Brenda Trim

Guerreiro Dos Sonhos


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de seu guerreiro. Não havia motivo para ele examinar o caso.

      — Você localizou os responsáveis? — Zander tomou um gole de uísque enquanto procurava o perfume provocativo.

      — Não. Santiago e eu não seguimos com o caso. Não vimos necessidade. Você sabe como é difícil descobrir uma escaramuça específica — disse Orlando, e um vinco marcou a sua testa.

      — Quero que vocês dois tomem o caso e descubram o responsável. Abra-o novamente, se necessário — ordenou Zander. Seu guerreiro era esperto o suficiente para não questioná-lo e assentiu. — Bom, agora, alguém viu Lena?

      Orlando riu e deu um tapa no ombro dele.

      — Não, amo. Tenho estado muito ocupado conversando com você.

      Outra onda de aroma de madressilva o alcançou e seu corpo respondeu à fragrância deliciosa, enrijecendo-se dentro de suas calças. E, maldição, se suas presas não saíssem de suas gengivas… Ele passou a língua pelos dentes que haviam se tornado recalcitrantes e ficou surpreso por ter essa reação. Tinha que acontecer, já que ele não fazia sexo há meses.

      Ele continuou sua busca por Lena, examinando a grande pista de dança. Numerosas luzes e lasers coloridos saltavam das vigas de aço no teto e caíam sobre o cimento manchado. Não viu o rosto oval da humana entre a multidão de corpos suados que giravam. Examinou os dois balcões. Ela também não estava lá. Ele descansou os braços nas costas das cadeiras ao lado dele e olhou na direção do corredor de salas privadas. Nada.

      Ele balançou a cabeça e se lembrou de que precisava procurar Lena, não a humana. Isso não o impedia de abrir os sentidos e a telepatia. Não captou nada vindo da humana no clube. O perfume não viera dela. Sentiu uma decepção profunda por isso. Mas, por quê?

      Novas vozes voltaram sua atenção para a mesa. Orlando estava com uma mulher e seus irmãos, Kyran e Bhric, haviam se juntado a eles. Ele não tinha percebido como havia se tornado preocupado. Normalmente, estava ciente de tudo o que acontecia ao seu redor. Não podia ficar tão distraído, não na sua posição. Ele se endireitou na cadeira e se repreendeu por não ser mais vigilante.

      — Não, você é um banana. Um grupo inteiro de bruxas não seria capaz de consertar a bagunça que sua escapada com ela criaria. Você arruinaria a pobre garota. Agradeça à Deusa por não dar aos cambions a capacidade que um vampiro tem de apagar as memórias humanas. Você deixaria toda a população feminina humana de Seattle como conchas vazias. Fique bem longe da equipe do meu hospital — retrucou Jace para Rhys.

      Zander se perguntou o que havia perdido. Rhys sorriu e jogou o braço sobre as costas da cadeira ao lado dele. O problema estava se formando atrás dos olhos caleidoscópicos do cambion.

      — Hmmm… habilidades de vampiro. Ei, Bhric, tenho uma ideia que acho que você vai gostar — propôs Rhys, sentando-se, ereto, demonstrando empolgação em cada movimento.

      — Conte-nos. — Bhric sorriu amplamente enquanto se inclinava para frente, cruzando os braços grossos sobre a mesa manchada de tinta. Zander queria bater na nuca de seu irmão por incentivar Rhys. Todos sabiam muito bem.

      — É difícil estar com mulheres humanas porque elas percebem diferenças em mim enquanto faço sexo com elas; então, digo, vamos trabalhar em equipe dupla com as humanas e você apaga…

      O horror tomou conta dele ao ouvir o que seu guerreiro estava propondo.

      — Absolutamente, não! Nenhum vampiro usará seu poder sobre a mente humana para que você possa usá-las. Do jeito como vocês seguem as mulheres, seríamos expostos ao amanhecer. Há muitas mulheres dispostas no reino — interrompeu Zander antes que aquela conversa continuasse.

      O problema era que a ideia já estava ali e ele podia dizer que os dois homens pensavam nela. Ele rosnou baixo, em advertência:

      — Nem pensem nisso, idiotas. Falo sério. — Ele ponderou a promulgação de uma lei que proibia seus súditos de usarem o controle da mente de tal maneira em seres humanos. Tal abuso de poder era contra suas crenças. O reino e seus seres sobrenaturais eram melhores que isso. Eram protetores, não predadores de seres humanos.

      O som do vidro quebrando chamou sua atenção. Ele notou que cada um de seus guerreiros havia entrado no modo de batalha. Do outro lado do bar, um imp, um diabrete, discutia com um demônio do mar. O pequeno e irritante diabrete havia agarrado o talismã transformador do demônio marinho, e agora ele era literalmente um peixe fora d'água, ofegando por ar. As fêmeas começaram a gritar ao ver o peixe grande. Zander balançou a cabeça. Os imps eram diabretes notoriamente maliciosos, mas não prejudicavam ninguém e, felizmente, os demônios do mar eram bem-educados.

      Ele se afastou da cena enquanto Bhric começava a resmungar.

      — O pequeno idiota estúpido tinha que assustar as fêmeas. Falando em estúpidos, recebemos a confirmação de um novo arquidemônio, irmão? — perguntou Bhric enquanto engolia outra dose.

      Zander sustentou o olhar do irmão. Suspeitava, há meses, que havia um novo arquidemônio na cidade. Era de se esperar, depois que eles mataram o último, mas ele tinha a sensação de que, quem quer que Lúcifer tivesse enviado dessa vez, era mais poderoso e com melhor habilidade. Eles estavam enfrentando escaramuças treinadas para combate e em patrulhas organizadas. Sem dúvida, as patrulhas foram concebidas para descobrir a localização de sua base.

      — Não, maldição. As Valquírias e Harpias negam qualquer conhecimento. Há apenas boatos e conjecturas.

      — Oh, seria bom saber o que estamos enfrentando e dar a Killian a chance de trabalhar sua mágica no computador e reunir algumas informações — disse Bhric.

      — Seria. Mas, por esta noite, tire isso da cabeça, irmão. Encontre uma moça, ou dez. A guerra ainda existirá de manhã, infelizmente — respondeu Zander ao avistar Lena voltando do banheiro. Havia encontrado sua parceira para a noite. Ele a chamou, dobrando o dedo.

      — Lena, fique comigo, já faz muito tempo desde que a vi pela última vez.

      — É claro, mon couer — ronronou ela enquanto rebolava até o lado dele. Ele olhou nos olhos castanho-escuros, agarrou ansiosamente a mão dela e sentou-a em seu colo. Sua ereção voltou com força. Ele parou sua carícia no braço de Lena quando notou que o perfume de madressilva vinha dela. Percebeu notas levemente adstringentes, que lhe diziam que era uma fragrância industrializada, em oposição às naturais da humana.

      — Você está com um perfume diferente esta noite. É novo?

      — Oui, é. Pensei em você quando o comprei. Esperava encontrá-lo aqui esta noite. Senti sua falta, mon ami. Vejo que está ansioso por mim — sussurrou ela em seu ouvido, começando a acariciar sua coxa e ereção.

      Inspirando profundamente, ele fechou os olhos e apreciou a sensação das mãos macias dela acariciando seu corpo. Surpreendeu-o o efeito incrível que o perfume tinha em sua libido.

      Lena inclinou a cabeça levemente, expondo o pescoço para ele. O movimento realçou seu perfume. Hmmm, viciante. Ele passou os dentes por sua garganta, antecipando como seria afundar as presas naquele pescoço enquanto enterrava o pênis no calor dela.

      Ele bebeu o resto do uísque, levantou-se e puxou Lena contra o peito. Abaixando os lábios até os dela, saboreou o deslizar suave dos lábios macios de Lena sobre os seus.

      — Quarto dos fundos, agora — ordenou ele.

      Capítulo Dois

      Zander conduziu Lena pelo longo corredor. Ele se recusava a levá-la para Zeum com ele. Sua cama estava reservada para sua Companheira Predestinada. Ele a havia concebido e esculpido à mão, pensando em sua alma gêmea, e nunca a macularia com outras fêmeas. Durante o século anterior, ele usara os aposentos privados nos fundos do Confetti para seus encontros.

      Mesmo sob o som da música alta,