T. M. Bilderback

A Noite Em Que Chicago Morreu - Um Romance Da Justice Security


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desta manhã."

      Joey bocejou amplamente. "Porquê? O que se passa?"

      "Antes de te responder, vão lá estar todos?

      "

      "Sabes bem que sim."

      "Quero dizer, pessoalmente... Não electronicamente.”

      "Não, a Jessica está em Los Angeles, a alisar as penas de uma atriz paranoica vencedora de um Óscar."

      "Raios! E a ligação é segura?”

      "Que nível de segurança precisas, Marcus?"

      "O mais seguro possível, Joey. O que tenho para vocês é altamente secreto."

      ***

      "BATE-ME, MEGAN", DISSE Dexter.

      "Não".

      "Vamos, bate-me!"

      "Não!"

      "Porquê?"

      Megan Fisk Beck virou-se para olhar para o marido. "Já joguei este jogo contigo demasiadas vezes, Dexter Beck! Sabes bem que não sou suficientemente rápida para te bater.”

      "Oh, querida, por favor? Pode ser hoje o dia. Não sabes se não tentares."

      Quase mais rápida do que o olho humano podia seguir, Megan fintou-o com um gancho direito. O Dexter desviou-se para a esquerda para a evitar e quase que foi apanhado pelo soco em gancho da Megan.

      "Uau!", Disse Dexter surpreso.

      Megan sorriu.

      "OK, tens andado a praticar, não tens? Quase que me acertaste!"

      Megan tornou a sorrir.

      Dexter abanou a cabeça. "Aquele maldito Louie! Ele tem andado a ajudar-te!"

      O sorriso da Megan abriu-se ainda mais. "Vamos, está quase na hora da reunião."

      "É isso, não é? O meu melhor amigo tem andado a ensinar-te o que lhe ensinei!"

      Megan continuou a sorrir, sem uma palavra, até à sala de reuniões.

      ***

      O PERCIVAL "REI LOUIE" Washington foi o último a chegar à reunião matinal. Tinha dormido mal toda a noite, isto é, se realmente tinha dormido. Ele continuava a ter pesadelos com os últimos momentos da Donna, e de cada vez, a faca que ela tinha bramido para o esfaquear ia-lhe direita ao peito, em vez do braço. Acordava, sempre que tinha o pesadelo, com o suor a escorrer-lhe...e sufocava o grito que queria escapar-lhe dos lábios.

      Louie culpava-se por não ter visto através do disfarce da Donna, e culpava-se por todas as pessoas que ela tinha matado dentro do edifício da Justice Security. Mas como poderia saber que uma supermodelo brilhante era na realidade uma assassina bem treinada ao soldo de Fernandez?

      Louie tinha falado várias vezes com o Dr. Caleb Mitchell, o psiquiatra da Justice Security. Caleb tinha dito muitas vezes que Louie não devia sentir-se culpado e que teria de aprender a perdoar-se... Que Donna tinha enganado um monte de pessoas. Ninguém fazia ideia que tinha sido recrutada por Fernandez, e o disfarce dela era incrível.

      Treino profundo, disfarce incrível... Não significava nada para ele, quando, tarde da noite, ele tentava dormir. Os rostos daqueles que a Donna tinha matado desfilavam pela sua mente, afastando-lhe o sono...a culpa parecia intransponível. Então, quando o sono finalmente chegava, os pesadelos apareciam...e acordavam-no outra vez.

      Quando o Louie chegou finalmente à sala de reuniões, nuvens pesadas pairavam-lhe sobre a cara.

      O Louie Washington estava de mau humor.

      Dirigiu-se à mesa cheia de bolos e outros itens do pequeno-almoço, encheu um prato, e serviu-se de uma grande chávena de café. Satisfeito, caminhou para a grande mesa-redonda e sentou-se. Sem reparar que o Marcus também estava sentado à mesa.

      "Bom dia, Louie", disse Misty gentilmente.

      "Dia'", respondeu, falando com a boca cheia de donut.

      "Olá, Louie", cumprimentou o Marcus.

      Louie deu outra dentada antes de perceber que tinha sido Marcus a falar. Olhou para cima, de olhos arregalados, e disse: "Que raios estão tu aqui a fazer?"

      "Vejo que a tua hospitalidade está a aguentar-se muito bem, Louie", disse uma voz de um dos ecrãs da sala.”

      Louie olhou para o ecrã. A Jessica Queen olhava para ele de sobrolho franzido. Baixou o donut, abanando a cabeça enquanto o fazia. "Desculpa, Marcus. Não tenho dormido bem ultimamente."

      Marcus acenou com a cabeça. "Compreendido, grandalhão. Também não tenho andado a dormir como devia. Não, desde o clube."

      "Marcus, acho que todos nós temos o mesmo problema ", disse a Jessica.

      "Jessica, como está a nossa cliente aí desse lado?", Perguntou o Joey.

      "A curar a ressaca." O asco escorria das palavras da Jessica. "Chamei-lhe uma prostituta inútil, mimada e bêbada ontem à noite. Tentou chorar e depois bebeu da garrafa de uísque que tinha na mão. Desmaiou antes de ser capaz de engolir." A Jéssica estava mesmo chateada. Quando ficava assim, não conseguia esconder o ligeiro sotaque australiano... Um remanescente do país de origem do pai. Jéssica era o resultado de um pai australiano e de uma mãe californiana. "Começo a perguntar-me se vale a pena perder tempo com este trabalho."

      O Marcus perguntou: "Não tens medo que ela te demita esta manhã?"

      A Jéssica abanou a cabeça. "Aposto em como ela não se vai lembrar de uma palavra."

      O Joey riu-se. "Lembra-te, Jess, a cota dela do próximo filme de sucesso está a pagar-te para isso."

      "Ora, que inferno dum raio!"

      Todos, exceto o Louie, se riram.

      O Joey virou-se para o Marcus. "Ok, Marcus, a transmissão da Jéssica está seguro. Qual é a grande novidade?”

      O Marcus respirou fundo. "Querem ter outra oportunidade de apanhar o Fernandez?"

      O Louie bateu com ambas as mãos na mesa. Deram todos um salto.

      "Podes ter a certeza de que quero outra oportunidade com o Fernandez!" Declarou Louie em voz alta. Levantou as mãos enormes para que todos vissem. "Queres saber o que vai acontecer a esse idiota se eu o agarrar com estas mãos?" Ninguém disse nada. "Vou desmembrá-lo, pedaço por pedaço!"

      O Joey acenou com a cabeça de forma sardónica. "Marcus, acho que nesta situação partilhamos todo o entusiasmo do Percy."

      "Ele não está na cidade, ou está?", Perguntou o Dexter.

      O Marcus sacudiu a cabeça. "Não. Fomos informados que está em Chicago."

      “Chicago?" Gritou a Jéssica incrédula. "O que é que ele está a fazer em Chicago?"

      "Pois", acrescentou a Megan. "Pensei que nos queria a nós. De quem é que ele anda à procura em Chicago?"

      "Não de quem, mas do quê”, respondeu o Marcus. "Três traficantes e o fornecedor deles foram encontrados mortos ontem à noite. Todos baleados três vezes no coração e o fornecedor foi torturado dentro do apartamento dele antes de ser baleado."

      "Como é que ligaste isso ao Fernández?", Perguntou o Joey.

      O Marcus sorriu. "O Fernandez estragou tudo. Houve testemunhas que ouviram o seu nome. O Marcus fez uma pausa. "O Felix Juarez também está com ele."

      "O Fernandez não caga sem o Felix lá para lhe limpar o rabo", comentou o Dexter.