que vira milhares de vezes. Quase conseguia ouvir o barulho dos travões e tudo aumentava muito a pouco e pouco. Viu que o irmão cerrava os punhos e se aproximava daquele homem. Aquele homem que dissera que se chamava Eric, embora ela não acreditasse, não se mexeu.
Ambos se viraram e olharam para Pia como se fosse estranha.
– Se a sua irmã está grávida, não me diz respeito – replicou o homem, num tom muito menos amável.
Não se questionou se poderia sentir-se pior, mas, efetivamente, podia. Levou uma mão ao peito como se, assim, pudesse fazer com que o coração batesse um pouco mais devagar ou deixasse de doer.
– Pia, é este homem? – perguntou Matteo, sem disfarçar a fúria.
– Esqueceste-te de onde estamos? – conseguiu perguntar ela, embora não conseguisse respirar.
– É uma pergunta muito simples – insistiu o irmão, implacavelmente.
– Repito que o… estado da sua irmã não tem nada a ver comigo.
Aquele homem não era um homem qualquer. Aquele homem era bonito. Tinha uns olhos incríveis, um cabelo escuro e sedoso, um queixo que poderia inspirar uma poesia e uns ombros que fariam gritar qualquer rapariga. Aquele homem entrara numa festa em que já se sentia deslocada e incomodada e fora como se uma luz o iluminasse e como se se mexesse com uma indolência natural… e o seu sorriso, que esboçara para ela por baixo de uma instalação de arte moderna que era um sinal de exclamação em bronze, abrasara-a.
No entanto, o melhor de tudo fora que aquele homem não tinha ideia de quem ela era. Gostara dela, só dela, só de Pia.
Tencionara agarrar-se a isso, quisera agarrar-se a isso, mas, aparentemente, essa seria outra das muitas coisas que não poderia fazer.
– Muito obrigada por te interessares pela minha vida privada, Matteo – interveio ela, imitando o tom gélido da mãe e que lhe saíra com uma naturalidade que não esperara –, mas a verdade é que só tive relações sexuais com uma pessoa.
Olhou para o homem que tinha à sua frente e soube que as lembranças não lhe serviriam de nada, portanto, pô-las de parte, por muito bonito que fosse.
– E lamento ter de te informar de que foste esse homem.
No entanto, isso não teve o efeito que esperara porque o homem bonito que tinha à sua frente se limitou a rir-se. A rir-se dela, se não se enganava.
– Claro! – exclamou ele, entre gargalhadas.
Foi então que Matteo lhe deu um murro na cara.
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