Amy Blankenship

Ligação De Sangue (Ligação De Sangue – Livro 5)


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sem Tabatha não teriam encontrado Micah a tempo de o salvar.

      O seu olhar fixou-se no ombro exposto dela. Da última vez que a vira, aquele ombro tinha sofrido um ferimento bastante mau, mas agora não tinha uma única marca disso. Parecia que alguma fada curadora tinha passado pela cidade, porque o mesmo tinha acontecido aos ferimentos de Micah.

      “Como estás esta noite?” – perguntou ele com curiosidade, ao ver uma ponta de tristeza nos olhos dela.

      Tabatha dirigiu-lhe um grande sorriso – “Estou bem.”

      “Já alguém te disse que estás muito apetecível hoje?” – perguntou ele, com um brilho nos olhos. Era a forma mais rápida de animar uma mulher. Ele sabia bem disso, todas as noites estava rodeado delas.

      Tabatha abanou a cabeça, sorrindo. “És incorrigível.”

      “Sou, sim senhora.” – acedeu Nick. “Isso quer dizer que te vou levar para casa esta noite?”

      “Nem pensar!” Tabatha recuou com um esgar, depois acrescentou – “Além disso, contigo a viver mesmo por cima da disco, seria demasiado fácil.”

      Nick colocou uma mão sobre o seu coração e fez uma fita, fingindo cambalear uns passos para trás. “Tabby, gata…feriste-me. As minhas intenções eram completamente inocentes.”

      “Aposto que sim” – Tabatha riu piscou-lhe o olho. “Mas posso convidar-te para dançar mais tarde.”

      Nick inclinou-se bem perto dela enquanto lhe abria a porta. “E acho que vou aproveitar.”

      Tabatha entrou e respirou fundo, apreciando a atmosfera familiar. Já tinham passado alguns dias desde o encontro dela com Kane e ainda não tinha ouvido uma palavra de Kriss. Agora a sua preocupação tinha desaparecido, substituída por uma ligeira depressão que ela sabia que apenas Kriss poderia eliminar.

      A batida da música vibrava através do seu corpo e dirigiu-se ao corrimão para poder olhar para a pista de dança lá em baixo. Já era quase meia-noite e a discoteca estava a funcionar em pleno. Corpos ondulavam ao som das batidas techno que bombavam nas colunas e a secção do bar estava quase cheia. Tabatha olhou em volta tentando decidir o que fazer primeiro. Estava farta de estar sozinha e achou que era mesmo daquilo que precisava para a sacudir daquele marasmo.

      Dirigindo-se ao bar, Tabatha pousou a carteira com estrondo no balcão. “O que é que uma senhora tem de fazer para arranjar uma bebida por aqui?” – exigiu ela.

      “Morder-me!” Exclamou Envy e colocou uma bebida à frente dela. “É tudo, senhora?”

      “Não” – disse Tabby. “Ainda tenho de te morder.”

      “Cuidado” – respondeu Envy. “Eu mordo de volta.”

      Tabatha pegou na bebida e bebeu metade num gole só, lembrando-se do que tinha bebido no Silk Stalkings há umas noites atrás e a forma como Kane a tinha deixado sóbria com um beijo. O que mais a irritava era que sempre que pensava nisso, sentia uma sensação quente e meio dolorosa, que descia em espiral em direção ao baixo ventre e coxas. Uma vez mais, encolheu-se ao senti-la.

      Envy apercebeu-se do comportamento de Tabatha e soube que se passava algo de errado com a amiga. Já tinham passado por demasiadas coisas juntas para que Envy não reparasse. Fez questão de preparar outra bebida para Tabatha quando viu a amiga pousar um copo vazio no bar.

      Quando lhe deslizou a segunda bebida, reparou que Tabby não estava realmente a prestar atenção e, em vez disso, olhava distraidamente para todas as outras pessoas a divertirem-se.

      Kat estava a trabalhar um pouco mais afastada do posto de Envy e observava Tabatha pelo canto do olho. Percebia que Tabatha estava agitada e perguntava-se o que teria acontecido nos últimos dias para isso acontecer. Pegando numa garrafa de Heat, chamou a atenção de Envy e apontou para a garrafa antes de acenar a cabeça na direção de Tabatha.

      Envy olhou para a amiga antes de dar a Kat um aceno de aprovação. Kat preparou outra bebida e adicionou um pequeno shot de álcool potente à mistura antes de a passar a Envy.

      “Obrigada” – disse Envy e levou o copo a Tabatha. “Aqui tens, Tabby, oferta da casa.”

      Tabatha olhou para baixo para a bebida e sorriu. “Obrigada!”

      “Então” – começou Envy, inclinando-se sobre o balcão. “O que é que te está a deprimir?”

      “Nada de importante, acho eu” – respondeu Tabatha.

      “Sim, claro!” – exclamou Kat, ao passar. “Se a tua tromba estivesse um bocadinho mais comprida, ainda arrastava pelo chão.”

      “Só estou um bocado chateada com o Kriss agora” – disse Tabatha ao fim de uns segundos. Se não pudesse contar isso à melhor amiga, então mais valia ir para casa e ficar lá. “Nunca esteve desaparecido tanto tempo sem me ligar ou dizer alguma coisa. Ele despediu-se do trabalho dele no Silk Stalkings há uns dias e ninguém o viu desde então.” Não referiu o facto de se sentir como se tivesse sido abandonada…há vários dias que lhe doía o peito.

      Kat pegou num guardanapo atrás do bar e passou-o a Tabatha quando as lágrimas começaram a cair. Se não a conhecesse, diria que isto era uma reação de uma amante de coração partido. Envy tinha-lhe dito que Kriss era gay, mas Kat perguntava-se se algo teria acontecido entre Kriss e Tabatha de que Envy não estivesse a par.

      “Porque é que ele se ausentou sem se despedir?” Perguntou Tabatha com voz suave, limpando as bochechas molhadas. Usou a raiva para parar de chorar. Detestava chorar. “Pensava que merecia isso, no mínimo.”

      Envy colou os lábios. Kriss nunca faria algo assim sem ter um bom motivo. Que raio, ela conseguia ver que Kriss a amava, mas também amava Dean. Cerrou as mãos e bateu com elas no bar quando percebeu porque é que Kriss se estava a manter afastado – Dean.

      “Tenho a certeza de que ele vai voltar” – disse Kat. “És uma boa amiga e mereces ouvir a verdade.” Depois olhou para Envy – “Certo?”

      “Sem dúvida.” – retorquiu Envy, reprimindo a sua raiva no fundo do seu estômago. “Sabem o que é que devíamos fazer? Encontrar o Sr. Feathers, amarrá-lo em cima dum formigueiro depois de o cobrir de mel e deixá-lo lá. Para a próxima, vai aprender a ligar.”

      Tabatha levantou as sobrancelhas e olhou para a ruiva. “Está bem então.”

      “Oh-oh!” – fez Kat, animada. “Melhor ainda, despimo-lo todo e embrulhamo-lo como um peru de ação de graças e depois deixamo-lo no bar de motoqueiros do outro lado da cidade. Alguns daqueles tipos são mesmo assustadores.”

      Envy sacudiu a cabeça – “Nã’, ele ia gostar demasiado disso.”

      “Já sei!” Kat exclamou, vendo o lábio de Tabatha começar a fazer um trejeito em reação às suas ideias. “Damos-lhe uma pancada, prendemo-lo no quarto da Tabatha e só o alimentamos a pão e água até ele ceder e concordar em ser o escravo sexual da Tabatha por toda a eternidade.”

      Envy inclinou a cabeça para o lado e sorriu. “É, até gosto dessa ideia.”

      “Tenho uma pergunta para ti que se desvia um bocado do assunto.” Disse Tabatha, chamando a atenção das outras duas. “O que é que vocês sabem sobre o Kane?”

      Kat encolheu os ombros – “É um vampiro infernal, sexy como o caraças, com ótimo sentido de humor.”

      As três mulheres começaram a rir à gargalhada, mas pararam quando Devon deslizou para trás de Envy e colocou um braço à volta da cintura dela.

      “Eu mostro-te quem é sexy como o caraças…dança comigo” – sussurrou Devon, mas suficientemente alto para as outras mulheres ouvirem.

      Envy sorriu às amigas antes de deixar que Devon a levasse para o lado de fora do bar e para a pista de dança. Ouviram a multidão a aplaudir quando a porta da jaula bateu e Tabatha sorriu.

      Levantando-se do seu lugar, Tabatha dirigiu-se ao corrimão e olhou para baixo para Envy e Devon a dançar