Amanda Mariel

Um Natal Terrível


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não estava. Talvez ele estivesse errado sobre o tempo que compartilhara com ela. Ele a havia deixado com o coração partido?

      Não. Cristiana tinha sido mais irredutível do que ele quando dizia que eles não tinham uma ligação. Ela não tentou impedi-lo de ir embora, nunca declarou nenhum sentimento por ele. Eles concordaram em ter um caso e nada mais. Ambos conseguiram o que queriam do arranjo.

      Só restava uma explicação. Cristiana seguiu em frente com a sua vida, assim como todas as suas antigas amantes. Adam iria tirá-la da mente e encontrar outra distração.

      Ele cavalgou até a cidade, procurando refúgio da presença de seu tio na Sword and White Rose. Adam se sentou em uma cadeira em uma mesa de canto. A estalagem e taberna local seria o local perfeito para tomar uma bebida forte e encontrar uma mulher calorosa. Mais importante, Danby não o procuraria ali.

      Não demorou muito para uma rapariga de seios grandes atravessar o seu caminho. Adam a saudou juntamente com seu segundo copo de uísque. Ela agora se contorcia em seu colo, provocando o seu desejo. Ele rodou o licor restante em seu copo e o bebeu antes de sussurrar no ouvido dela.

      – Que tal continuarmos lá em cima?

      Ela se virou para ele, e seus olhos de corça encontraram os dele enquanto ria.

      – O prazer é meu.

      Ele a levantou do colo, dando um tapinha no traseiro dela. De pé, Adam colocou o braço em volta da cintura dela e, em seguida, a conduziu para as escadas, desviando-se das mesas e dos outros clientes enquanto seguiam em seu caminho. As conversas enchiam a sala juntamente com algumas versões bêbadas de músicas favoritas, mas ele não prestou atenção em nada disso. Seu foco estava em uma coisa – deitar-se ao lado daquela coisinha doce.

      Ela se agarrou ao braço dele, rindo e lançando olhares sugestivos para ele enquanto seguiam. Quando chegaram nas escadas, ele congelou. Uma conversa próxima despertou seu interesse.

      – Mary me disse que o bebê é de lady Kendal – disse uma voz masculina nas proximidades.

      Ele ouvira direito? Cristiana teve um bebê? Ele balançou a cabeça e, em seguida, concentrou toda a sua atenção na conversa próxima.

      – Quem é Mary? – questionou uma voz mais grave.

      A companhia de Adam puxou o seu braço.

      – Vamos.

      – Shhh… – Adam procurou os homens que conversavam enquanto continuava a escutar. Eles estavam vestidos com roupas das classes mais baixas e estavam espremidos em uma mesa próxima. Um era musculoso, com cabelos castanhos, e o outro, magro e loiro. Quem eram e do que estavam falando? Que bebê?

      – Mary é uma criada que a dama empregou. Ela também é a mulher que estou cortejando – disse o homem de cabelos castanhos.

      – Então, quem é o pai?

      O homem de cabelos castanhos tomou um gole e depois se inclinou para mais perto do outro. Com voz baixa, ele disse:

      – Ninguém sabe ao certo, exceto a senhora. Mary me disse que é a filha bastarda de um dos parentes do duque de Danby.

      O outro homem riu.

      – Imagine como o duque se sentiria se soubesse?

      – Ele tiraria uma daquelas licenças especiais e exigiria um casamento – riu o homem de cabelos castanhos.

      Tendo ouvido mais do que o suficiente, Adam retirou a mão da mulher de seu braço. Ele encontrou o olhar confuso dela e disse:

      – Outra hora.

      Ela fez um beicinho com seus lábios tentadores.

      – Posso não estar disponível.

      Ele deu um passo em direção aos homens.

      – Seja como for, há outra coisa de que devo tratar. – Ele se virou, foi até a mesa dos homens e tomou uma cadeira entre eles.

      O loiro estreitou os olhos.

      – Nós não o convidamos para se juntar a nós.

      Adam olhou para trás, e seu próprio olhar se estreitou.

      – Sua conversa me convidou. Vamos continuá-la em algum lugar privado.

      – Acho que não – disse o homem de cabelos castanhos.

      Adam tentou outra tática.

      – Vou lhe pagar pela informação que quero.

      – Quanto? – O loiro estudou Adam.

      – Uma libra. – Adam enfiou a mão no bolso e jogou uma nota de uma libra sobre a mesa.

      O homem loiro a agarrou, mas o seu companheiro o deteve, segurando a mão dele no ar antes de olhar para Adam.

      – Uma libra para cada um, ou não lhe falamos nada.

      Adam recostou-se, fingindo tédio.

      – Parece muito exorbitante, já que não tenho quaisquer garantias de que a informação será relevante.

      – Você é parente do duque? – perguntou o homem loiro.

      – Você passou algum tempo com lady Cristiana? – acrescentou o homem de cabelos castanhos.

      Adam olhou para a porta.

      – Uma libra para cada um, para continuarmos esta conversa lá fora.

      – Como quiser, mas nos pague primeiro. – exigiu o de cabelos castanhos.

      Adam se levantou e jogou outra nota de libra sobre a mesa. Os homens apanharam avidamente as notas antes de segui-lo para fora. Adam fechou bem o casaco para se proteger do ar frio de inverno enquanto deixava que os homens passassem. Quando nenhum dos dois falou, ele lançou um olhar duro na direção deles.

      – Contem-me sobre o bebê sobre o qual estavam discutindo.

      – Não há muito a dizer. A senhora desapareceu durante alguns meses depois do Natal, dois anos atrás. Foi para a França por um tempo e, quando voltou, trouxe um bebê com ela – disse o homem loiro.

      Adam deu um passo em direção ao homem.

      – E sobre os rumores?

      – Deixarei isso com ele. – O homem loiro olhou para o amigo, que deu de ombros.

      – Ela alegou que foi uma criança abandonada que adotou. – O homem de cabelos castanhos olhou novamente para a entrada da pousada. – Todos pareceram acreditar na história.

      Adam franziu o cenho.

      – E a verdade?

      – A verdade? – O homem levantou uma sobrancelha.

      O sangue de Adam esquentou. Ele se adiantou, agarrando o homem pela lapela e o empurrando contra a parede da construção.

      – Pare de fazer joguinhos.

      – Uma das criadas dela disse que estava lá durante o nascimento. Não é uma criança abandonada, mas o próprio bebê da senhora. – O homem esperneou.

      Adam o imobilizou com mais firmeza.

      – E o pai da criança?

      – Ela disse que pertence a um dos sobrinhos de Danby.

      – Quantos anos tem a criança?

      – Eu não saberia dizer.

      – Dê um palpite. – Adam o sacudiu antes de pressioná-lo contra o prédio.

      O homem o olhou com olhos arregalados.

      – Talvez um ano… um pouco mais velha.

      O sangue de Adam gelou. Cristiana teve um bebê – seu bebê. Tudo fazia sentido agora. Ela o mandou embora para esconder o seu segredo. A fúria retornou, seu coração martelava enquanto soltava o homem. Que direito ela tinha de esconder o filho dele? Ela acreditava honestamente que ele não descobriria a criança? Que ele não tinha direito ou motivos para saber que era pai?

      Bom