pela visão e virou-se para apreciar o homem mais plenamente.
Os olhos dela percorreram as ondulações dos músculos do abdômen e do peito largo, fixando-se nos olhos mais azuis que já vira. Correntes elétricas correram sob sua pele enquanto ele a devorava com o olhar, como se ela fosse uma refeição gourmet que ele pretendia saborear, lenta e completamente. O estômago dela contraiu-se de desejo. Os lábios carnudos dele delineavam uma expressão erótica. Era o homem mais sexy que já havia visto.
Um desejo insuportável floresceu em seu sexo, seguido de uma atração estranha. Queria praticar atos sexuais com aquele homem, atos que eram ilícitos de alguma forma. Uma devassa viciada em sexo havia acabado de despertar, desejando aquele homem estranho e sensual, e aquilo era decididamente inquietante. Inferno, com quem estava brincando? Ela estava apavorada.
Uma dor e vibração estranhas em seu peito tiravam o seu fôlego à medida que a culpa a assaltava. Não deveria ter esses pensamentos. Em sua mente e coração, Dalton ainda era o seu marido, e ela o estava traindo com essa atração. Havia feito votos de ser leal e amar o marido até o dia em que morresse, e era isso o que faria. Do jeito que seu coração doía e que sentia falta de Dalton, não podia imaginar que houvesse mais alguém para ela.
Ela abaixou a cabeça e esfregou as têmporas, na esperança de apagar a imagem marcada em suas retinas. Não era certo cobiçar aquele cara atraente. Aturdida, vestiu a jaqueta e correu para o balcão. Proferiu um pedido de comida que só Deus sabia o que era. Arriscou um olhar para trás, para sua irmã. Felizmente, Cailyn estava alheia ao desejo de Elsie pelo Sr. Olhos Azuis. A última coisa que queria era que sua irmã a questionasse.
— Alguém tem um admirador — Cailyn meio que cantarolou, batendo o ombro no de Elsie.
— Cale-se. Não tenho admirador — sussurrou Elsie, baixinho.
— Você esteve afastada do jogo há muito tempo. Ele está claramente explorando-a. — Elsie rangeu os dentes enquanto ouvia Cailyn. — Ele é atraente — Elsie deu outra espiada no estonteante Sr. Olhos Azuis —, e uma oportunidade esperando para acontecer.
Os olhos de Elsie se arregalaram quando ela notou que ele estava rígido em todos os lugares. Uau, as calças de couro dele deixavam pouco para a imaginação. Uma palavra passou pela mente dela… enorme. Ela sentiu aquele desejo e atração mais uma vez.
— Não vai acontecer — declarou Elsie, uma semente de vergonha brotando ao lado da culpa. Não era esse tipo de pessoa. Virando-se para o outro lado, Elsie pensou em seus votos e em seu amor pelo marido, morto ou não. No segundo em que seu pedido ficou pronto, ela correu do estabelecimento sem olhar para trás.
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* * *
Zander observou a fêmea frágil e humana sair do restaurante. Algo nela lhe era familiar, mas tudo em que conseguia se concentrar era em como ela era bonita e interessante. O lábio superior estava contraído enquanto ela fugia do estabelecimento. A imagem lhe pareceu errada. Ela deveria sempre sorrir, e seus lábios ficariam melhores em volta do pênis dele. Ele se repreendeu por estar obcecado pela fêmea. Sim, ela era sexy e sustentava sua atração de uma forma que nenhuma outra mulher jamais conseguira antes, mas ele nunca havia feito sexo com uma humana e não planejava começar agora. Além disso, não ligava para aventuras de uma noite e isso era tudo que ele poderia ter com qualquer humana.
Os seres humanos eram seres frágeis, sem saber que todas as lendas de mitos e fantasias não eram mitos. Como rei vampiro do Reino Tehrex, era seu dever fazer cumprir o decreto da Deusa e proteger os humanos dos demônios e seus seres insurgentes, as escaramuças. Esse trabalho não deixava espaço para muito mais.
Ele balançou a cabeça com o fato de ter se sentido tentado pela mulher e ficou surpreso em ver como era difícil parar de seguir sua tentadora fragrância de madressilva. Claro, poderia fazer sexo com ela e apagar sua existência da memória dela, mas queria mais. Estava cansado de ter namoricos vazios. Era um dos poucos no reino que ainda tinha grandes esperanças de encontrar sua Companheira Predestinada. O fato de seus pensamentos persistirem na fêmea desmentia essas crenças. Era humana e não a pessoa certa para ele.
Tire-a da cabeça, idiota! A ordem caiu em ouvidos surdos enquanto o desejo o consumia.
Como um viciado, ele repetia cada momento, a partir do segundo em que ela havia entrado no estabelecimento. O frio havia deixado o rosto dela corado, e os mamilos estavam retesados sob sua camiseta. Sua audição aguçada havia captado a conversa entre as duas mulheres e ela não estava alheia ao tamanho dos próprios mamilos, mas ele os achou perfeitos, com certeza.
Com um olhar, seu coração disparou no peito, o suor marcou as sobrancelhas e a eletricidade estática percorreu sua pele. As presas haviam atingido dolorosamente a boca. Por um instante, quando seus olhares se encontraram, sua alma se agitou. A fêmea enigmática havia controlado seu corpo naquele momento, e ele teve que fechar os olhos para que o brilho existente neles não revelasse sua verdadeira natureza.
O doce aroma de madressilva que vinha dela ateou fogo em suas veias. Seu membro enrijeceu no momento em que as ondas atingiram suas narinas. O desejo de estar nu e suado com ela tornou-se irresistível. Tanto, que um gemido escapou de seus lábios. Um maldito gemido, além de tudo.
Não queria ouvir o que diria Kyran, que estava naquele momento rindo baixinho ao lado dele. Não que seu pervertido irmão tivesse muito espaço para falar, mas Zander não perdeu o foco. Pela primeira vez em seus setecentos e sessenta e cinco anos de existência, estava lutando para controlar sua mente e corpo.
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* * *
Zander balançou a cabeça para seus guerreiros. Havia chegado ao Confetti depois de encontrar uma humana encantadora, e buscava por alívio. O problema era que ninguém o atraía. Queria aquilo que o seu pai e mãe haviam compartilhado.
Felicidade. Um amor verdadeiro e duradouro. Realização.
Queria encontrar sua Companheira Predestinada.
Isso não aconteceria tão cedo, visto que a Deusa não havia abençoado nenhum casal desde que ele se tornara o rei dos vampiros mais de sete séculos atrás. Ele havia tentado muito agradar à Deusa e fizera progressos nunca antes vistos no Reino Tehrex. Havia iniciado e formado a Aliança das Trevas e estabelecido os Guerreiros das Trevas, o primeiro exército do reino, mas ainda assim a maldição persistia.
— Preciso tanto de uma mulher que nem chega a ser engraçado. Não fosse pelo hálito escaldante, eu pegaria aquela atraente diabinha do fogo — disse Orlando, chamando a atenção de Zander.
Afastando os pensamentos sobre o que não poderia mudar, Zander examinou a multidão. Procurava Lena, uma de suas poucas parceiras preferidas. Soube que ela estaria ali e, naquela noite, ele precisava aliviar o desejo.
— Você tem medo de um pouco de calor, hein? Não aguenta as chamas? — brincou Rhys.
Orlando jogou um pretzel para Rhys.
— Dane-se, idiota.
Um delicioso perfume de madressilva provocou os sentidos de Zander, levando-o a se lembrar do início daquela noite. Estivera obcecado pela humana nas últimas horas, quando se deu conta de que ela havia sido notícia dezoito meses antes, após o assassinato de seu marido, quando todos os repórteres da área exibiram sua dor.
— Orlando, você se lembra do caso em que um advogado de orfanato foi assassinado há um ano e meio? — perguntou Zander, redirecionando a conversa.
— Hã? Ah, sim. Por quê? O que foi?
— Apenas curioso. Kyran e eu encontramos a viúva hoje à noite — respondeu Zander.
— Ela parece ser uma garota agradável. Não deu problemas para o departamento. Disse alguma coisa?
— Não. Não conversamos com ela. As escaramuças foram responsáveis, não? — Zander queria vingança para a bela mulher. Poderia nunca ser capaz de tê-la, mas faria isso por ela. Havia