.

      “Isso é diferente”, disse ela lentamente, com ênfase em cada palavra. “Todas aquelas outras vezes fomos nós contra o mundo, apoiando uma a outra. Desta vez, você me apunhalou pelas costas. Nossa amizade acabou.”

      Então ela bateu a porta no rosto de sua melhor amiga.

      CAPÍTULO DOIS

      Jessie Hunt acordou sobressaltada, por momentos insegura sobre onde estava. Demorou um momento para lembrar que ela estava no ar, num vôo de segunda-feira de manhã de Washington, DC, de volta a Los Angeles. Ela olhou para o relógio e viu que ainda tinha duas horas antes de aterrissarem.

      Tentando não apagar de novo, despertou-se tomando um gole da garrafa de água que estava enfiada no bolso da poltrona à sua frente. Ela bochechou um pouco, tentando se livrar da secura que sentia em sua boca.

      Ela tinha bons motivos para cochilar. As últimas dez semanas tinham estado entre as mais exaustivas de sua vida. Ela acabara de completar a Academia Nacional do FBI, um intenso programa de treinamento para policiais locais, criado para familiarizá-los com as técnicas de investigação do FBI.

      O programa exclusivo estava disponível apenas para aqueles indicados pelos supervisores para participar. Salvo ser aceita para ir para Quantico para se tornar realmente uma agente formal do FBI, esse curso intensivo era a melhor coisa que podia ter acontecido.

      Em circunstâncias normais, Jessie não teria direito a ir. Até recentemente, ela tinha sido apenas uma consultora interina de perfis criminais para o Departamento da Polícia de Los Angeles. Mas depois que ela resolveu um caso de grande relevância, sua importância tinha subido rapidamente.

      Em retrospecto, Jessie entendia por que a academia preferia oficiais mais experientes. Durante as primeiras duas semanas do programa, ela se sentiu completamente sobrecarregada pelo volume de informação que estava sendo jogado para ela. Ela tinha aulas de ciência forense, direito, mentalidade terrorista e sua área de foco, ciência comportamental, que enfatizava entrar nas mentes dos assassinos para entender melhor seus motivos. E nada disso incluia o treinamento físico implacável que deixava todos os músculos doendo.

      Por fim, ela conseguiu se orientar. Os cursos, que faziam lembrar seu recente trabalho de pós-graduação em psicologia criminal, começavam a fazer sentido. Depois de cerca de um mês, o corpo dela já não estava mais gritando de dor quando