p>
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2018 Julia James
© 2020 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Desatinos do coração, n.º 1842 - dezembro 2020
Título original: The Greek’s Secret Son
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.:978-84-1348-989-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Capítulo 1
Ameaçava uma chuvinha fina. As nuvens baixas abatiam-se sobre o cemitério da igreja da vila e Christine sentiu o ar invernal frio e húmido enquanto estava ao lado de campa acabada de cavar. A dor atravessou-a por causa do homem amável que a salvara quando o homem que mais desejava desaparecera. Contudo, agora, Vasilis Kyrgiakis morrera. O coração acabara por falhar, como era de esperar. Tornando-a viúva.
A palavra atravessou-lhe a mente enquanto estava ali de pé, sozinha e com a cabeça encurvada. Todos tinham sido muito amáveis com ela porque Vasilis era muito amado, embora se sentisse muito consciente dos comentários que circulavam porque era muito mais jovem do que o marido de meia-idade. Contudo, desde que a família mais importante da vizinhança, os Barcourt, aceitara o vizinho nascido na Grécia e a esposa jovem, os outros também o tinham feito.
Christine fora completamente leal ao marido por agradecimento, até nos últimos momentos, e sentira que os olhos se enchiam de lágrimas quando o padre falara de compromisso e tinham posto o caixão na campa.
Christine enjoou-se um pouco e levantou a cabeça para recuperar o equilíbrio. Tinha o olhar desfocado, mas ficou paralisada ao ver, ao longe, um carro parado junto do veículo fúnebre em que tinham trazido o marido. E, ao lado, havia uma figura alta e imóvel, um homem que conhecia muito bem. Um homem que não via há cinco longos anos.
O último homem que quereria voltar a ver.
Anatole observava, muito quieto, a cena que tinha lugar no cemitério da igreja. Um sem-fim de emoções percorria-o por dentro, mas tinha o olhar fixo na figura esbelta, delicada e vestida de preto que estava parada ao lado do sacerdote na campa aberta do seu tio. Um tio que se recusara a ver desde a loucura absurda do seu casamento.
Sentiu uma pontada de raiva. Por si próprio e pela mulher que enganara o tio para que se casasse com ela. Ainda não sabia como conseguira, mas acontecera por culpa dele. Não percebera a ambição que gerava nela. Uma ambição que fizera com que tentasse caçá-lo primeiro e, ao ver que não conseguia, se virasse para o desventurado tio, um alvo fácil.
A mulher sentiu-se consciente da sua presença e observou-o. A sua expressão denotava um choque absoluto. E, então, com um movimento abrupto, Anatole virou-se, entrou no carro e saiu dali, acelerando pelo caminho rural tranquilo.
A emoção voltou a apoderar-se dele, devolvendo-o ao passado.
Há cinco longos anos…
Anatole tamborilou com os dedos no tabliê com um ar frustrado. Estava preso num engarrafamento na hora ponta de Londres, mas isso não era a única coisa que o deixava de mau humor. Era a perspetiva da noite que o esperava. Com Romola. Os olhos pretos como a obsidiana de Anatole mostravam fúria. Via-o como um possível marido e era exatamente o que não queria. O casamento era a última coisa que procurava.
O olhar toldou-se um pouco ao pensar na confusão de vida que os pais tinham. Ambos se tinham casado muitas vezes e ele nascera apenas sete meses depois do seu casamento, o que provava que ambos tinham sido infiéis aos seus parceiros anteriores. Também tinham sido infiéis um ao outro e a mãe fora-se embora quando Anatole tinha onze anos.
Ambos estavam atualmente casados novamente. Deixara de se importar e de contar as vezes. Sabia, desde o começo, que dar uma família estável ao seu único filho não era importante para eles. Agora que já estava na vintena, parecia que o seu único propósito era encher as arcas dos Kyrgiakis para financiar o seu estilo luxuoso de vida e os seus divórcios caros.
Anatole estudara Gestão numa boa universidade, tinha um mestrado numa das escolas de negócios mais importantes do mundo e contava com um cérebro privilegiado para os negócios, portanto, podia levar a cabo aquela tarefa com bastante facilidade e sabia que ele também beneficiaria disso. Trabalhar arduamente, viver arduamente, esse era o seu lema… e manter-se afastado dos laços tóxicos do casamento.
Franziu o sobrolho ao pensar novamente em Romola. Pensava que, por ser uma profissional da Bolsa, não teria a ambição de se casar com ele, mas, no fim, descobrira