vou experimentar.
Ela apanhou um pedaço de costela com as mãos, e sem muito esforço, começou a mastigá-lo até o osso. — Essa comida não vai dar uma enorme dor de barriga, não é Zak? Experimente também, meu amor. O gosto é um pouco estranho, mas não é de todo ruim.
O Coronel, que estava observando Elisa horrorizado enquanto ela devorava todas aquelas comidas esquisitas da bandeja, sem reservas, apenas murmurou: — Não, não, obrigado. Não estou com fome.
Em vez disso, sua atenção se prendeu à estranheza da bandeja e aos recipientes usados como pratos. Ele apanhou um de cor vermelho vivo e testou sua consistência. Era esquisito e bem gelado. Mais gelado do que deveria ser, e apesar disso, a comida estava fervendo. Percorreu levemente, com a ponta do indicador, a superfície. Era incrivelmente liso. Não parecia ser de metal nem de plástico. Por outro lado, como poderia ser plástico? Eles o utilizavam para propósitos completamente diferentes. A outra coisa mais bizarra era que, apesar da perfeição do acabamento da superfície, não havia absolutamente nenhum reflexo. A luz parecia ser engolida pelo material misterioso. Colocou o ouvido perto da superfície lisa, e com o nó do dedo médio, começou a dar batidinhas. Inacreditavelmente, o recipiente não emitiu nenhum som. Era como bater num grande pedaço de algodão.
— Mas do que esses objetos são feitos? — perguntou, extremamente curioso. — E a bandeja? Parece ser do mesmo material.
Um pouco surpreso com a estranha pergunta, Azakis também se aproximou da bandeja. Apanhou outro recipiente, verde pálido, e ergueu-o ao nível dos olhos.
— Na realidade, não é um "material".
— Em que sentido? O que quer dizer?
— O que vocês usam para segurar objetos, comida, líquidos ou substâncias em geral?
— Bem, normalmente usamos caixas de madeira ou papelão para transportar materiais. Para servir comidas, usamos panelas de metal, pratos de cerâmica e copos de vidro. Para transportar ou guardar comidas e líquidos em geral, usamos recipientes plásticos de formatos diversos.
— Plástico? Está falando do plástico em que estamos interessados? — perguntou Azakis, espantado.
— Creio que sim — respondeu o Coronel suavemente. — Na verdade, o plástico se tornou um dos maiores problemas da poluição do nosso planeta. Vocês até nos disseram que encontraram quantidades exageradas em todos os lugares — Ele fez uma breve pausa e acrescentou: — É por isso que sua oferta de recolhê-lo nos atraiu tanto. Talvez encontramos a solução para um enorme problema.
— Então, se entendi direito, vocês usam plástico como recipientes e então jogam tudo fora sem restrições, poluindo todos os cantos do seu planeta?
— Exatamente — respondeu Jack, cada vez mais envergonhado.
— Mas isso é loucura, é absurdo. Estão se envenenando com as próprias mãos.
— Bem, se também levar em conta toda a fumaça causada pelos meios de locomoção, das fábricas e sistemas de geração de energia, nós realmente conseguimos fazer coisas piores. Sem mencionar o lixo radioativo que não sabemos como eliminar.
— São completamente malucos! Estão destruindo o planeta mais belo de todo o sistema solar. E infelizmente, é nossa culpa também.
— Como assim?
— Bem, fomos nós que modificaram seu DNA, há centenas de milhares de anos ou mais. Demos a vocês uma inteligência superior a quaisquer outros seres na Terra e para quê a usaram?
— Para arruinar o planeta — Jack disse cabisbaixo, como um estudante levando bronca do professor por não ter feito a lição de casa. — Mas agora vocês estão de volta! Realmente espero que nos ajudem a consertar o estrago que fizemos.
— Não acho que será fácil — disse Azakis, tornando-se cada vez mais preocupado. — De acordo com a análise de Petri do estado dos seus oceanos, vimos que a quantidade de peixes foi reduzida em oitenta por cento desde a última vez que estivemos aqui. Como isso foi acontecer?
A essa altura, Jack só queria que o chão se abrisse e o engolisse. — Não há desculpa para isso — foi tudo o que conseguiu dizer, quase num sussurro. — Somos apenas um grupo de seres condescendentes, arrogantes, convencidos, tolos e irracionais.
Elisa, que esteve escutando em silêncio o discurso de Azakis, engoliu o último pedaço de fígado de Nebir, limpou os lábios com as mãos e então disse baixinho: — Não somos todos assim, sabe?
O alienígena olhou-a surpreso, mas ela continuou determinada: — São aqueles que estão "no poder" que nos reduziram a esse estado. Muitas pessoas normais lutam todos os dias para proteger o meio ambiente e as formas de vida que habitam nosso querido planeta. É fácil vir aqui, de milhões de quilômetros, depois de milhares de anos e moralizar. Vocês podem nos ter dado inteligência, mas não nos deixaram nem um pedaço do manual de instruções!
Jack a olhou e percebeu que estava perdidamente apaixonado por aquela mulher.
Azakis não tinha palavras. Ele certamente não esperava uma reação como aquela. Elisa, no entanto, continuou desimpedida: — Se realmente querem nos ajudar, devem disponibilizar todo o seu conhecimento tecnológico, médico e científico, o mais rápido possível, pois certamente não ficarão neste planeta devastado por muito tempo.
— Ok, ok. Não fique tão transtornada — Azakis tentou responder. — Acho que nos colocamos à sua disposição, sem hesitar, ou não?
— Sim, eu sei. Desculpe-me... Vocês já poderiam ter levado o seu plástico e ido embora sem dizer adeus, e em vez disso, estão aqui, arriscando suas vidas, junto de nós.
Elisa estava realmente arrependida pelo desabafo. Então, para acalmar um pouco a situação, exclamou alegremente: — Mas a comida estava deliciosa! — Então, aproximou-se do alienígena e olhando acima para ele, disse delicadamente: — Desculpe, não deveria ter dito isso.
— Não se preocupe, compreendo totalmente e para mostrar que não guardo rancor, lhe darei isto.
Elisa abriu a sua mão e Azakis lhe entregou um pequeno objeto escuro.
— Obrigada, mas o que é isso? — perguntou, curiosa.
— É a solução para seus problemas com o plástico.
Nassíria – O jantar
Depois que o Senador encerrou a conversa abruptamente, os três ficaram olhando o monitor, que mostrava desenhos abstratos e multicoloridos se mesclando continuamente.
— E agora? — perguntou o sujeito magro e alto, interrompendo aquela hipnose coletiva.
— Tenho uma ideia — respondeu o grandalhão. — Já faz algum tempo que comemos e estou vendo hambúrgueres por toda parte.
— E onde pensa que vamos encontrar hambúrguer agora?
— Não tenho a menor ideia, mas sei que se eu não comer algo logo, vou desmaiar.
— Ah, coitadinho, ele vai desmaiar — disse o magrelo com uma voz infantil. Então mudou seu tom: — Com todos esses pneus de gordura, poderia passar um mês sem comer.
— Ok, parem os dois com essa idiotice — exclamou o General, irritado. — Precisamos elaborar um plano de ação.
— Mas não consigo raciocinar de estômago vazio — disse baixinho, o gordão.
— Está bem então, — Campbell exclamou, erguendo as mãos, derrotado. — Vamos arranjar comida. E bolar um plano depois, pois temos bastante tempo até o Senador chegar.
— Assim é que se fala, General — exclamou o gordão alegremente. — Conheço um restaurante razoável onde fazem um fantástico guisado de cordeiro com batatas, cenouras e ervilhas ao molho curry.
— Bem, confesso que depois