Paulo Nunes

Castrado


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o segurança do clube, ao perceber que eu a lambi rapidamente. Com certeza, aquela moça era novata por lá, pois não era permitido fazer sexo durante a performance das streepers, e era papel delas não deixar que os clientes se empolgassem demais. Se pudesse, comeria você aqui na frente de todos e gozaria em seus seios caídos, sua vadia! Pensei, enquanto encarava os olhos castanhos daquela moça, pintados com um delineador barato e vulgar, vendo-a sair da minha mesa e caminhar para rebolar suas nádegas flácidas sobre outros homens.

      O clube era escuro, e o jogo de luzes conferia uma sensação quase psicodélica a quem estava lá. Suas paredes de tijolos, cuidadosamente decoradas com compridas mangueiras de luz em cores alaranjadas, as mesas redondas e pequenas, as áreas com pequenos sofás, as moças quase nuas transitando pelo salão, e a música eletrônica, quase ensurdecedora, explicitavam a proposta do ambiente. Tudo, até mesmo os mínimos detalhes do Bananen bar, tinha o propósito de fazer seus clientes respirarem sexo a todo instante. E isso foi o suficiente para eu entender que aquele lugar seria visitado por mim várias vezes durante o tempo em que ficaria em Amsterdã. E eu estava certo.

      Rachel quis continuar bebendo jenever. Ela parece ser nacionalista. Só vai beber esse gin a noite inteira? Pensei, mas não disse nada. Eu precisava de algo mais exótico, então, imaginei que a mistura de molho inglês, suco de tomate e pitadas de pimenta cairiam bem àquele momento.

      — Minha amiga precisa de uma garrafa de jenever. Para mim, um bloody Mary. Sei que a casa está lotada, mas aqui tem um incentivo para você não demorar a trazer minhas bebidas — disse eu ao garçom, quase gritando em seu ouvido, enquanto enfiei no bolso de sua calça uma cédula de cem euros, corrompendo-o.

      Ele mirou bem em meus olhos e sorriu para mim, balançando a cabeça que sim, enquanto terminou de enfiar a cédula em seu bolso com a mão, saindo rapidamente para pegar nossas bebidas. O que o dinheiro não faz, não é?

      A garrafa de gin tinha menos da metade da capacidade. Eu já devia ter tomado uns cinco ou seis drinks. Passaram-se algumas horas desde que chegamos ao clube. Quase não sentia meu corpo, mas, mesmo assim, Rachel e eu não parávamos de dançar. Em um determinado momento, ela sensualizou para mim e simulou um streap-tease, o que chamou a atenção de vários homens ao nosso redor. Deslizando suas mãos pelo meu corpo, enquanto abaixava-se, simulando sexo oral em mim, ouvíamos os gritos dos homens, que sacudiam seus punhos fechados em círculos pelo ar e gritavam, sincronicamente:

      — Chupa! Chupa! Chupa...

      Que lugar exótico! Quero transar aqui no meio de todos. E com todos também. Pensei e senti um ser dentro de mim ficar eufórico. Nisso, olhei para baixo e encontrei os olhos pretos de Raquel, fitando-me, provocando-me, simulando que chupava meu pênis, enquanto todos aqueles homens continuavam gritando para que ela baixasse minha calça e abocanhasse meu membro. Em um movimento natural, mais uma vez, Raquel sacudiu vagarosamente seu cabelo para trás, o que me permitiu ver suas orelhas e aqueles brincos cafonas. Senti minha pupila dilatar e meus dentes se apertarem. No impulso, agarrei os dois braços de Raquel com as mãos firmemente, levantei-a e pressionei minha boca contra a dela, explorando-a com minha língua. Era impetuosa a forma como eu a beijava, e, com o mesmo ímpeto e tesão, ela respondeu. Os homens que gritavam enlouqueceram ao ver aquele beijo, e, também, quando puxei o corpo dela para o meu e dei um tapa em suas nádegas, apertando-as. Que gosto maravilhoso essa mescla de gin e suco de tomate. Pensei.

      Dançava distraidamente no meio do salão do clube, que, horas depois, não tinha tantas pessoas, quando Rachel me puxou pelo braço e disse:

      — Está na hora. Vamos? — e fez sinal para que eu pagasse a conta e fôssemos encontrar o garçom holandês.

      Na porta de saída do bar onde Finn trabalhava, eu fumava um cigarro, enquanto esperava Rachel trazê-lo. Instantes depois, vi-o chegar com ela.

      — Oi! — disse ele, timidamente.

      — Oi! — respondi com a voz meio embargada.

      — Tem um lugar aqui que podemos ficar mais à vontade — sugeriu Rachel, enquanto Finn me olhava, analisando-me, esperando para saber onde iríamos transar.

      — Estou hospedado no Waldorf Astoria Amsterdam. É próximo daqui. Vim andando. Podemos ficar lá. Teremos mais conforto — comentei, dei mais um trago no cigarro e vi-os se olharem.

      Rachel torceu os lábios e falou:

      — Combinamos que não sairíamos do bairro...

      — Para com isso, Rachel. Você não quis sair daqui porque tinha medo de eu lhe fazer algum mal. Finn vai conosco. Você estará segura com ele. Garanto que não faremos nada que já não tenha feito na vida. Não quero ficar aqui. Quero ir para a minha suíte. Lá, terei mais conforto, além de tudo que preciso para fazer sexo como gosto. E será uma oportunidade para vocês conhecerem uma suíte de luxo de um dos hotéis mais ricos de Amsterdã. Tenho certeza de que clientes como eu não aparecem para vocês todos os dias, não é? — expus, de forma firme, deixando claro quem estava no controle ali.

      Finn e Rachel se olharam novamente, buscando um no outro a aprovação mútua. Então, o garçom falou, quase com indiferença:

      — Por mim, tudo bem.

      Olhei para Rachel, enquanto dei o último trago daquele cigarro, esperando sua resposta.

      — Tudo bem. Vamos lá.

      Abrindo a porta da minha suíte, fiz sinal com a mão para que Finn e Rachel entrassem primeiro. Foi impossível não perceber o espanto no rosto deles por estarem um hotel de luxo. A imponência e beleza do quarto era admirável. Até eu, já acostumado com esses lugares, quando vi, encantei-me. Passeando cuidadosamente, os dois observavam a sala de estar e moviam o pescoço para tentar ver o segundo cômodo, onde estava a minha cama. Finn, visivelmente nervoso e tímido, retirou o casaco e perguntou:

      — Posso tomar um banho antes?

      — Não. Quero sentir o cheiro sujo do seu corpo. Rachel, ponha uma música para nós — respondi a ele, e retirei meu casaco e cachecol rapidamente, jogando-os sobre o sofá e aproximando-me dele.

      Finn tinha a mesma altura que eu. Era branco, ruivo e seu corpo parecia o de um adolescente, assim como o meu. Devia ter vinte e cinco anos, no máximo, embora seu aspecto fosse de um menino raquítico. Os poucos pelos ruivos que nasciam em sua barba conferiam um pouco de charme ao seu rosto, mas não o suficiente para que fosse considerado, por mim, um homem belo. Ele não era feio e nem belo. Era comum, o que, em certos casos, é pior que ser feio. Não sei por que me interessei por ele. Será que estou cansado de homens belos em minha cama? Perguntei a mim mesmo, ainda caminhando em sua direção, contemplando seu rosto assustado, depois que o proibi de tomar banho. Próximo a ele, perguntei, deslizando minhas mãos em seus braços magros:

      — Os cabelos do pau também são ruivos? — e encarei-o.

      Ele ficou desconcertado e suas bochechas, logo, enrubesceram. Depois de engolir em seco, respondeu, quase gaguejando:

      — São. Eu não sabia que iríamos fazer isso hoje, então não me preparei direito, se é que me entende — já deixando claro que não havia feito depilação e higienizado seu membro.

      — Não se preocupe, Finn. Gosto de cheiro natural — e desci minha mão por seu abdome até o meio das calças, apertando levemente seu membro.

      Finn me olhou como se respondesse positivamente ao meu toque. Nisso, sussurrei, fitando seus olhos claros:

      — Ponha para fora. Quero chupar — e me ajoelhei diante dele, vendo-o abrir a calça e abaixá-la com a cueca, que mais parecia um pijama.

      Meus olhos viram seus pelos ruivos. Eles eram grandes e cobriam parte do pênis mole e enrugado dele. Sua glande estava coberta pela pele, então, segurei-a com um movimento leve e a fiz aparecer, deixando-a à mostra. Nisso, senti o cheiro de sujeira de imediato, e, logo, percebi que entre o prepúcio e a glande havia um pouco de esmegma. O cheiro fedido daquele sebo grudado na cabeça do pênis dele me fez arfar.