suas amigas. E depois de ter espezinhado a sua autoestima, tinha dado meia volta serenamente. No dia seguinte partira para Las Vegas e só regressara ao Texas uns meses antes.
Emma tinha-se emocionado ao vê-lo na festa de Grant Castle, acreditando que dez anos depois tinha as armas necessárias para o conquistar. Ai, que pouco tinha aprendido.
– Eu sou quem tu desejas neste momento.
– Não fazes ideia – murmurou ele, beijando as suas pálpebras.
Se deixava que saísse com a sua, quanto demoraria a ir-se embora? Podia estar com Nathan esperando que a deixasse plantada a qualquer momento? Não. Seria melhor deixar as coisas como estavam. A lembrança dessa noite, três semanas antes, teria que ser suficiente para os dois.
– Vamos ao meu hotel – disse ele então. – Se puderes aguentar uma hora sem gritar o meu nome, não voltarei a incomodar-te nunca mais.
Uma hora?
Ao lembrar-se do prazer que a esperava, Emma teve de apertar os lábios.
Tinha ganho e sabia-o. Pior, ela sabia que Nathan sabia. Estava a ponto de gritar o seu nome ali mesmo e só porque estava a acariciá-la.
– Não me vou deitar contigo outra vez.
– Outra vez? Da última vez não ficaste tempo suficiente para nos deitarmos. Mas estou ansioso por acordar contigo nos meus braços.
As suas mãos eram quentes, prometedoras. Emma levantou o queixo enquanto ele a beijava no pescoço. Se soubesse quanto desejava acabar entre os seus braços nessa noite, estaria perdida.
«Não o faças», dizia-lhe a voz da razão. «Nunca terás oportunidade de casar-te por amor se deixares que volte a seduzir-te».
– Tens medo de deixar-te levar – murmurou ele. – Não tenhas.
– Não tenho medo.
Tinha fantasiado com ele durante anos, mas os seus sonhos não a tinham preparado para a excitante pressão dos seus músculos ou a urgência dos seus beijos. Ele exigia e ela rendia-se.
Era o «depois» que a aterrorizava. A traiçoeira vontade de deixar que ele ditasse onde ia a relação e quanto tempo ia durar. Descobrir que se tornaria maleável entre as suas mãos tinha-a levado a não responder aos seus telefonemas.
Os lábios de Nathan deixavam um rasto de fogo na sua garganta, onde o seu coração batia como um louco…
– Prometo ir devagar.
– Que consideração da tua parte – disse Emma, irónica. – Mas acho que te estás a enganar.
– Sobre o quê?
– Sobre o que eu quero.
– E o que queres tu?
Um homem que a amasse para sempre.
– Três, dois, um… – ouviram uma grande algazarra do outro lado da porta.
– Feliz ano novo – sussurrou Emma.
Podia aproveitar a festa para a beijar, mas Nathan não o fez. Tinha uns lábios tão sensuais, em forma de arco, e um sorriso um pouco torcido…
– Feliz ano novo – disse ele. – Tens propósitos para o ano novo?
– Só um.
– Qual?
Emma abanou a cabeça, tentando quebrar o ambiente sensual que Nathan Case parecia criar com a sua presença.
– Decidi ser mais espontânea.
– Ah, sim? E como vai essa decisão por agora?
– Não muito bem – respondeu ela, tentando controlar os nervos. – E tu? Tens algum propósito para o novo ano?
– Só um – respondeu Nathan.
Emma levantou as mãos para agarrar um rosto masculino, com uma estrutura óssea bem definida e mandíbula forte. Mesmo na escuridão do estúdio conseguia distinguir uns traços fabulosos, pensou.
Nathan puxou pela sua gravata que deixou pendurada sobre a camisa, chamando a atenção sobre o poderoso torso, do qual parecia emanar um calor que lhe turvava o discernimento. Emma sentia um formigueiro nos dedos enquanto os músculos se retesavam sob o tecido. Aquele homem irradiava poder e vitalidade e toda essa energia contida fazia com que os seus joelhos fraquejassem.
– Qual?
Nathan tocou levemente na sua boca, as suas respirações misturaram-se.
– Passar o resto da minha vida a fazer amor contigo.
O coração de Emma bateu com força contra as suas costelas.
– Isso é um compromisso muito sério, não achas?
– Pelo contrário – disse-lhe Nathan ao ouvido – estou ansioso por te tornar na senhora de Nathan Case
Capítulo Dois
Ao ouvir a frase, o coração de Emma esteve a ponto de sair do peito. A senhora de Nathan Case?
– Estás louco? – exclamou, levando os dedos à testa porque, de repente, sentia como se lhe estivessem a bater com um martelo na cabeça.
– Não, de modo algum – respondeu ele.
– Isto não é pelo que se passou na outra noite, pois não? Asseguro-te que uma noite de sexo não requer um gesto nobre da tua parte. Além do mais, eu não era virgem.
Nathan sorriu.
– Obviamente, não te comportavas como se o fosses.
Emma não disse nada enquanto tentava encontrar sentido ao que acabava de propor-lhe. Infelizmente, era quase impossível pensar racionalmente quando a desprezada rapariga de dezasseis anos que havia dentro dela estava quase a saltar de alegria. Mas tentou conter o entusiasmo e concentrar-se na realidade.
Casar-se com Nathan? Impossível. A sua capacidade para fazer com que uma mulher se sentisse especial não o tornava num bom candidato para marido.
– O meu pai convenceu-te, não foi?
– Foi sobre isso que falámos esta tarde – respondeu ele. – Acha que está na hora de te casares.
– Com alguém que ele escolha, claro.
– Estás a pensar em mais alguém?
Emma deixou escapar um gemido de horror.
– Eu não quero casar-me contigo. Nem com ninguém.
Não ia casar-se sem amor, só isso.
– O teu pai parece um homem muito decidido.
– Nem fazes ideia – murmurou ela. – Mas não penso fazê-lo.
Emma olhou para o enorme escritório, desejando poder sentar-se no sofá. Falar daquilo seria mais fácil se não tivesse o musculoso corpo de Nathan a um centímetro dela, apertando-a contra a porta.
De imediato, lembrou-se do que tinha acontecido três semanas antes, colada a outra porta, o coração a bater como um louco e todos os seus sentidos alerta enquanto faziam amor. Com absoluta autoridade, tinha derrubado todas as suas defesas enquanto lhe fazia coisas que a deixavam ofegante.
Emma tentou afastar essa lembrança e apertou as pernas quando ameaçaram dobrar-se.
– Porque é que aceitaste casar-te comigo? – perguntou.
– A Investimentos Case quer fazer negócios com a empresa petrolífera Montgomery.
– E o meu pai impôs como condição que te casasses comigo.
Um acordo comercial. Devia ter imaginado. Como podia o seu pai voltar a fazer-lhe algo assim? Não tinha aprendido nada da última vez que tentou intrometer-se